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sábado, 19 de julho de 2014

Justiça do Rio aceita denúncia por fraude contra ex-diretor da Petrobras

A Justiça do Rio de Janeiro aceitou denúncia contra o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Jorge Luiz Zanela, por fraude contra a Lei de Licitações. Ele é acusado de modificar o ato convocatório da licitação do Plano de Ação de Certificação em SMS (saúde, meio ambiente e segurança) da Área Internacional, possibilitando a concessão de vantagens financeiras indevidas à Construtora Norberto Oderbrecht. Além de Zanela, foram denunciados sete funcionários da estatal e o diretor de Contratos da Oderbrecht, Marco Antonio Duran.
 
Segundo a denúncia do Ministério Público, o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, usando as prerrogativas do cargo, constituiu comissão de licitação “capenga”. A petição inicial mostra que três membros da comissão, apesar de firmarem a ata de abertura de propostas e o relatório, sequer estiveram presentes nas respectivas reuniões. Após a expedição de convites a oito empresas, foram julgadas três propostas e recomendada a contratação da Oderbrecht pelo valor de 825.660.293,75 dólares americanos.
 
A decisão do juiz da 27ª Vara Criminal da capital, Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau, afirma que a denúncia contém a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação dos acusados e a classificação dos crimes, além do rol de testemunhas, "sendo certo que existe justa causa para a ação penal, o que se constata pela juntada do Relatório Final da Comissão Interna de Apuração, constituída pela própria presidência da Petrobras para a averiguação de irregularidades após reportagens veiculadas pela imprensa".
 
Uma audiência para interrogatório dos oito acusados foi marcada para o dia 4 de setembro, às 13h, na sala de audiências da 27ª Vara Criminal.
 
Fonte: Agência Brasil

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Cinegrafista atingido por rojão em protesto no Rio tem morte cerebral

O cinegrafista Santiago Ilídio Andrade, da TV Bandeirantes, teve morte cerebral nesta segunda-feira, 10, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Ele foi atingido na cabeça por um rojão na quinta-feira, 6, quando registrava o confronto entre manifestantes e policiais durante protesto contra o aumento da passagem de ônibus, no Centro do Rio.
 
Andrade sofreu afundamento do crânio e foi submetido a uma cirurgia após ser levado para o Hospital Souza Aguiar, também no Centro. Desde então, estava em coma induzido no CTI da unidade.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Copa no Brasil deixará ônus, e não legado, diz relatora da ONU

Para a urbanista Raquel Rolnik, o legado urbanístico que a Copa do Mundo vai deixar para o País não será significativo

Relatora especial do Conselho de Direitos Humanos da ONU para o Direito à Moradia Adequada acredita que Copa não deixará legado significativo Foto: Marc Ferré/UN Photo  / Divulgação
Relatora especial do Conselho de Direitos Humanos da ONU para o Direito à Moradia Adequada acredita que Copa não deixará legado significativo 
Tidos pelo poder público como uma vitrine para o País e uma oportunidade de investimentos, os grandes eventos que serão realizados no Brasil acabaram servindo de estopim para uma série de reivindicações, que eclodiram nas agora conhecidas como jornadas de junho. Essas reivindicações seguem se desdobrando, causando dor de cabeça aos governantes e perplexidade aos estudiosos. No centro da questão, por sediar a final da Copa do Mundo e as Olimpíadas e fazer parte do imaginário estrangeiro do Brasil, a cidade do Rio de Janeiro e os seus 6 milhões de habitantes servem de laboratório, e se veem entre as promessas de uma cidade melhor e a realidade caótica de má qualidade dos serviços públicos e obras aquém do anunciado.

Para a urbanista Raquel Rolnik, professora da Universidade de São Paulo e relatora especial do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Direito à Moradia Adequada, que acompanha de perto o processo desde 2009, a principal discussão que se coloca é o direito à cidade e a necessidade de se investir em uma cidade realmente para todos. "Não é comprar casa, comprar moto. Tem uma dimensão publica essencial que é a urbanidade e que precisa ser resolvida", afirma.

Leia a seguir os principais trechos da entrevista.

O legado urbanístico que a Copa do Mundo vai deixar não é significativo

Raquel Rolkik Relatora especial do Conselho de Direitos Humanos da ONU para o Direito à Moradia Adequada
 
Terra: A cinco meses da Copa, que tipo de legado o evento deixa para a cidade do Rio de Janeiro?

Raquel Rolnik:
O legado urbanístico que a Copa do Mundo vai deixar não é significativo. Alguns projetos viários e de infraestrutura relacionados com os deslocamentos necessários para o evento, como BRTs, novas vias de ligação com os estádios e entre aeroportos e zonas hoteleiras e estádios, estão sendo feitos, mas essas não eram as prioridades de mobilidade. Não há outros legados do ponto de vista urbanístico que possam ser mencionados. Ações esperadas, como a despoluição da Baía de Guanabara e a melhoria das condições de saneamento gerais da cidade, não foram realizadas. Por outro lado, para a implantação desses projetos de infraestrutura foi necessário remover comunidades e assentamentos que se encontravam naqueles locais há décadas sem que uma alternativa adequada de moradia tenha sido oferecida. Para as pessoas diretamente atingidas, ao invés de um legado, a Copa deixa um ônus.

Terra: Essas remoções foram feitas de forma irregular?

Raquel:
Os procedimentos adotados durantes as remoções não correspondem ao marco internacional dos direitos humanos, que inclui o direito a moradia adequada, nem respeitam a forma como elas devem ocorrer. O direito a informação, a transparência e a participação direta dos atingidos na definição das alternativas e de intervenção sobre as suas comunidades não foi obedecido. As pessoas receberam compensações insuficientes para garantir seu direito à moradia adequada em outro local e, em grande parte dos casos, não houve reassentamento onde as condições pudessem ser iguais ou melhores daquelas em que se encontravam. Nos casos em que aconteceu algum tipo de reassentamento para o Minha Casa Minha Vida, esse se deu em áreas muito distantes dos locais originais de moradia, prejudicando os moradores no acesso aos locais de trabalho, meio de sobrevivência e a rede socioeconômica que sustenta na cidade.
Famílias da Vila do Metrô, ao lado da comunidade da Mangueira, tiveram casas derrubadas a fim de reordenar o espaço e criar um polo automotivo no local Foto: Daniel Ramalho / Terra
Terra: Isso tem alguma relação com a Copa ser realizada em um país em desenvolvimento. Em outras nações que receberam o campeonato esse processo se deu de uma forma diferente?

Raquel:
Aquilo que se incide de uma forma diferenciada sobre o Brasil e que podemos estender para outros casos, como a Índia na organização dos Commonwealth Games, e também da África do Sul na Copa do Mundo, é a existência de assentamentos informais de baixa renda consolidados. Essas comunidades são as mais vulneráveis as violações aos direitos de moradia, o que não quer dizer que em outros países isso tenha sido respeitado.

Terra: Desde junho, milhares de pessoas saíram às ruas em protesto tanto contra a qualidade e o preço do transporte quanto contra os gastos com os megaeventos. O grito "não vai ter Copa" se tornou uma bandeira comum a diversos grupos. O que essas manifestações expressam e o que podemos esperar para 2014?

Raquel:
Me parece que a sociedade brasileira tem demonstrado o seu descontentamento em relação ao modelo de crescimento econômico e de inclusão social que estamos vivendo. Esse modelo, baseado na ampliação do acesso ao consumo, não enfrentou e não resolveu a questão da cidade para todos. Ou seja, não se criou um modelo de desenvolvimento urbano que rompa com a ideia de uma cidade excludente, para poucos. As manifestações tem um conteúdo bastante claro de reivindicação de direitos, especialmente do direito à cidade, expresso através do direito ao espaço publico e ao serviço publico de qualidade, entre outras questões.

Terra: Você comentou que as obras de transporte que estão sendo realizadas não seriam as mais necessárias. O que seria uma prioridade para o Rio?

Raquel:
Toda a relação com a população da Baixada Fluminense é absolutamente prioritária, assim como o eixo Niterói-São Gonçalo, que são os locais que enfrentam os maiores gargalos de mobilidade e que beneficiariam o maior número de habitantes.

Terra: O Rio sofre com o crescimento da especulação imobiliária, que se reflete nos preço dos imóveis e na alta do custo de vida. Qual o efeito disso a longo prazo na cidade?

Raquel:
Talvez o Rio seja o local onde isto esteja acontecendo com maior intensidade, mas a especulação também afeta outras cidades. O efeito é a expulsão dos setores de menor renda das áreas mais urbanizadas, com acesso a serviços, oportunidades etc. Há um descolamento em direção a periferias desqualificadas, sem urbanidade, com impactos enormes sobre a mobilidade e as condições de vida da população. Além de gerar, e isso já está claro em São Paulo e no Rio, um aumento na quantidade de pessoas morando na rua e sem teto. Não há um censo, mas nós já observamos que há um número cada vez maior de pessoas que não tem condições de morar em local algum. Esses números são alarmantes. É a população que hoje está ou vivendo nas ruas ou nas ruas promovendo ocupações e protestos.

Terra: Quais os principais desafios do Rio?

Raquel:
O Rio, assim como outras metrópoles do Brasil, é uma cidade partida. O maior desafio é a inclusão territorial, fazer uma cidade que seja realmente para todos. Não é comprar casa, comprar moto. Tem uma dimensão pública essencial que é a urbanidade e que precisa ser resolvida. Tenho acompanhado o tema dos megaeventos desde que apresentei um relatório temático ao conselho de direitos humanos da ONU em 2009 fazendo uma espécie de overview da questão no mundo com foco na moradia. A partir daí o conselho votou uma resolução definindo claramente que a preparação dos megaeventos deveria levar em consideração e respeitar o direito a moradia para todos. Acredito que os procedimentos ao longo desses anos, devido a própria organização das populações atingidas, aos comitês em torno da Copa, à sensibilidade dos meios de comunicação para reportar esse tema, estão melhorando. Nos primeiros casos que vi no Rio de Janeiro, o trator já ia derrubando as casas com as coisas das pessoas dentro. Houve aumento no valor dos benefícios, acabou de sair uma portaria do governo federal em relação a essa questão, mas isso ainda é insuficiente em relação aos desafios que temos nesse campo.

Fonte: Terra

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Isis Valverde recebe alta de hospital após acidente de carro no Rio de Janeiro

A atriz Isis Valverde, de 26 anos, que sofreu uma fratura na coluna após um acidente de carro na madrugada desta sexta-feira (31), recebeu alta neste sábado (1º). A atriz deixou o hospital usando um colar cervical. No quarto do hospital, segundo o empresário Márcio Damasceno, Isis disse “sobrevivi”.  Isis, que viveu a personagem Antônia na minissérie "Amores Roubados", foi hospitalizada no Barra D’Or, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Damasceno contou que Isis voltava de uma festa com a prima, Maiara, que estaria dirigindo, e um amigo, o produtor de festas Gabriel Maciel. Na altura do Itanhangá, de acordo com o empresário, o carro bateu em um barranco e capotou. Isis, que estaria dormindo no banco traseiro, foi a única que se feriu com mais gravidade.
 
Teste de embriaguez
De acordo com a Polícia Civil, a prima que dirigia o carro da atriz se recusou a fazer o teste do bafômetro. Ela foi levada para a 16ª DP (Barra da Tijuca) por agentes da Operação Lei Seca. Depois de ser ouvida, ela foi levada ao hospital para tratar os ferimentos e, em seguida, encaminha ao Instituto Médico Legal (IML). Lá ela fez exames de embriaguez, cujo resultado foi negativo. Ainda segundo a polícia, Isis Valverde será intimada a prestar depoimento sobre o acidente, assim como o amigo que estava com ela. Além disso, imagens de câmeras de vigilância estão sendo solicitadas para auxiliar a perícia. Fonte: Terra

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Isis Valverde sofre acidente de carro no Rio e foiinternada

A atriz Isis Valverde foi internada no Rio após sofrer um acidente de carro. O empresário da atriz, Márcio Damasceno, afirmou por telefone ao site de VEJA que o acidente foi grave, e que a atriz sofreu uma fratura na vértebra C1, mas ela está fora de perigo. Apesar da fratura, informou Damasceno, a atriz tem condições de deixar o hospital caminhando normalmente, com um colar cervical. A alta está programada para o fim de semana. O acidente ocorreu na madrugada desta sexta-feira, por volta das 3h, na Estrada do Itanhangá.

Antônia (Isis Valverde)De acordo com a versão divulgada pela 16ª DP (Barra da Tijuca), que investiga o caso, o veículo era conduzido pela prima de Isis, Mayara Nable. O carro pertence a Isis. Próximo ao local do acidente, era realizada uma blitz da operação Lei Seca, mas a batida ocorreu antes. Ainda assim, Mayara foi abordada por agentes da Lei Seca e se recusou a fazer o teste do etilômetro, de acordo com a Polícia Civil. 

A atriz voltava de uma festa, segundo o empresário. Além dela, estavam no carro a prima Mayara e o produtor Gabriel Maciel. Os três ocupantes do veículo conversavam quando, por distração de quem dirigia, o Range Rover caiu em um barranco e bateu em um poste, de acordo com as informações divulgadas pelo empresário. 

Com a pancada, Isis chegou a desmaiar, mas recobrou os sentidos e foi para casa, na Barra da Tijuca, acompanhada pela prima e pelo amigo do amigo, pela versão de Damasceno. Já a polícia diz que Mayara foi encaminhada ao hospital, logo depois da batida, e levada posteriormente ao Instituto Médico Legal para ser submetida a exame de embriaguez.

"Num primeiro momento, eles não perceberam a gravidade do acidente. Por isso não aguardaram socorro", disse Damasceno, explicando o motivo de o grupo ter seguido para a casa da atriz.

Segundo a polícia, não foi constatada embriaguez de Mayara. Ela já prestou depoimento. Isis e o amigo Gabriel também vão ser intimados a comparecer à delegacia. O carro foi periciado e as câmeras de segurança da região foram solicitadas pelos policiais.

O Range Rover avariado, com muitos estrados do lado esquerdo, foi fotografado no início da tarde, no condomínio do amigo da atriz. O veículo não tem registro de multas no Estado do Rio.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

COI preocupado com as obras no Brasil

O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, afirmou nesta terça-feira (21), após reunião no Palácio do Planalto com a presidenta Dilma Rousseff, estar confiante de que os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, serão brilhantes e vão deixar como legado para os cariocas e para os brasileiros mais empregos e melhor infraestrutura.
 
“Discutimos a preparação para os Jogos Olímpicos 2016, no Rio de Janeiro, e eu fiquei muito impressionado pela forte determinação da presidenta em organizar estes Jogos Olímpicos. Foi um grande sucesso e tenho certeza que veremos dinamismo na preparação nos próximos anos, e o que também foi muito importante foi falar sobre as benfeitorias sociais das Olimpíadas (…) e o grande legado dos Jogos Olímpicos para os cariocas e para os brasileiros: mais empregos e melhor infraestrutura”, disse Bach.
 
Durante entrevista coletiva, Thomas Bach ainda comparou o legado futuro das Olimpíadas no Rio de Janeiro com o de cidades como Barcelona (1992) e Munique (1972). Ele reforçou ainda que ficou feliz em ver o comprometimento da presidenta Dilma e de todos os envolvidos na organização dos Jogos Olímpicos de 2016.
 
“Tenho certeza que depois destes Jogos Olímpicos, as pessoas do Rio e as pessoas do Brasil vão dizer, assim como já dizem, por exemplo, as pessoas de Barcelona e de Munique: que há uma cidade do Rio de Janeiro antes das Olimpíadas e haverá uma cidade ainda melhor, se é que isso é possível no Rio, uma cidade ainda melhor depois dos Jogos”, afirmou o presidente do COI.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

3ª Campanha Propaganda Voluntária 2014

        Instituição Pequeno Grande Campeão iniciou dia 7 de janeiro até 31 de dezembro de 2014, a 3ª Campanha da PROPAGANDA VOLUNTÁRIA , tendo como tema: “ O Voluntário sem Limites! ”, que visa protagonizar propagandas publicitárias de ações voluntárias e voluntariado, objetivando, assim criação, participação, interação entre a comunidade, a Instituição e a sociedade em geral.
             A mesma Campanha, acontece desde 2012, a qual vem rendendo inúmeras participações, superando metas e expectativas, tem conquistado amigos (as) de Bento  e do Mundo, teve gente de Portugal, Rio de Janeiro, São Paulo entre outras regiões que participaram e participam, ampliando a divulgação da Pequeno Grande Campeão.
            Da Campanha da Propaganda Voluntária, nasceu o Projeto do Calendário 2013 da Pequeno Grande Campeão, a Campanha Plaquinha Solidária entre outras ideias, a qual Vidal, afirma neste novo ano de 2014, em meio esta fase de novidades e inovações, queremos e vamos surpreender ainda mais, disse bem otimista.
 
            Com o objetivo de incentivar a criação, produção, propagação e conscientização e artes em propaganda dentro da área de ações voluntárias e voluntariado, Vidal acredita que a edição 2014 da Campanha Propaganda Voluntária corresponder ao esperado, iremos inserir algumas novidades, uma delas é premiação (brindes) entre outras que no decorrer da Campanha os participantes e amigos (as) vão ficar sabendo e vão gostar, afirma. Poderão participar da Campanha, quaisquer pessoa de qualquer faixa etária, do Município de Bento Gonçalves, Região, Brasil e Mundo.
 
            Participe! Acesse no Site/ Blog da Pequeno Grande Campeão no Link: 3ª Campanha Propaganda Voluntária 2014
 
 

Número de inscritos no Sisu passa de 1,6 milhão

 







O número de inscritos no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) chegou a 1.691.193 até as 18h desta terça-feira (7), segundo balanço divulgado pelo Ministério da Educação (MEC). O total de inscrições passa de 3 milhões, pois cada candidato pode fazer até duas opções de curso. As inscrições podem ser feitas até as 23h59 de sexta-feira (10), no site do Sisu. 

De acordo com o MEC, Minas Gerais permanece liderando com o maior número de inscritos (199.961). Em seguida, estão São Paulo (196.116) e Rio de Janeiro (158.614). O ministério divulgou, na tarde desta terça-feira, um balanço dos cursos mais concorridos. Medicina, direito e engenharia civil são os mais procurados.
 
 
Na primeira edição deste ano, o sistema oferece 171.401 vagas em 4.723 cursos de 115 instituições públicas de educação superior. O Sisu seleciona estudantes com base nas notas obtidas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). 
 
Nesta edição, a inscrição está restrita a estudantes que tenham participado do Enem 2013. Fica impedido de se inscrever aquele que tenha tirado zero na prova de redação.
 
Ao longo do período de inscrição, os candidatos têm acesso à nota de corte e à classificação parcial nos cursos em que estão inscritos. 
 
Veja abaixo o cronograma do Sisu 2014:
 
Inscrições: de 6 de janeiro às 23h59, no horário de Brasília, de 10 de janeiro
 
Primeira chamada: 13 de janeiro
 
Matrícula da primeira chamada: 17 a 21 de janeiro
 
Segunda chamada: 27 de janeiro
 
Matrícula da segunda chamada: 31 de janeiro a 4 de fevereiro
 
Inscrição na lista de espera: 27 de janeiro a 7 de fevereiro
 
Convocação dos candidatos em lista de espera: a partir de 11 de fevereiro
Fonte: Agência Brasil

domingo, 5 de janeiro de 2014

Especialistas recomendam cuidados com a saúde durante o verão

Em tempo de calor intenso, com sensação térmica, em alguns dias, por volta dos 50 graus Celsius (°C), como tem feito no Rio de Janeiro, todo cuidado é pouco para evitar doenças típicas do verão. Os especialistas recomendam beber água, evitar exposição ao sol no período entre 10h e 16h, quando o sol é mais forte, e usar de protetor solar.
 
O vice-presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio, Nelson Nahon, disse que o maior perigo na temporada de verão, além do excesso do sol, é a desidratação. Ele alertou para os cuidados com a alimentação. “Tem muita gente que se alimenta na rua. É preciso prestar atenção na qualidade, e, nas praias, tem que ver se os ambulantes estão com os alimentos expostos por muito tempo”, disse.

Para o médico, há muita gente que comete abusos, como é o caso das pessoas que ficam durante um período longo nas praias. “O pessoal fica, às vezes, o dia inteiro sob o sol intenso e ainda leva crianças com menos de seis meses para a praia. Isso não é indicado”, analisou.

Segundo o médico, a principal consequência da exposição excessiva ao sol é a desidratação que, dependendo da intensidade, pode provocar diarreia e vômito. “No caso mais acentuado, se a pessoa passar mal, tem que ir para um hospital e tomar soro. A desidratação pode ser uma coisa perigosa, principalmente em pessoas mais idosas e mais novas”, informou.

Nelson Nahon aconselhou que diante de vômitos e tonturas a pessoa procure uma unidade de saúde para uma consulta. “O vômito é um sinal, junto com o sol forte e a falta de hidratação. Isso é um alerta”, disse.
Para quem não tem hábito de fazer exercícios e pretende mudar de vida neste começo de ano, o cardiologista e médico da Seleção Brasileira, Serafim Borges, recomendou que o interessado comece o projeto de vida saudável ao ar livre, logo nas primeiras horas da manhã ou no fim da tarde.

“Tem que fazer exercício antes das 9h ou depois das 17h. Se não for assim é melhor deixar para começar a fazer os exercícios em outra época do ano. Lamentavelmente, muitas pessoas começam porque desejam seguir a velha história de que, quando chega o verão, é preciso fazer exercício e emagrecer, e não toma cuidado”, disse.

O médico sugeriu alimentação rica em carboidrato e livre de gordura animal, uso de roupa clara ventilada e leve; e forte hidratação. “A melhor hidratação nos 30 minutos iniciais de uma corrida ou de uma caminhada é a água. Após os 30 minutos pode ser uma água de coco sempre bem gelada”, recomendou.
 
 Edição: Beto Coura

sábado, 4 de janeiro de 2014

Papa doa R$ 11,7 milhões e alivia dívida da Jornada Mundial da Juventude

Os organizadores da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) conseguiram nesta sexta-feira, (3), um alívio na dívida deixada pelo encontro católico que trouxe ao Rio o papa Francisco, em sua primeira viagem internacional, na última semana de julho. O pontífice determinou a doação de R$ 11,7 milhões para ajudar no pagamento das contas pendentes. Esta quantia, somada aos R$ 800 mil arrecadados pela campanha de doação lançada em outubro, reduzirá a dívida dos atuais R$ 43,2 milhões para R$ 30,7 milhões.
 
Em nota, o Comitê Organizador Local (COL) da Jornada informou que "os recursos chegam para ajudar a saldar parte dos investimentos que fizeram possível essa grande festa de fé". Em agosto, auditoria realizada pela empresa Ernst&Young concluiu que o déficit da Jornada era de R$ 91,3 milhões. Depois de a Arquidiocese do Rio negociar com os fornecedores e vender por R$ 46 milhões o imóvel onde funciona o hospital Quinta D'Or, em São Cristóvão (zona norte), a dívida chegou a R$ 43,2 milhões em novembro, sendo R$ 22,92 milhões em despesas com alimentação e R$ 20,28 milhões devidos a fornecedores diversos, segundo o COL.
 
"Quando o papa Francisco esteve no Rio, em julho de 2013, ficou bem impressionado com tudo que experimentou naqueles dias, manifestando a intenção de contribuir financeiramente com a Jornada Mundial da Juventude. Foi uma iniciativa que partiu dele, reconhecendo a importância da JMJ para a juventude, a sociedade e a Igreja. Neste mês de janeiro, o gesto se concretizou. O Sumo Pontífice dispôs a contribuição de R$ 11,7 milhões", diz a nota do comitê organizador.
 
O texto informa que "os contratos ainda em aberto estão sendo renegociados e os valores pendentes devem ser quitados na medida em que os recursos estiverem disponíveis". Segundo o comitê, a venda de três DVDs e um CD da Jornada "também serão fonte de recursos" para pagar as contas.
 
* Estadão Conteúdo

sábado, 21 de setembro de 2013

Seis estados brasileiros devem receber Minha Casa Minha Vida Entidades


(Foto: Divulgação)

O resultado da seleção de projetos para o programa Minha Casa Minha Vida Entidades foi divulgado nesta sexta-feira, 20. No total, 2.792 unidades habitacionais vão ser construídas no Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Goiás, Rondônia e Pernambuco.


Foram selecionadas 8 entidades organizadoras, entre cooperativas e associações. O investimento é de R$ 170,259 milhões para a contratação das empresas e R$ 19,885 milhões estão destinados a três entidades para contratação dos trabalhadores.


O programa Minha Casa Minha Vida Entidades é destinado para as famílias com renda mensal de até R$ 1.600,00, organizadas em cooperativas habitacionais ou mistas, associações e demais entidades privadas sem fins lucrativos. O trabalho é realizado por meio da produção, aquisição ou requalificação de imóveis já existentes.



A União concede subsídio para a construção das unidades habitacionais por meio da concessão de financiamentos a beneficiários organizados de forma associativa por uma entidade. Toda entidade requer habilitação prévia do Ministério das Cidades. A parcela paga pelo beneficiário é de 5% da renda mensal, durante 10 anos, com prestação mínima de R$ 25.

 

Minha Casa Minha Vida

O programa MCMV já contratou mais de 2.902 milhões de unidades habitacionais, sendo que 28.278 são destinadas a modalidade Entidades. Do total de contração do País, 1.628 milhão foram concluídas e 1.322 milhão de unidades do programa já estão entregues. O investimento total é de R$ 186,4 bilhões.



O Minha Casa Minha Vida – Entidades foi criado pelo governo federal, em 2009, com objetivo de tornar a moradia acessível às famílias organizadas por meio de cooperativas habitacionais, associações e demais entidades privadas sem fins lucrativos.

 
* Com informações do Portal Brasil

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Casa Brasil 2013 inicia nesta terça-feira em Bento

Inicia amanhã e ocorre até o próximo dia 16 (sexta-feira) em Bento Gonçalves, a Casa Brasil 2013, feira organizada pelo Sindmóveis (Sindicato das Indústrias do Mobiliário), que alia design e negócios. Apesar de a feira ser voltada para profissionais do setor, a comunidade em geral também pode participar, mediante aquisição de ingressos no valor de R$ 50.
 
Dentre as novidades deste ano, está a realização do Projeto Comprador, que será realizado pela primeira vez durante a Casa Brasil. Além disso, os visitantes também terão acesso à projetos como o Cantina Benta, que trás o trabalho de artesãos da região aliado ao design.
 
Neste ano, a feira espera cerca de 20 mil visitantes, e projeta um volume de negócios superior a R$ 200 milhões. Serão 150 expositores entre brasileiros e estrangeiros, oriundos de estados com Minas Gerais, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo, além de países como Espanha, França e Portugal.
 
Em sua 4ª edição, a feira será realizada de 13 a 16 de agosto de 2013, das 12h às 20h no parque de eventos de Bento.
 
Fonte: Central de Jornalismo da Difusora 890 AM
 
Foto: Facebook/Casa Brasil

terça-feira, 30 de julho de 2013

Jornada da Juventude injetou R$ 1,2 bilhão na economia do Rio

Durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que terminou neste domingo (28), foram injetados recursos na ordem de R$ 1,2 bilhão na economia cidade. A informação foi divulgada nesta segunda (29) pelo prefeito Eduardo Paes. Segundo ele, o balanço geral do evento ainda não foi fechado.
 
Os principais eventos que contaram com a presença do papa Francisco foram acompanhados por mais de 10 milhões de pessoas. A missa de despedida neste domingo (28) em Copacabana foi o evento que reuniu o maior número de fiéis, 3,2 milhões. Durante os seis dias de evento, a cidade recebeu 335 mil peregrinos inscritos na JMJ, provenientes de 175 países, incluindo 220 mil brasileiros, segundo a organização do evento.
 
Mais de 6 mil ônibus fretados trouxeram 290 mil peregrinos. Na Rodoviária Novo Rio, circularam 500 mil fiéis. E nos aeroportos Santos Dumont e do Galeão, 14 mil peregrinos foram atendidos na fun zone, área montada para a jornada.
 
Segundo o prefeito, não foi registrado tumulto. Porém, os peregrinos enfrentaram dificuldades com transporte. Os sistemas de trem e de ônibus registraram grande número de passageiros. A Central do Brasil registrou no sábado (27), dia da peregrinação que partiu da estação, o recorde histórico de passageiros de trem, com 155.777. Em todo o período da jornada, o sistema de trens urbanos transportou 3 milhões de pessoas. No metrô, também foram 3 milhões de passageiros. Os dois sistemas funcionaram de forma ininterrupta durante o fim de semana. O sistema de ônibus operou com a frota máxima, com 8.800 veículos e 3,5 milhões de passageiros.
 
Durante a JMJ, foram recolhidas 390 toneladas de lixo, sendo 45 toneladas de materiais recicláveis. De acordo com Eduardo Paes, apenas no réveillon de Copacabana são recolhidos normalmente 320 toneladas. “A operação da Comlurb [Companhia Municipal de Limpeza Urbana] acabou nesta segunda às 2h da manhã, em Copacabana. O trabalho foi muito facilitado pelos peregrinos, visitantes e cariocas, que ajudaram recolhendo o material. Isso faz a gente pensar se não pode ser assim sempre. E foi a primeira vez que a Comlurb tratou a possibilidade da reciclagem em grandes eventos”.
 
Na área de saúde, foram feitos 4.780 atendimentos, nos 11 postos montados, sendo que 84 pacientes foram transferidos para a rede municipal. Os principais problemas foram mal-estar, crise de asma, hipertensão em idosos, vômito, diarreia, dor lombar e cansaço.
 
Quanto aos banheiros químicos, alvos de várias reclamações por parte dos peregrinos, Paes argumentou que não foi possível transferir toda a estrutura montada em Guaratiba para Copacabana. “Tivemos a transferência de uma logística montada em Guaratiba para Copacabana, não deu para trazer todos os banheiros e nem dispor da mesma forma. Enfim, a gente teve em alguns momentos a superlotação, mas a população foi solidária, acolhendo os peregrinos. Quem conhece a jornada sabe que a experiência das pessoas aqui foi muito positiva. Ainda não tem os números de visitas ao Cristo e ao Pão de Açúcar, mas a semana é toda de recordes. Não tenho dúvidas de afirmar que, apesar dos problemas que enfrentamos, a cidade se comportou muito bem recebendo a JMJ”.
 
O prefeito ressaltou que, dos cinco grandes eventos programados para a cidade de 2012 a 2016 (Rio+20, Copa das Confederações, JMJ, Copa do Mundo e Olimpíadas), o mais difícil é a jornada. “Dos grandes eventos, a cidade já pegou todos, já passamos por três e ainda faltam dois. O mais difícil de todos e a JMJ e o que nós nos preparamos melhor será as Olimpíadas”.
 
Ele agradeceu aos peregrinos, ao papa Francisco e, principalmente aos moradores da cidade, pelo sucesso da jornada. “Não tenho dúvida que a cidade recebeu a maior, mais longa e mais bonita festa da história. Foi a visita mais ilustre e mais agradável que a cidade já recebeu. Agradeço ao papa Francisco, aos visitantes e em especial aos moradores da cidade. O Rio demonstrou enorme capacidade de receber visitantes, os cariocas estão muito felizes de receber esse eventos”.
 
Fonte: Agência Brasil

domingo, 28 de julho de 2013

Neste momento, já começo a sentir saudades', diz papa na despedida do Brasil

Pontífice, que prometeu voltar ao País em 2017, terminou discurso com um 'até breve'; voo para Roma deixou o Galeão às 19h35

Depois de sete dias no País para a Jornada Mundial da Juventude, o papa Francisco despediu-se do Brasil na Base Aérea do Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio, antes de partir para Roma, às 19h35 deste domingo, 28. Agradecendo a presidente Dilma Rousseff, os voluntários e os peregrinos que estiveram presentes no evento católico, ele disse que já sentia saudades e voltou a se dirigir aos jovens: "continuarei a nutrir uma esperança imensa nos jovens do Brasil e do mundo", afirmou. O pontífice, que prometeu voltar ao País em 2017, concluiu o discurso com um "até breve" - espera-se que o papa retorne ao Brasil para as comemorações dos 300 anos do descobrimento, no interior de São Paulo, de uma imagem de Nossa Senhora da Aparecida, santa que se tornou a padroeira do Brasil.
Papa se despede antes de embarcar no avião rumo a Roma - Fábio Motta/AE
Papa se despede antes de embarcar no avião rumo a Roma
 
Na cerimônia de despedida, o vice-presidente Michel Temer representou a presidente Dilma. Em referência a um discurso feito pelo papa na favela de Varginha, no Rio, no qual manifestou o desejo de bater em todas as portas do País, Temer disse em seu pronunciamento que as portas do Brasil estão abertas. "Na próxima vez (que vier), portanto, simplesmente entre sem pedir licença, porque no coração dos brasileiros sempre haverá um lugar para recebê-lo", disse. "Boa viagem, papa Francisco, volte logo".

Entre as autoridades brasileiras também estiveram presentes o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, o governador do Rio, Sérgio Cabral, o prefeito da capital, Eduardo Paes, e parlamentares.

Veja íntegra do discurso:

"Senhora Presidenta da República, Distintas Autoridade Nacionais, Estaduais e Locais, Senhor Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro, Senhores Cardeais e Irmãos no Episcopado, Queridos Amigos!

Dentro de alguns instantes, deixarei sua Pátria para regressar a Roma. Parto com a alma cheia de recordações felizes; essas - estou certo - tornar-se-ão oração. Neste momento, já começo a sentir saudades. Saudades do Brasil, este povo tão grande e de grande coração; este povo tão amoroso. Saudades do sorriso aberto e sincero que vi em tantas pessoas,saudades do entusiasmo dos voluntários. Saudades da esperança no olhar dos jovens no Hospital São Francisco. Saudades da fé e da alegria em meio à adversidade dos moradores de Varginha. Tenho a certeza de que Cristo vive e está realmente presente no agir de tantos e tantos jovens e demais pessoas que encontrei nesta inesquecível semana. Obrigado pelo acolhimento e o calor da amizade que me foram demonstrados. Também disso começo a sentir saudades.

De modo particular agradeço à Senhora Presidenta, por ter-se feito intérprete dos sentimentos de todo o povo do Brasil para com o Sucessor de Pedro. Cordialmente agradeço a meus Irmãos Bispos e seus inúmeros colaboradores por terem tornado estes dias uma celebração estupenda da nossa fé fecunda e jubilosa em Jesus Cristo. Agradeço a todos os que tomaram parte nas celebrações da Eucaristia e nos restantes eventos, àqueles que os organizaram, a quantos trabalharam para difundi-los através da mídia. Agradeço, enfim, a todas as pessoas que, de um modo ou outro, souberam acudir às necessidades de acolhida e gestão de uma multidão imensa de jovens, sem esquecer de tantas pessoas que, no silêncio e na simplicidade, rezaram para que esta Jornada Mundial da Juventude fosse uma verdadeira experiência de crescimento na fé. Que Deus recompense a todos, como só Ele sabe fazer!

Neste clima de gratidão e saudades, penso nos jovens, protagonistas desse grande encontro: Deus lhes abençoe por tão belo testemunho de participação viva, profunda e alegre nestes dias! Muitos de vocês vieram como discípulos nesta peregrinação; não tenho dúvida de que todos agora partem como missionários. A partir do testemunho de alegria e de serviço de vocês, façam florescer a civilização do amor. Mostrem com a vida que vale a pena gastar-se por grandes ideais, valorizar a dignidade de cada ser humano, e apostar em Cristo e no seu Evangelho. Foi Ele que viemos buscar nestes dias,porque Ele nos buscou primeiro, Ele nos faz arder o coração para anunciar a Boa Nova nas grandes metrópoles e nos pequenos povoados, no campo e em todos os locais deste nosso vasto mundo. Continuarei a nutrir uma esperança imensa nos jovens do Brasil e do mundo inteiro: através deles, Cristo está preparando uma nova primavera em todo o mundo. Eu vi os primeiros resultados desta sementeira; outros rejubilarão com a rica colheita! O meu pensamento final, minha última expressão das saudades, dirige-se a Nossa Senhora Aparecida. 

Naquele amado Santuário, ajoelhei-me em prece pela humanidade inteira e, de modo especial, por todos os brasileiros. Pedi a Maria que robusteça em vocês a fé cristã, que é parte da nobre alma do Brasil, como também de muitos outros países, tesouro de sua cultura, alento e força para construírem uma nova humanidade na concórdia e na solidariedade.

O Papa vai embora e lhes diz "até breve", um "até breve" com saudades, e lhes pede, por favor, que não se esqueçam de rezar por ele. Este Papa precisa da oração de todos vocês. Um abraço para todos. Que Deus lhes abençoe!"

Cracóvia, na Polônia, recebe próxima Jornada da Juventude, confirma papa

A notícia que a próxima Jornada Mundial da Juventude (JMJ) será em Cracóvia, na Polônia, em 2016, foi dada pelo papa Francisco, durante a Missa de Envio, antes da oração do Angelus, e foi recebida com muitos aplausos e alegria pelos fiéis. A missa é a última celebrada por Francisco no Rio. Logo após a oração, muitos gritaram o nome do país e do papa João Paulo II, em cujo pontificado começaram a ser realizadas as jornadas da Juventude.Bandeiras da Polônia são agitadas a todo momento e faixas com o nome de João Paulo II são erguidas pelos que acompanharam a cerimônia.

Um grupo de 30 pessoas, que vieram de Varsóvia, comemorou a confirmação da escolha da cidade de Cracóvia para a próxima jornada e convidou os brasileiros a conhecer a Polônia.

Um deles, o padre Krystian Chmiefewski, disse que vai ser difícil fazer uma JMJ melhor que a do Brasil. "Para nós, apesar de tudo, o Rio foi melhor do que Madri [em 2011] e que a Alemanha [em Colônia, em 2005]. O espírito do povo, alegre e fácil, inclusive dos motoristas de ônibus, que pararam inúmeras vezes para nos deixar tirar fotos, é uma coisa incrível no Brasil", elogiou Chmiefewski.

O estudante Mikhal Sadownikis, de 18 anos, ressaltou que é difícil imaginar tantas pessoas reunidas na Polônia, mas disse que receberá com a mesma hospitalidade os brasileiros e pessoas de outras naçãoes que forem à próxima jornada. "Estou muito feliz, venham para a minha cidade. Vou recebê-los na minha casa."

Reunidos nas areias da Praia de Copacabana, entre o Posto 5 e o 6, onde passaram a noite, dez jovens da cidade de Gdynia, na Polônia, ficaram emocionados com a escolha de uma cidade polonesa para sede da próxima jornada.

"A Polônia merece. Somos um grupo grande de católicos, mas as pessoas não praticam, não vão à igreja. A Jornada Mundial da Juventude vai dar esperança ao povo polonês, que também tem sofrido com a situação política", disse Patrick Lehmann, de 18 anos.

Todos os integrantes do grupo convidam os brasileiros a conhecer Cracóvia. "Venham, vocês vão gostar, vamos retribuir", reforçou o padre Krystian.

Ao comentar a escolha de Cracóvia para sede da próxima JMJ, o arcebispo da cidade, dom Stanislaw Dziwisz, que participou da missa, disse que os poloneses esperaram muito por este momento. Segundo ele, há um grande entusiasmo, não só entre os jovens poloneses, mas entre todos os que estão no Rio. "Estou seguro de que, neste momento, em Cracóvia, a alegria é incontida, porque é desejo de todos ser tocados com mais profundidade ainda pelo amor de Cristo", afirmou o arcebispo.

"Esta decisão é uma expressão de gratidão a Deus pela próxima canonização de João Paulo II. É um ato que dá continuidade à grande obra de João Paulo II: um patrimônio que devemos levar adiante", concluiu dom Dziwisk. Morto em 2005, João Paulo II foi arcebispo de Cracóvia, que fica a 50 quilômetros de Wadowice, sua cidade natal.

Desde o pontificado de Bento XVI, a Jornada Mundial da Juventude é realizada de três em três anos. Como o último encontro foi em 2011, em Madri, a jornada que se encerra hoje no Rio seria em 2014, mas foi antecipada para não coincidir com a Copa do Mundo, que será realizada no próximo ano, nesse período, no Brasil. Com a JMF de Cracóvia marcada para 2016, retoma-se o intervalo de três anos entre os eventos.

Agência Brasil

Em discurso duro, papa critica bispos e pede reforma da Igreja

Em encontro com o Celam, Francisco atacou o abuso de poder na Igreja, a mentalidade de 'príncipes' entre os cardeais, o carreirismo e a distância imposta pelos bispos aos fiéis


Pontífice recomendou aos bispos que se aproximem dos fiéis - Reprodução
Pontífice recomendou aos bispos que se aproximem dos fiéis
O papa Francisco fez neste domingo uma autocrítica antes de deixar o Brasil: a Igreja está "atrasada" e mantém "estruturas caducas". Para ele, chegou o momento de a instituição entender que precisa se modernizar e deixar de viver de tradições ou de vender esperanças para o futuro. Em seus improvisos, porém, deixou claro que é preciso mudar sem perder dogmas nem valores. 

A ocasião escolhida para apresentar seu "programa de governo" para a Igreja – baseado no documento de 2007 da Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe, em Aparecida – foi a reunião que manteve com os cardeais, ontem à tarde no Rio. Francisco fez um ataque ao abuso de poder na Igreja, à mentalidade de "príncipes" entre os cardeais, à inclusão de ideologias sociais no Evangelho – tanto marxistas quanto liberais – e uma denúncia frontal contra o carreirismo e contra a distância imposta pelos bispos aos fiéis.

Em um duro discurso, o papa Francisco apelou por uma Igreja "atual" e apresentou um raio X dos problemas da Igreja que, segundo ele, estão impedindo seu crescimento e fazendo proliferar sua "imaturidade". As reformas na Cúria começarão a ser apresentadas já em setembro. Mas, para o papa, mudanças nas estruturas não bastarão. É preciso adotar nova atitude.

No centro de seu projeto estão a renovação interna da Igreja e a insistência de que sacerdotes deixem a sacristia e tomem as ruas, dando especial atenção às periferias – não só das cidades, mas também aos segmentos marginalizados da sociedade. "O que leva a mudar os corações dos cristãos é justamente a missionariedade", declarou, lembrando que isso "exige gerar a consciência de uma Igreja que se organiza para servir a todos os batizados e homens de boa vontade". "O discipulado-missionário é o caminho."

Vícios e tentações. Francisco, porém, ao apresentar sua estratégia para reconquistar fiéis e retomar a influência da Igreja, alertou para vícios e tentações que a instituição atravessa e precisa abandonar para poder retomar sua credibilidade. Disse de improviso que, "com o início do pontificado, recebe cartaz, propostas, chegam-lhe inquietudes, propostas que... se casem os padres, que se ordenem as monjas (risos), que se dê a comunhão aos divorciados". Francisco chega a falar em catolicismo ilustrado e dizer que essas questões "não vão ao problema de fundo, real".

Outra crítica foi dirigida à "ideologização da mensagem evangélica". O argentino, porém, fez questão de atacar não apenas a Teologia da Libertação, mas tendências liberais. "A tentação engloba os campos mais variados, desde o liberalismo de mercado até a categorização marxista", declarou.

O papa também combate o que chama de "restauracionismo" dos movimentos tradicionalistas da Igreja que, segundo ele, usam justamente os ritos para reafirmar a Igreja. Para o papa, essa não é a solução. 

Para ele, outra ameaça à Igreja é o "funcionalismo" que paralisa a instituição. "Reduz-se a realidade da Igreja à estrutura de uma ONG. O que vale é o resultado palpável e as estatísticas. A partir disso, chega-se a todas as modalidades empresariais de Igreja. Constitui uma espécie de ‘teologia da prosperidade’ no organograma da pastoral", disse, uma referência a movimentos pentecostais. "A Igreja é instituição, mas, quando se erige em ‘centro’, se funcionaliza e, pouco a pouco, se transforma em uma ONG." 

O papa também criticou o clericalismo, "uma tentação muito atual na América Latina". Ele denunciou a "cumplicidade viciosa entre o sacerdote que clericaliza e o leigo que lhe pede por favor que o clericalize, porque, no fundo, lhe resulta mais cômodo". O resultado seria uma Igreja com "falta de maturidade adulta e de liberdade cristã". 

Leia a íntegra do discurso no encontro com o Comitê de Coordenação do Celam no Centro de Estudos do Sumaré:

"Agradeço ao Senhor por esta oportunidade de poder falar com vocês, Irmãos Bispos responsáveis do Celam no quadriênio 2011-2015. Há 57 anos que o Celam serve as 22 Conferências Episcopais da América Latina e do Caribe, colaborando solidária e subsidiariamente para promover, incentivar e dinamizar a colegialidade episcopal e a comunhão entre as Igrejas da região e seus pastores.

Como vocês, também eu sou testemunha do forte impulso do Espírito na V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, em Aparecida no mês de maio de 2007, que continua animando os trabalhos do Celam para a anelada renovação das Igrejas particulares. Em boa parte delas, essa renovação já está em andamento. Gostaria de centrar esta conversação no patrimônio herdado daquele encontro fraterno e que todos batizamos como Missão Continental.

Características peculiares de Aparecida

Existem quatro características típicas da referida V Conferência. Constituem como que quatro colunas do desenvolvimento de Aparecida que lhe dão a sua originalidade.

1) Início sem documento

Medelín, Puebla e Santo Domingo começaram os seus trabalhos com um caminho preparatório que culminou em uma espécie de Instrumentum laboris, com base no qual se desenrolou a discussão, a reflexão e a aprovação do documento final. Em vez disso, Aparecida promoveu a participação das Igrejas particulares como caminho de preparação que culminou em um documento de síntese. Este documento, embora tenha sido ponto de referência durante a V Conferência Geral, não foi assumido como documento de partida. O trabalho inicial foi pôr em comum as preocupações dos pastores perante a mudança de época e a necessidade de recuperar a vida de discípulo e missionário com que Cristo fundou a Igreja.

2) Ambiente de oração com o Povo de Deus

É importante lembrar o ambiente de oração gerado pela partilha diária da Eucaristia e de outros momentos litúrgicos, tendo sido sempre acompanhados pelo Povo de Deus. Além disso, realizando-se os trabalhos na cripta do Santuário, a “música de fundo” que os acompanhava era constituída pelos cânticos e as orações dos fiéis.

3) Documento que se prolonga em compromisso, com a Missão Continental

Neste contexto de oração e vivência de fé, surgiu o desejo de um novo Pentecostes para a Igreja e o compromisso da Missão Continental. Aparecida não termina com um documento, mas prolonga-se na Missão Continental.

4) A presença de Nossa Senhora, Mãe da América 

É a primeira Conferência do Episcopado da América Latina e do Caribe que se realiza em um Santuário mariano.

Dimensões da Missão Continental. A Missão Continental está projetada em duas dimensões: programática e paradigmática. A missão programática, como o próprio nome indica, consiste na realização de atos de índole missionária. A missão paradigmática, por sua vez, implica colocar em chave missionária a atividade habitual das Igrejas particulares. Em consequência disso, evidentemente, verifica-se toda uma dinâmica de reforma das estruturas eclesiais. A “mudança de estruturas” (de caducas a novas) não é fruto de um estudo de organização do organograma funcional eclesiástico, de que resultaria uma reorganização estática, mas é consequência da dinâmica da missão. O que derruba as estruturas caducas, o que leva a mudar os corações dos cristãos é justamente a missionariedade. Daqui a importância da missão paradigmática.

A Missão Continental, tanto programática como paradigmática, exige gerar a consciência de uma Igreja que se organiza para servir a todos os batizados e homens de boa vontade. O discípulo de Cristo não é uma pessoa isolada em uma espiritualidade intimista, mas uma pessoa em comunidade para se dar aos outros. Portanto, a Missão Continental implica pertença eclesial.

Uma posição como esta, que começa pelo discipulado missionário e implica entender a identidade do cristão como pertença eclesial, pede que explicitemos quais são os desafios vigentes da missionariedade discipular. Me limito a assinalar dois: a renovação interna da Igreja e o diálogo com o mundo atual.

Renovação interna da Igreja

Aparecida propôs como necessária a Conversão Pastoral. Esta conversão implica acreditar na Boa Nova, acreditar em Jesus Cristo portador do Reino de Deus, em sua irrupção no mundo, em sua presença vitoriosa sobre o mal; acreditar na assistência e guia do Espírito Santo; acreditar na Igreja, Corpo de Cristo e prolongamento do dinamismo da Encarnação.

Neste sentido, é necessário que nos interroguemos, como pastores, sobre o andamento das Igrejas a que presidimos.
Estas perguntas servem de guia para examinar o estado das dioceses quanto à adoção do espírito de Aparecida, e são perguntas que é conveniente pôr-nos, muitas vezes, como exame de consciência.

1. Procuramos que o nosso trabalho e o de nossos presbíteros seja mais pastoral que administrativo? Quem é o principal beneficiário do trabalho eclesial, a Igreja como organização ou o Povo de Deus na sua totalidade?

2. Superamos a tentação de tratar de forma reativa os problemas complexos que surgem? Criamos um hábito proativo? Promovemos espaços e ocasiões para manifestar a misericórdia de Deus? Estamos conscientes da responsabilidade de repensar as atitudes pastorais e o funcionamento das estruturas eclesiais, buscando o bem dos fiéis e da sociedade?

3. Na prática, fazemos os fiéis leigos participantes da missão? Oferecemos a palavra de Deus e os sacramentos com consciência e convicção claras de que o Espírito se manifesta neles?

4. Temos como critério habitual o discernimento pastoral, servindo-nos dos Conselhos Diocesanos? Tanto estes como os Conselhos paroquiais de Pastoral e de Assuntos Econômicos são espaços reais para a participação laical na consulta, organização e planejamento pastoral? O bom funcionamento dos Conselhos é determinante. Acho que estamos muito atrasados nisso.

5. Nós, Pastores Bispos e Presbíteros, temos consciência e convicção da missão dos fiéis e lhes damos a liberdade para irem discernindo, de acordo com o seu processo de discípulos, a missão que o Senhor lhes confia? Apoiamo-los e acompanhamos, superando qualquer tentação de manipulação ou indevida submissão? Estamos sempre abertos para nos deixarmos interpelar pela busca do bem da Igreja e da sua
Missão no mundo?

6. Os agentes de pastoral e os fiéis em geral sentem-se parte da Igreja, identificam-se com ela e aproximam-na dos batizados indiferentes e afastados?

Como se pode ver, aqui estão em jogo atitudes. A Conversão Pastoral diz respeito, principalmente, às atitudes e a uma reforma de vida. Uma mudança de atitudes é necessariamente dinâmica: “entra em processo” e só é possível moderá-lo acompanhando-o e discernindo-o. É importante ter sempre presente que a bússola, para não se perder nesse caminho, é a identidade católica concebida como pertença eclesial.

Diálogo com o mundo atual

Faz-nos bem lembrar estas palavras do Concílio Vaticano II: As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens do nosso tempo, sobretudo dos pobres e atribulados, são também alegrias e esperanças, tristezas e angústias dos discípulos de Cristo. Aqui reside o fundamento do diálogo com o mundo atual.

A resposta às questões existenciais do homem de hoje, especialmente das novas gerações, atendendo à sua linguagem, entranha uma mudança fecunda que devemos realizar com a ajuda do Evangelho, do Magistério e da Doutrina Social da Igreja. Os cenários e areópagos são os mais variados. Por exemplo, em uma mesma cidade, existem vários imaginários coletivos que configuram “diferentes cidades”. Se continuarmos apenas com os parâmetros da “cultura de sempre”, fundamentalmente uma cultura de base rural, o resultado acabará anulando a força do Espírito Santo. Deus está em toda a parte: há que saber descobri-lo para poder anunciá-lo no idioma dessa cultura; e cada realidade, cada idioma tem um ritmo diferente.

Algumas tentações contra o discipulado missionário

A opção pela missionariedade do discípulo sofrerá tentações. É importante saber por onde entra o espírito mau, para nos ajudar no discernimento. Não se trata de sair à caça de demônios, mas simplesmente de lucidez e prudência evangélicas. Limito-me a mencionar algumas atitudes que configuram uma Igreja “tentada”. Trata-se de conhecer determinadas propostas atuais que podem mimetizar-se em a dinâmica do discipulado missionário e deter, até fazê-lo fracassar, o processo de Conversão Pastoral.

1. A ideologização da mensagem evangélica. É uma tentação que se verificou na Igreja desde o início: procurar uma hermenêutica de interpretação evangélica fora da própria mensagem do Evangelho e fora da Igreja.

Um exemplo: a dado momento, Aparecida sofreu essa tentação sob a forma de assepsia. Foi usado, e está bem, o método de “ver, julgar, agir”. A tentação se encontraria em optar por um "ver" totalmente asséptico, um “ver” neutro, o que não é viável. O ver está sempre condicionado pelo olhar. Não há uma hermenêutica asséptica. Então a pergunta era: Com que olhar vamos ver a realidade? Aparecida respondeu: Com o olhar de discípulo. Assim se entendem os números 20 a 32. Existem outras maneiras de ideologização da mensagem e, atualmente, aparecem na América Latina e no Caribe propostas desta índole. Menciono apenas algumas:

a) O reducionismo socializante. É a ideologização mais fácil de descobrir. Em alguns momentos, foi muito forte. Trata-se de uma pretensão interpretativa com base em uma hermenêutica de acordo com as ciências sociais. Engloba os campos mais variados, desde o liberalismo de mercado até a categorização marxista.

b) A ideologização psicológica. Trata-se de uma hermenêutica elitista que, em última análise, reduz o “encontro com Jesus Cristo” e seu sucessivo desenvolvimento a uma dinâmica de autoconhecimento.
Costuma verificar-se principalmente em cursos de espiritualidade, retiros espirituais, etc. Acaba por resultar numa posição imanente autorreferencial. Não tem sabor de transcendência, nem portanto de missionariedade.

c) A proposta gnóstica. Muito ligada à tentação anterior. Costuma ocorrer em grupos de elites com uma proposta de espiritualidade superior, bastante desencarnada, que acaba por desembocar em posições pastorais de “quaestiones disputatae”. Foi o primeiro desvio da comunidade primitiva e reaparece, ao longo da história da Igreja, em edições corrigidas e renovadas. Vulgarmente são denominados “católicos iluminados” (por serem atualmente herdeiros do Iluminismo). Uma gnose a partir da qual se interpreta o Evangelho e a vida pastoral. Com o início do pontificado, chegam cartas, propostas, inquietudes de fiéis e católicos, com desejos: de que se casem os padres, que se ordenem as freiras, que se dê a comunhão dos divorciados. Não vão ao problema de fundo real, mas a estas pequenas posturas ilustradas que nascem precisamente deste tipo de hermenêutica. [trecho improvisado do discurso]

d) A proposta pelagiana. Aparece fundamentalmente sob a forma de restauracionismo. Perante os males da Igreja, busca-se uma solução apenas na disciplina, na restauração de condutas e formas superadas que, mesmo culturalmente, não possuem capacidade significativa. Na América Latina, costuma verificar-se em pequenos grupos, em algumas novas Congregações Religiosas, em tendências para a “segurança” doutrinal ou disciplinar. Fundamentalmente é estática, embora possa prometer uma dinâmica para dentro: regride. Procura “recuperar” o passado perdido.

2. O funcionalismo. A sua ação na Igreja é paralisante. Mais do que com a rota, se entusiasma com o “roteiro”. A concepção funcionalista não tolera o mistério, aposta na eficácia. Reduz a realidade da Igreja à estrutura de uma ONG. O que vale é o resultado palpável e as estatísticas. A partir disso, chega-se a todas as modalidades empresariais de Igreja. Constitui uma espécie de “teologia da prosperidade” no organograma da pastoral.

3. O clericalismo é também uma tentação muito atual na América Latina. Curiosamente, na maioria dos casos, trata-se de uma cumplicidade viciosa: o sacerdote clericaliza e o leigo lhe pede por favor que o clericalize, porque, no fundo, lhe resulta mais cômodo. O fenômeno do clericalismo explica, em grande parte, a falta de maturidade adulta e de liberdade cristã em boa parte do laicato da América Latina: ou não cresce (a maioria), ou se abriga sob coberturas de ideologizações como as indicadas, ou ainda em pertenças parciais e limitadas. Em nossas terras, existe uma forma de liberdade laical através de experiências de povo: o católico como povo. Aqui vê-se uma maior autonomia, geralmente sadia, que se expressa fundamentalmente na piedade popular. O capítulo de Aparecida sobre a piedade popular descreve, em profundidade, essa dimensão. A proposta dos grupos bíblicos, das comunidades eclesiais de base e dos Conselhos pastorais está na linha de superação do clericalismo e de um crescimento da responsabilidade laical.

Poderíamos continuar descrevendo outras tentações contra o discipulado missionário, mas acho que estas são as mais importantes e com maior força neste momento da América Latina e do Caribe.

Algumas orientações eclesiológicas

1.
O discipulado-missionário que Aparecida propôs às Igrejas da América Latina e do Caribe é o caminho que Deus quer para “hoje”. Toda a projeção utópica (para o futuro) ou restauracionista (para o passado) não é do espírito bom. Deus é real e se manifesta no “hoje”. A sua presença, no passado, se nos oferece como “memória” da saga de salvação realizada quer em seu povo quer em cada um de nós; no futuro, se nos oferece como “promessa” e esperança. No passado, Deus esteve lá e deixou sua marca: a memória nos ajuda encontrá-lo; no futuro, é apenas promessa... e não está nos mil e um “futuríveis”. O “hoje” é o que mais se parece com a eternidade; mais ainda: o “hoje” é uma centelha de eternidade. No “hoje”, se joga a vida eterna.

O discipulado missionário é vocação: chamada e convite. Acontece em um “hoje”, mas “em tensão”. Não existe o discipulado missionário estático. O discípulo missionário não pode possuir-se a si mesmo; a sua imanência está em tensão para a transcendência do discipulado e para a transcendência da missão. Não admite a autorreferencialidade: ou refere-se a Jesus Cristo ou refere-se às pessoas a quem deve levar o anúncio dele. Sujeito que se transcende. Sujeito projetado para o encontro: o encontro com o Mestre (que nos unge discípulos) e o encontro com os homens que esperam o anúncio.

Por isso, gosto de dizer que a posição do discípulo missionário não é uma posição de centro, mas de periferias: vive em tensão para as periferias... incluindo as da eternidade no encontro com Jesus Cristo. No anúncio evangélico, falar de “periferias existenciais” descentraliza e, habitualmente, temos medo de sair do centro. O discípulo-missionário é um descentrado: o centro é Jesus Cristo, que convoca e envia. O discípulo é enviado para as periferias existenciais.

2. A Igreja é instituição, mas, quando se erige em “centro”, se funcionaliza e, pouco a pouco, se transforma em uma ONG. Então, a Igreja pretende ter luz própria e deixa de ser aquele “mysterium lunae” de que nos falavam os Santos Padres.

Torna-se cada vez mais autorreferencial, e se enfraquece a sua necessidade de ser missionária. De “Instituição” se transforma em “Obra”. Deixa de ser Esposa, para acabar sendo Administradora; de Servidora se transforma em “Controladora”. Aparecida quer uma Igreja Esposa, Mãe, Servidora, facilitadora da fé e não controladora da fé.

3. Em Aparecida, verificam-se de forma relevante duas categorias pastorais, que surgem da própria originalidade do Evangelho e nos podem também servir de orientação para avaliar o modo como vivemos eclesialmente o discipulado missionário: a proximidade e o encontro. Nenhuma das duas é nova, antes configuram a maneira como Deus se revelou na história. É o “Deus próximo” do seu povo, proximidade que chega ao máximo quando Ele encarna. É o Deus que sai ao encontro do seu povo. Na América Latina e no Caribe, existem pastorais “distantes”, pastorais disciplinares que privilegiam os princípios, as condutas, os procedimentos organizacionais... obviamente sem proximidade, sem ternura, nem carinho.

Ignora-se a "revolução da ternura", que provocou a encarnação do Verbo. Há pastorais posicionadas com tal dose de distância que são incapazes de conseguir o encontro: encontro com Jesus Cristo, encontro com os irmãos. Este tipo de pastoral pode, no máximo, prometer uma dimensão de proselitismo, mas nunca chegam a conseguir inserção nem pertença eclesial. A proximidade cria comunhão e pertença, dá lugar ao encontro. A proximidade toma forma de diálogo e cria uma cultura do encontro. Uma pedra de toque para aferir a proximidade e a capacidade de encontro de uma pastoral é a homilia. A pastoral é, em última instância, o exercício de maternidade da Igreja. Como são as nossas homilias? Estão próximas do exemplo de Nosso Senhor, que “falava como quem tem autoridade”, ou são meramente prescritivas, distantes, abstratas?

4. Quem guia a pastoral, a Missão Continental (seja programática seja paradigmática), é o bispo. Ele deve guiar, que não é o mesmo que comandar. Além de assinalar as grandes figuras do episcopado latino-americano que todos nós conhecemos, gostaria de acrescentar aqui algumas linhas sobre o perfil do Bispo, que já disse aos Núncios na reunião que tivemos em Roma. Os bispos devem ser pastores, próximos das pessoas, pais e irmãos, com grande mansidão: pacientes e misericordiosos. Homens que amem a pobreza, quer a pobreza interior como liberdade diante do Senhor, quer a pobreza exterior como simplicidade e austeridade de vida. Homens que não tenham “psicologia de príncipes”. Homens que não sejam ambiciosos e que sejam esposos de uma Igreja sem viver na expectativa de outra. É o fenômeno dos bispos polígamos.
 Estão casados com uma, mas esperando ver quando terão a promoção. Homens capazes de vigiar sobre o rebanho que lhes foi confiado e cuidando de tudo aquilo que o mantém unido: vigiar sobre o seu povo, atento a eventuais perigos que o ameacem, mas sobretudo para cuidar da esperança: que haja sol e luz nos corações. Homens capazes de sustentar com amor e paciência os passos de Deus em seu povo. E o lugar onde o bispo pode estar com o seu povo é triplo: ou à frente para indicar o caminho, ou no meio para mantê-lo unido e neutralizar as debandadas, ou então atrás para evitar que alguém se desgarre mas também, e fundamentalmente, porque o próprio rebanho tem o seu olfato para encontrar novos caminhos.

Não quero juntar mais detalhes sobre a pessoa do bispo, mas simplesmente acrescentar, incluindo-me a mim mesmo nesta afirmação, que estamos um pouco atrasados no que a Conversão Pastoral indica. Convém que nos ajudemos um pouco mais a dar os passos que o Senhor quer que cumpramos neste 'hoje' da América Latina e do Caribe. E seria bom começar por aqui.

Agradeço-lhes a paciência de me ouvirem. Desculpem a desordem do discurso e lhes peço, por favor, para tomarmos a sério a nossa vocação de servidores do povo santo e fiel de Deus, porque é nisso que se exerce e mostra a autoridade: na capacidade de serviço. Muito obrigado!"

Bergoglio tornou-se Francisco em Roma, mas virou papa no Rio

Em uma semana no Brasil, o santo padre esclareceu ao mundo seus planos para a Igreja - Luca Zennaro/EfeRIO - Há pouco mais de quatro meses, Jorge Mario Bergoglio era eleito para ocupar o trono de São Pedro em Roma e se tornou Francisco, mas foi no Rio que ele despontou como papa. Em uma semana no Brasil, o santo padre esclareceu ao mundo seus planos para a Igreja, reconheceu as "incoerências" da instituição e não deixou de criticar sacerdotes e bispos. Aos jovens, os alertou que não poderiam "lavar as mãos" diante dos problemas atuais do mundo.

Em uma semana no Brasil, o santo padre esclareceu ao mundo seus planos para a Igreja

Às classes dirigentes e aos políticos, a mensagem foi especialmente dura. O papa atacou a corrupção, pediu que os pobres fossem ouvidos e que os governos sejam responsáveis por toda a sociedade. 

Foi o banho de multidão, no entanto, e, acima de tudo, o impacto de suas mensagens que passaram a dar um conteúdo a seu pontificado e marcar uma nova realidade no Vaticano: o "governo" de Bento XVI acabou e são as ideias de Francisco que vão marcar o ritmo agora da Santa Sé. 

Ao desembarcar no Rio, após 12 horas de voo sem dormir um só minuto, Francisco dava passos cuidadosamente calculados, o que se refletiu em discursos moderados, sem improvisação. Não demorou para que ele começasse a soltar seus ataques frontais às injustiças e não tivesse qualquer complexo em reafirmar dogmas. Não ficariam dúvidas: a forma e os gestos são novos. A prioridade com os pobres é nova, mas não o Evangelho. Os dogmas da Igreja foram reafirmados, mas não como ameaças. 

Pessoas próximas ao papa contam que ele mesmo se dava conta da dimensão da viagem e do cargo ao longo da semana. Seu discurso ganhou uma dimensão internacional e as multidões que atraiu para a Praia de Copacabana impressionaram os mais experientes cardeais. Fontes do Vaticano confirmaram ao Estado que o papa chegou a chorar durante a viagem por causa da emoção.

Um dos aspectos que chamou a atenção de seus assessores foi sua vitalidade. Por anos, o Vaticano e os fiéis se acostumaram à imagem de um papa velho ou doente. Agora, se em diversas vezes o palco e o púlpito foram seu teatro, foi sobre o papamóvel aberto que uma parte substancial de sua missão ocorreu. "Ele estava acostumado apenas a trajetos curtos na Praça São Pedro e, por isso, sentiu um pouco quando chegou ao Rio. Logo gostou da ideia", brincou um de seus assessores. 

De cima do carro, ele bebeu chimarrão, era alvo de centenas de bandeiras e mexia de um lado ao outro. Para o papa, o momento mais importante de sua viagem foi sua presença numa favela, revelam seus assessores. Fez o que sempre fazia em Buenos Aires, mas, desta vez, visto pelo mundo todo. O Vaticano não nega: a viagem marca um ruptura de fato entre os pontificados de Bento XVI e Francisco. 

Após a missa deste domingo, um de seus assistentes comentou com o papa que a viagem já estava chegando ao fim e ouviu, como resposta, algo tipicamente de um santo padre que sabe que não tem tempo a perder. O Rio, segundo ele, era só o início de um caminho. Porém, tanto Francisco quanto o Vaticano sabem: o caminho da reforma será dos mais difíceis e não há qualquer garantia de que os fiéis serão resgatados e que a Igreja voltará a ser ator importante na sociedade.

sábado, 27 de julho de 2013

Na vigília, papa retoma discurso de apelo aos jovens

Na última noite da Jornada Mundial da Juventude, o papa Francisco fez um discurso repleto de expressões informais, referências ao futebol e às manifestações populares, não só no Brasil, mas em vários países. O papa pediu que os jovens não se submetam a modismos, sejam autênticos e que "suem a camisa" na vivência da religião. 

"Hoje tenho certeza que a semente está caindo numa terra boa, sei que vocês querem ser um terreno bom, não querem ser cristãos pela metade, nem engomadinhos, nem cristãos de fachada, mas sim autênticos. Tenho a certeza de que vocês não querem viver na ilusão de uma liberdade que se deixe arrastar pelas modas e conveniências do momento", disse.

O pontífice pediu que os jovens "sejam os verdadeiros atletas de Cristo" e disse que Jesus oferece algo "muito superior" à Copa do Mundo. "Jesus nos pede que sigamos por toda a vida, pede que sejamos seus discípulos, que ''joguemos no seu time''. Acho que a maioria de vocês ama os esportes. E aqui no Brasil, como em outros países, o futebol é uma paixão nacional. O que faz um jogador quando é convocado para jogar em um time? Deve treinar e muito! Também é assim na nossa vida de discípulos do Senhor", pregou. 

"Queridos amigos, não se esqueçam: vocês são o campo da fé! Vocês são atletas de Cristo! Vocês são construtores de uma Igreja mais bela e de um mundo melhor", disse o papa para os jovens que desde a manhã circulavam pela orla de Copacabana e assistiram a shows de grandes nomes da música católica, como os padres Marcelo Rossi e Fábio de Melo e a banda Rosa de Saron.

Assim como a missa de encerramento, prevista a manhã de domingo, a vigília foi transferida de Guaratiba, na zona oeste, para a Praia de Copacabana, na zona sul, por causa das chuvas, que transformaram o terreno onde inicialmente seriam realizados os dois últimos eventos da Jornada em um grande lamaçal. "Quando nosso coração é uma terra boa que acolhe a palavra de Deus, quando se ''sua a camisa'' procurando viver como cristãos, nós experimentamos algo maravilhoso: nunca estamos sozinhos", disse o pontífice.

Em referência ao nome como era chamado o terreno que abrigaria a vigília em Guaratiba, Campus Fidei (Campo da Fé), o papa lembrou a parábola do semeador, em que sementes caem em terrenos pedregosos e não germinam, enquanto outras caem em terras férteis. Francisco usou expressões familiares aos jovens para traduzir os princípios religiosos. Antes, pediu que os jovens sejam missionários na construção da uma nova Igreja.

 "Jesus nos oferece algo muito superior que a Copa do Mundo! Oferece-nos a possibilidade de uma vida fecunda e feliz e nos oferece também um futuro com Ele que não terá fim: a vida eterna. Jesus porém nos pede que treinemos para estar ''em forma'', para enfrentar, sem medo, todas as situações da vida, testemunhando nossa fé", afirmou.

Mais uma vez o pontífice mostrou a preocupação em falar de temas da atualidade que chamam atenção da juventude ou que têm os jovens como protagonistas. Ressaltou, porém, a parcela de responsabilidade de cada um no esforço por mudança. "Acompanhei atentamente as notícias a respeito de muitos jovens que, em tantas partes do mundo, saíram pelas ruas para expressar o desejo de uma civilização mais justa e fraterna.
 
 Mas, fica a pergunta: por onde começar, quais são os critérios para a construção de uma sociedade mais justa? Quando perguntaram a Madre Teresa de Calcutá o que devia mudar na Igreja, ela respondeu: você e eu!" Francisco pediu empenho para construção de uma Igreja grande, "que possa acolher toda a humanidade" e não apenas "uma capelinha, onde cabe apenas um grupinho de pessoas".