sexta-feira, 7 de março de 2014

Produção industrial gaúcha cai pelo terceiro mês seguido

Emprego no setor no setor se manteve estável, aponta levantamento da Fiergs. (Foto: Divulgação)A produção industrial gaúcha caiu em janeiro pelo terceiro mês consecutivo, de acordo com a Sondagem Industrial, divulgada pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), nesta quinta-feira. O indicador ficou em 49,4 pontos, em parte refletido pela sazonalidade desfavorável. Outro dado a revelar um momento negativo do setor é o emprego, que manteve a estabilidade em 50 pontos. “O ano mudou, mas não houve alteração no quadro de dificuldades apresentado pela indústria do Estado nos últimos anos.”
 
O cenário traçado mostra que 2014 deverá apresentar um ritmo de crescimento bem mais moderado do que o observado no ano passado, com possibilidade real de queda”, adverte o presidente da Fiergs, Heitor José Müller. Diferentes fatores contribuem para as perspectivas adversas à indústria gaúcha em 2014, segundo a Fiergs. "No âmbito interno, destacam-se o esgotamento dos incentivos governamentais, a elevação dos juros e a desaceleração do consumo. No cenário externo, a situação da Argentina e a diminuição dos estímulos monetários nos EUA deverão manter a incerteza disseminada entre os empresários", afirma Müller.
 
Mesmo que o percentual médio da Utilização da Capacidade Instalada (UCI) tenha aumentado de 70% para 73% em janeiro, a atividade do setor segue desaquecida. Isso porque a ociosidade do parque produtivo continua elevada: o índice de UCI em relação à usual apresentou 44,9 pontos em janeiro, o que demonstra UCI abaixo da média para o mês.
 
Nesse cenário, o processo de escoamento dos estoques indesejados segue de forma lenta. O índice de estoques em relação ao planejado passou de 55,6 pontos em dezembro de 2013 para 52,1 pontos em janeiro de 2014, o que, apesar da melhora, ainda representou acúmulo.
 
Expectativa de demanda 

Realizada no início de fevereiro com 151 empresas de diferentes portes, a Sondagem Industrial revela também que o indicador de expectativa da demanda para os próximos seis meses foi, em parte, recuperado pelos empresários em relação ao mês anterior. Ficou em 57 pontos, o que equivale, porém, ao menor valor em cinco anos e bem abaixo da média apurada nos meses de fevereiro, de 63 pontos. O levantamento da FIERGS varia em uma escala de 0 a 100 pontos. Quanto mais os valores estiverem acima de 50 pontos significa maior otimismo e abaixo indica pessimismo. Apenas a variável de estoques em comparação ao planejado é avaliada como negativa acima dos 50 pontos.  
 
* Correio do Povo

Nenhum comentário:

Postar um comentário