A Polícia Federal, com apoio do Ministério Público Estadual/RS,
desencadeou na manhã desta sexta-feira, 21, a Operação Carmelina, com o
objetivo de desarticular organização criminosa formada principalmente
por advogados e contadores. Estima-se que o grupo criminoso pode ter
lesado mais de 30 mil pessoas no Rio Grande do Sul em valores que
superariam R$ 100 milhões.
Policiais federais dão cumprimento a oito mandados de busca e
apreensão, em escritórios de advocacia e de contabilidade e em uma
residência, nos municípios de Passo Fundo e Bento Gonçalves/RS, além de
um mandado de prisão preventiva contra o advogado Mauricio Dal Agnol,
considerado o principal nome envolvido na operação.
A investigação foi iniciada há dois anos, por representação da Ordem
dos Advogados do Brasil (OAB) e do Ministério Público Federal (MPF). Foi
apurado que uma renomada banca de advogados, liderada por Dal Agnol e
com sede principal em Passo Fundo, captava clientes e ajuizava ações
contra uma empresa de telefonia. As ações eram julgadas procedentes, e o
valor recebido não era repassado aos clientes ou era pago em quantia
muito menor da que havia sido estipulada na ação.
O líder da organização criminosa, que há 15 anos possuía patrimônio
modesto, hoje é proprietário de centenas de imóveis, avião a jato,
automóveis de luxo e milhões de reais em contas bancárias.
Às 14h, na sede da Delegacia da Polícia Federal em Passo Fundo, será concedida entrevista coletiva.
"Carmelina" é o nome de uma senhora, lesada pelo grupo, que faleceu
em decorrência de um câncer. Ela poderia ter um tratamento mais adequado
se tivesse recebido a quantia aproximada de cem mil reais a que teria
direito, valor que os criminosos nunca lhe repassaram.
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