Bento Gonçalves pode ter, ainda neste ano, um cursinho pré-vestibular
social, direcionado a jovens de famílias de baixa renda que pretendem
ingressar na universidade. Segundo o prefeito Guilherme Pasin, a demanda
foi repassada recentemente para a secretaria municipal de Educação
(Smed), que agora estuda a forma como o projeto será implantado no
município.
Pasin explica que um dos modelos em que a prefeitura pode se inspirar
é o implantado em Porto Alegre, mas também tem analisado experiências
semelhantes adotadas nos últimos anos no interior de São Paulo. A médio e
longo prazo, o objetivo é transformar a iniciativa em um investimento
que pode oferecer um retorno direto para o município. “A minha leitura
do processo evolutivo de Bento me dá um único caminho, que é a
qualificação ao extremo de nossa mão de obra. Nós temos dificuldades
para expandir nossas áreas industriais, então temos que pensar cada vez
mais na qualidade, e não necessariamente em quantidade. É um processo em
que o setor moveleiro nos serve como um belo exemplo, por tudo que fez
ao longo dos anos em termos de desenvolvimento. Temos que seguir essa
linha”, compara o chefe do Executivo.
Mas a ação, na avaliação do prefeito, também pode trazer outros
reflexos positivos para o quadro do ensino superior na cidade, como por
exemplo, a ampliação da oferta de cursos e vagas graças a uma procura
que pode se tornar mais intensa. “Não adianta pensarmos em um projeto
assim se não tivermos mais possibilidades de acesso e escolha por parte
dos estudantes. Hoje, com o Programa Universidade para Todos (Prouni),
todas as universidades, de alguma forma, se tornaram públicas. E nós
temos que inserir o aluno da rede municipal, e se possível da estadual,
nesse sistema para criar uma continuidade. Vamos privilegiar quem
realmente não tem condições”, completa.
A efetiva implantação do pré-vestibular popular poderia se dar de
forma gradativa, inclusive com o apoio de voluntários e também a
utilização de professores do quadro interessados em aderir à proposta.
“Temos tantos profissionais bem sucedidos no município que, com certeza,
não se negariam a nos ajudar. E também podemos iniciar com uma
estrutura pequena, para depois avançar”, destaca Pasin. O prefeito
também afirma que, em termos de local e estrutura, uma das alternativas é
a utilização de parte do prédio erguido inicialmente para abrigar o Lar
das Meninas, no bairro Universitário. Apesar de um termo de comodato já
assinado entre o governo municipal e a associação que administra o
local, ainda é necessário um parecer do Ministério Público (MP).
Reportagem: Jorge Bronzato Jr.
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