Joaquim Barbosa vai verificar todos os setores, as estruturas das 
galerias e as condições dos presos. O coordenador do Mutirão Carcerário 
no Presídio Central de Porto Alegre, juiz João Marcos Buch, poderá 
recomendar, no relatório a ser entregue ao CNJ, a remoção dos presos e o
 fechamento do local em prazo determinado.
 Construído em 1959 sem passar por reformas estruturais, o presídio 
possui pilares condenados em algumas galerias. “Ainda assim, metade dos 
detentos está nos locais de risco”, disse. O sistema de saneamento não 
existe por causa da tubulação deteriorada. De acordo com Buch, o esgoto 
dos banheiros dos andares superiores escorre pelas paredes e cai no 
pátio de visitantes e de banho de sol. “A questão sanitária é muito 
impactante”, afirmou.
 Outro ponto que chamou a atenção do coordenador do mutirão foi a falta 
de controle do Estado em diversas galerias comandadas por grupos 
paraestatais. Em todo o complexo penitenciário, há cinco facções 
diferentes. “Muitas galerias não têm portas e os presos transitam 
livremente por elas. O mais grave: a Brigada Militar não tem acesso a 
elas”, disse o juiz que precisou negociar a entrada nos locais com os 
líderes das facções criminosas. “Uma vez dentro da galeria não me senti 
inseguro porque há um respeito sólido pelo que é negociado”, completa. A
 Brigada Militar assumiu o Presídio Central em caráter temporário de 
seis meses. Mas está no local há mais de 15 anos, segundo o juiz João 
Marcos Buch.
 Além de ouvir vários segmentos da sociedade civil organizada, o 
coordenador do mutirão pretende se reunir com o governador do Rio Grande
 do Sul e com o secretário de segurança pública para coletar informações
 sobre os planos do governo para o Presídio Central e as obras em 
andamento que resultarão em abertura de vagas em outras penitenciárias. 
Atualmente, o Presídio Central de Porto Alegre abriga 4,7 mil detentos, 
sendo que a capacidade é para 2 mil.
 * Correio do Povo 
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