Cerca de 206 mil meninas gaúchas com idade entre 11 e 13 anos deverão
ser imunizadas contra papilomavírus humano (HPV), principal causador do
câncer de útero, até o dia 10 de abril. Esse percentual representa 80%
do total da população nesta faixa etária. A vacina está disponível nas
escolas públicas e privadas e nas unidades de saúde. A ação integra a
Campanha Nacional de Vacinação, promovida pelo Ministério da Saúde. No
país, a meta é imunizar 5,2 milhões de meninas. A vacinação é gratuita.
No Estado, a largada da campanha ocorreu na manhã desta segunda na
escola estadual de ensino fundamental Mané Garrincha, no bairro Menino
Deus, em Porto Alegre. Uma das salas foi improvisada para receber os
materiais de aplicação das doses. Entre as meninas havia muitas dúvidas
sobre a importância da vacina. Inclusive mães que acompanharam as suas
filhas consideravam fundamental a imunização, mas desconheciam o motivo
da aplicação e quais os seus benefícios.
De acordo com o secretário municipal de Saúde, Carlos Casartelli, a
aplicação da dose é para proteger as futuras mulheres. O câncer de útero
é a segunda causa de morte entre os cânceres no sexo feminino, ficando
atrás apenas do de mama. Ele reconheceu que há desinformação e que isso
tem gerado algumas polêmicas na discussão sobre o tema. Um alerta
importante é que a imunização não elimina a necessidade de as mulheres
realizarem anualmente o exame preventivo (Papanicolau) e do uso de
preservativo nas relações sexuais. Segundo a secretária estadual da
Saúde, Sandra Fagundes, para combater a desinformação é essencial o
apoio das escolas.
O vírus HPV é transmitido pelo contato direto com a pele ou mucosa
infectada, sendo a principal forma pela via sexual. A vacina imuniza
contra os tipos de HPV 6, 11, 16 e 18. O vírus é um dos principais
causadores do câncer de colo do útero. Para se ter uma dimensão da
amplitude da doença estão estimados 15.590 casos deste tipo de câncer no
país neste ano. O risco é de 15,33 casos a cada 100 mil mulheres. No
Estado, a prevalência é um pouco menor, de 14,63 casos. No ano passado,
segundo o Sistema de Informação Sobre Mortalidade, foram registrados 305
óbitos pelo câncer de colo uterino apenas no Rio Grande do Sul.
* Correio do Povo
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