Secretaria de Saúde orienta usuários a procurarem UBSs e enfatiza que a prioridade são atendimentos emergenciais
Serviços no Pronto Atendimento, no bairro Botafogo, devem ser agilizados com a conclusão da UPA
A demora e o atraso ainda são
um problema no Pronto Atendimendo 24 horas (PA) do bairro Botafogo,
segundo revelam os usuários. Na manhã de quinta-feira, 17, a reportagem
do Semanário foi até lá conferir a situação e conversar com algumas
pessoas que aguardavam pelo atendimento.
“A sensação é que não tem médicos atendendo”, resume a dona de casa
Idianara Cerutti, 25 anos, e conta: “Hoje uma senhora me disse que
estava aqui desde a meia-noite e saiu só agora, às 10h30min. A triagem é
rapida, o problema é o atendimento depois”. Ao mesmo tempo, ela opina
que é preciso mais compreensão das pessoas: “Tem dias que demora, outros
não, mas temos que entender que depende muito da urgência de cada
caso”.
Entre as 30 pessoas que aguardavam na fila do PA, após a triagem,
estava Lucimara Carvalho, 25, junto com o filho de três anos, com gripe e
bronquite. Segundo a cozinheira, o atendimento pediátrico é rápido,
mas ela conta que sua mãe já ficou cinco horas esperando pelo médico,
com dores fortes na coluna. “Era atendimento de urgência e ela estava
com a pressão alta. Aquele dia, estava empilhado de gente aqui. São
poucos médicos, acho que não dão conta”, diz.
Lucimara também lembra que já presenciou situações em que os
pacientes perderam o controle. “Já vi gente aqui gritando, dizendo que
iria chamar a polícia ou fazendo escândalo. Em duas vezes, os
funcionários até perderam minha ficha. Mas tento entender também,
precisamos avaliar a urgência de cada um”, comenta.
Elaine Ventura Panizi, 45 anos, aguardava por um atendimento de
urgência, em função de um machucado. “Já faz uma hora que estou aqui e
não tem previsão de quando serei atendida. À noite é pior, fica a Deus
dará”, afirma.
Idione Bilhar, 51, já ficou até nove horas aguardando por
atendimento, mas avalia que o serviço vem melhorando. “Já cheguei aqui
às 8h e saí às 17h. Tinha um problema na coluna, não era emergencial,
mas fiquei todo esse tempo com fortes dores. Mas de uns três meses para
cá está muito melhor, agora que vieram mais médicos de fora, ficou bem
mais ágil. Hoje, por exemplo, foi rápido”, conta a auxiliar de limpeza.
Apesar dos relatos de longo tempo de espera, o coordenador médico da
Secretaria de Saúde, Marco Antonio Ebert, enfatiza que os esforços da
gerência são para que o aguardo em atendimentos de urgência não
ultrapasse 30 minutos. “Todos os pacientes são acolhidos e classificados
conforme o risco e, quando passa determinado tempo, a enfermagem faz
outra classificação para analisar se a gravidade do caso aumentou. Claro
que é natural que cada pessoa entenda que seu problema é urgente, mas é
preciso ter consciência que aqui a prioridade são as situações de
emergência”, afirma.
Orientação é ir primeiro às UBSs
O Pronto Atendimento 24 horas é um serviço intermediário entre as
Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e os hospitais. O serviço é destinado
ao atendimento de pacientes em situação de urgência adulta e pediátrica,
mas o coordenador médico da Secretaria de Saúde, Marco Antonio Ebert,
ressalta que é importante o usuário passar primeiramente pela sua UBS de
referência. “Casos menos graves poderiam ser atendidos nas UBSs, mas o
pessoal não procura, prefere ir direto no PA e aí fica congestionado”,
comenta.
No PA, trabalham de três a quatro clínicos gerais, dois pediatras e
15 enfermeiros, mas o número pode variar conforme a demanda. “Geralmente
nas segundas-feiras, a procura pelo serviço é maior. Hoje temos o
quadro médico completo em todas as unidades, conseguimos retornar à
normalidade e este problema já está sanado”, diz Ebert.
A expectativa do coordenador é que a conclusão da Unidade de Pronto
Atendimento (UPA) vai desafogar o PA, onde são realizados cerca de nove
mil atendimentos por mês. “Toda a mobília e os equipamentos para unidade
serão novos, para dar mais conforto aos pacientes, e, após reformas, o
Pronto Atendimento será um setor administrativo da secretaria de Saúde,
com auditoria, coordenação, entre outros serviços”, explica Ebert.