Suspensa em novembro de 2013, a licitação para o serviço de táxis em
Bento Gonçalves deve ser retomada até abril deste ano, com uma grande
mudança no novo edital que será lançado pela prefeitura. A principal
alteração é inclusão na disputa apenas das licenças transferidas a
partir de 2009, quando foi aprovada uma nova lei para o sistema, e de 18
novas placas. No total, devem ser incluídas no processo cerca de 30
concessões, e não mais todas as 91 existentes na cidade.
A medida era uma reivindicação da categoria, que temia que os
motoristas mais antigos que atuam em Bento pudessem perder suas
permissões. O primeiro edital previa, como tentativa de valorizar o
trabalho dos profissionais já existentes, um sistema de pontuação que
privilegiava critérios como tempo de serviço, cursos de qualificação e,
inclusive, o pagamento de um valor de outorga que poderia variar de R$ 5
mil a R$ 45 mil, entre outros quesitos.
De acordo com o procurador-geral do município, Sidgrei Machado
Spassini, ainda não está definido se o novo procedimento adotará o mesmo
modelo. “Provavelmente, a tabela de pontuação seja mantida, mas ainda
estamos analisando. A outorga também deve permanecer, mas talvez seja
estabelecido um prazo para pagamento maior do que antes, que era de 48
horas”, afirma.
Antes de lançar o processo licitatório, a administração deverá
encaminhar à Câmara de Vereadores, em cerca de 15 dias, modificações na
legislação para reduzir de 1.200 para 1.000 o índice de habitantes por
táxi. Outras demandas da classe, como a volta da bandeira dois no
período da noite e nos finais de semana e a presença de dois carros
adaptados para portadores de necessidades especiais, também devem ser
contempladas.
Spassini destaca ainda que a entrada em operação das vagas licitadas
pode não ocorrer em um único momento. “Podemos definir, por exemplo, que
a metade já inicie a trabalhar após a licitação e as demais comecem a
ser chamadas depois de um certo tempo”, conclui. Nesse intervalo, também
deve ser promovida uma reorganização dos 34 pontos e a implantação de
outros novos, inclusive em bairros afastados do Centro.
Decisão judicial
A lei municipal de 2009 prevê que as concessões podem derivar de
licitação – nunca realizada no município – ou de transferência. Esse que
foi o principal alvo de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin)
e motivou uma decisão judicial para a realização de processo
licitatório, no final de 2012. Em setembro de 2013, a prefeitura chegou a
abrir licitação para todas as licenças, mas o edital foi suspenso após
pouco mais de um mês. Agora, o novo edital contemplará apenas as placas
transferidas depois da contestada lei de 2009.
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