Orientação dada pela Alshop é que estabelecimentos permitam a livre entrada de pessoas
A Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings) estimou nesta
quarta-feira (22) que o movimento nos estabelecimentos em dias de
rolezinhos — encontros de jovens adolescentes organizados nas redes
sociais — tenha caído pelo menos 25%, afetando o faturamento das lojas.
O presidente da associação, Nabil Sahyoun, comenta o caso sem precisar o impacto financeiro estimado pela entidade.
— Tivemos reclamações de vendedores dentro dessas lojas, com comissões diminuindo.
Em coletiva de imprensa, ele afirmou que os rolezinhos afetam a
atividade do varejo, ressalvando, por outro lado, "que as manifestações
de junho do ano passado trouxeram muito mais prejuízo do que esses
movimentos que acontecem hoje".
Sahyoun acrescentou que a orientação dada aos shoppings é que permitam a
livre entrada de pessoas. Diante dos rolezinhos, os empreendimentos
decidem individualmente como agir.
— Cada um tem seu critério para permitir a ocorrência ou não. Com
rolezinho de 30 a 40 pessoas, alguns podem optar por manter [as portas
abertas].
Com mais gente, afirmou Sahyoun, os centros de compra podem optar pelo
fechamento para não terem que responder por problemas ocorridos em
"evento de 1.000, 2.000 pessoas".
Separadamente, os shoppings evitam comentar sobre os prejuízos causados
pelos encontros dos jovens. No domingo (19), o shopping Leblon, no Rio
de Janeiro, administrado pela Aliansce, decidiu não abrir as portas
depois que um rolezinho foi marcado naquela data.
A assessoria de imprensa do empreendimento não deu informações sobre
prejuízos, limitando-se a informar que o shopping recebe, em média, 700
mil visitantes ao mês. Mas que aos domingos o número costuma ser menor,
já que o shopping abre mais tarde, às 15h.
O shopping Itaquera, em São Paulo, informou que já investiu R$ 300 mil
em segurança, treinamento e advogados por causa dos encontros, valor que
não estava previsto em seu plano de negócios. No dia 11, a Polícia
Militar reprimiu um rolezinho no local com gás lacrimogêneo e balas de borracha.
Entre outros empreendimentos onde ocorreram os encontros estão o JK
Iguatemi, da Iguatemi, Shopping Campo Limpo, da Sonae Sierra,
Internacional Shopping Guarulhos, da General Shopping e Plaza Niterói,
da BR Malls.
Shoppings vão monitorar redes sociais para evitar tumulto em "rolezinhos"
Rolé é para "zoar muito e catar minas, mas sem roubo", diz organizador de encontro em shopping de SP
Sahyoun avaliou que a reunião de milhares de jovens nos
estabelecimentos representa antes um risco em função dos tumultos do que
uma oportunidade de aumentar as vendas com a alta concentração de
pessoas.
— Shopping não é bandido e adolescente é mocinho, todos podem entrar.
Mas eles não podem convocar 10 mil pessoas para entrar no empreendimento
ao mesmo tempo ... Virão ações contra o empreendimento se alguma
fatalidade ocorrer.
A Alshop revelou que o governo do Estado de São Paulo está levantando
áreas disponíveis para a realização de shows, com o objetivo de
disponibilizar locais para o encontro do público que frequenta os
rolezinhos.
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