O cenário traçado mostra que 2014 deverá apresentar um ritmo de
crescimento bem mais moderado do que o observado no ano passado, com
possibilidade real de queda”, adverte o presidente da Fiergs, Heitor
José Müller. Diferentes fatores contribuem para as perspectivas adversas
à indústria gaúcha em 2014, segundo a Fiergs. "No âmbito interno,
destacam-se o esgotamento dos incentivos governamentais, a elevação dos
juros e a desaceleração do consumo. No cenário externo, a situação da
Argentina e a diminuição dos estímulos monetários nos EUA deverão manter
a incerteza disseminada entre os empresários", afirma Müller.
Mesmo que o percentual médio da Utilização da Capacidade Instalada
(UCI) tenha aumentado de 70% para 73% em janeiro, a atividade do setor
segue desaquecida. Isso porque a ociosidade do parque produtivo continua
elevada: o índice de UCI em relação à usual apresentou 44,9 pontos em
janeiro, o que demonstra UCI abaixo da média para o mês.
Nesse cenário, o processo de escoamento dos estoques indesejados segue
de forma lenta. O índice de estoques em relação ao planejado passou de
55,6 pontos em dezembro de 2013 para 52,1 pontos em janeiro de 2014, o
que, apesar da melhora, ainda representou acúmulo.
Expectativa de demanda
Realizada no início de fevereiro com 151 empresas de diferentes portes,
a Sondagem Industrial revela também que o indicador de expectativa da
demanda para os próximos seis meses foi, em parte, recuperado pelos
empresários em relação ao mês anterior. Ficou em 57 pontos, o que
equivale, porém, ao menor valor em cinco anos e bem abaixo da média
apurada nos meses de fevereiro, de 63 pontos. O levantamento da FIERGS
varia em uma escala de 0 a 100 pontos. Quanto mais os valores estiverem
acima de 50 pontos significa maior otimismo e abaixo indica pessimismo.
Apenas a variável de estoques em comparação ao planejado é avaliada como
negativa acima dos 50 pontos.
* Correio do Povo
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