Luciana disse que, se vencer a eleição, sua primeira medida será uma
reforma tributária que inverterá toda a lógica dos impostos cobrados
atualmente, com desoneração para os trabalhadores e cobrança de taxas
dos ricos e das grandes fortunas - nas pesquisas eleitorais, por
enquanto o PSol não passou da casa de 1% na preferência dos eleitores.
Luciana disse que é a única candidata com coragem para anunciar esse
tipo de cobrança porque "os três candidatos do sistema - Dilma Rousseff
(PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) - vão manter os
privilégios dos ricos".
A candidata do PSol prometeu ainda que, se eleita, suspenderá o
pagamento da dívida pública. Disse que o Equador fez isso, reduziu sua
dívida em 75% "e nem por isso o mundo acabou para o país". Ela afirmou
que não aceitará doação de empresas para sua campanha. Para Luciana
Genro, o Uruguai, que descriminalizou o aborto e legalizou a maconha,
deu uma grande lição de percepção da modernidade para o resto do mundo.
Ela prometeu seguir o exemplo do país vizinho. "Temos de discutir de
forma aberta a questão das drogas. A maconha causa males tanto quanto o
álcool e não como as drogas pesadas. Como há uma repressão muito grande
aos que buscam o produto para recreação, eles são obrigados a correr
atrás de traficantes e isso acaba por prejudicá-los".
Quanto ao aborto, a candidata do PSol disse que não pretende defender a
prática, mas lutar para que o debate seja feito pela sociedade. "O
aborto hoje é uma realidade. As mulheres ricas o fazem sem problema
algum; as que não têm dinheiro recorrem a agulhas de crochê e muitas
vezes se ferem. Então, que o sistema de saúde público cuide da saúde
delas." Luciana prometeu ainda levantar a bandeira do movimento LGBT:
"Vamos defender os direitos dos que querem amar, não interessando a
forma".
Apesar de não ter concorrentes dentro do PSol - o senador Randolfe
Rodrigues (AP) desistiu da candidatura -, os nomes mais conhecidos do
partido não compareceram à convenção, a exemplo dos deputados Chico
Alencar (RJ), Ivan Valente (SP) e Jean Wyllys (RJ). O nome de Luciana
Genro foi referendado por 61 integrantes do diretório nacional e 27
representantes de diretórios estaduais do partido, quase todos jovens
entre 20 e 30 anos. Luciana é filha do governador do Rio Grande do Sul,
Tarso Genro, do PT.
Aos 42 anos, a candidata do PSol é hoje presidente da Fundação Lauro
Campos, ligada ao partido. Ela foi deputada estadual no Rio Grande do
Sul entre 1995 e 2002 pelo PT. Em 2002, foi eleita deputada federal,
também pelo PT. Como se posicionou contrária à reforma da previdência
proposta pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e contra a
política econômica comandada pelos ex-ministros Antonio Palocci
(Fazenda) e Henrique Meirelles (Banco Central), foi expulsa do PT em
2003.
* Correio do Povo
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