Sobreviventes relatam momentos de terror durante perseguição policial

Passadas 48 horas após a perseguição policial que vitimou dois jovens, os outros dois jovens que estavam no veículo Fiorino relataram o medo que sentiram desde o momento da tentativa de abordagem até o desfecho final próximo a residência do menor W.R. de 15 anos de idade, com a morte dos outros jovens.

Tiago de Paula, 18 anos, que trabalha em uma empresa de autopeças, era o motorista da Fiorino. "Nunca passei por uma situação desta, pensei que iria morrer, porque o policial chegou a encostar a arma contra a minha cabeça e mandou que eu dissesse onde estava a arma", afirmou. Tiago destaca com propriedade que não havia arma no interior da Fiorino e que ela apareceu depois abaixo dos corpos dos outros dois jovens que estavam mortos dentro do veículo. "Foi uma sensação de desespero, pois "eles", queriam que eu até assumisse a minha culpa, inclusive insistiam na arma que eu nunca tinha visto antes, meus amigos foram mortos inocentemente e de forma cruel", afirma.

Sobre o início da perseguição, Tiago conta que não quis parar pois estavam em quatro na camionete e o dono do veículo iria "lhe encher de lixo".

O menor W.R. demonstra muito abatimento com o ocorrido. A mãe Noelita Viecili, 45 anos, afirma que em breve irá levar o menino ao psicólogo, pois o filho não está conseguindo dormir. Estudante do ensino médio na escola Bom Retiro, W.R. relatou os momentos de aflição quando os tiros começaram a ser disparados contra a Fiorino. Com poucas palavras, o menor relatou que não havia arma e que quando chegou ao local depois da fuga, saiu para sua casa, pois estava muito assustado.

A mãe Noelita ainda aguarda o final das investigações, mas já alertou que irá buscar seus direitos, pois seu filho nunca teve sequer uma reclamação de um vizinho, tampouco envolvimento com o crime. "Fico triste pela perda dos outros dois jovens, me coloco no lugar das duas mães que estão abaladas, felizmente meu filho escapou, moramos apenas nos dois, já que ele é meu único filho, mas espero que haja justiça neste caso", disse.