Uma nova proposta do Ministério da Saúde recomenda que o início do
tratamento em recém-nascidos com o vírus HIV seja feito com o
medicamento AZT por quatro semanas, nos casos em que a mãe soropositiva
não fez o pré-natal.
A principal função do AZT é impedir a reprodução do vírus da aids ainda
na fase inicial. Antes, a recomendação era de uso do AZT durante seis
semanas.
O período do tratamento ficou mais curto, mas a proteção ficou maior.
Isso porque outro medicamento vai ser usado em conjunto com o AZT, a
Nevirapina, em três doses, aumentando a proteção. A Nevirapina impede
que o vírus HIV se reproduza e ainda aumenta a produção das células de
defesa do organismo.
Para as mães que fizeram o pré-natal, o tratamento no bebê continua com o AZT durante quatro semanas.
O coordenador de Assistência e Tratamento em DST/Aids do Ministério da
Saúde, Marcelo Freitas, explica que as mudanças no tratamento vão
aumentar a proteção a essas crianças. "Com isso, nós vamos aumentar
muito o nível de proteção de crianças que foram expostas ao HIV durante a
gestação e parto, principalmente daquelas cujas mães, elas não fizeram o
uso de antirretroviral ao longo da gestação ou que chegaram com uma
carga de vírus, a carga viral, elevada no momento do parto. Então,
nesses casos, que são casos de maior risco, nós utilizamos, então,
associamos o uso da Nevirapina para ampliar a faixa de proteção a essas
crianças".
Outra proposta do Ministério da Saúde é iniciar o tratamento para
combater o vírus da aids em crianças acima de cinco anos, com mais de
100 mil cópias do HIV no sangue.
Essa quantidade de HIV é alta e sugere que a doença esteja se
desenvolvendo nas crianças. Também é recomendado o início do tratamento
para todas as crianças com mais de cinco anos com contagem de células de
defesa do corpo abaixo de 500.
Antes, o tratamento era para as crianças que tinham essa contagem
abaixo de 350. Marcelo Freitas, destaca que a ideia é que gestores e
profissionais sigam as recomendações da proposta do Ministério da Saúde.
"Dessa vez nós colocamos essas recomendações no formato de um protocolo
clínico. Significa que os gestores, os profissionais de saúde do SUS,
eles devem seguir essas recomendações que estão colocadas dentro desse
protocolo".
A nova proposta do Ministério da Saúde que recomenda o tratamento em
recém-nascidos com o vírus HIV por quatro semanas fica em consulta
pública até 9 de março.
O texto completo da proposta está disponível no endereço www.saude.gov.br/consultapublica.
A validação das proposições e elaboração do protocolo é coordenada pelo
Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde.
Fonte: Agência do Rádio, colaboração, Fábio Ruas.
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