Recicladores se opõem à medida que viabiliza unidade integrada, temendo mudanças no repasse das verbas municipais
Somando mais de 130
funcionários, as oito empresas de reciclagem instaladas em Bento
Gonçalves aguardam o desfecho do projeto que irá regulamentar o emprego e
distribuição da verba pública destinada às associações. O projeto,
orçado em R$ 2,5 milhões, é uma iniciativa do ambientalista Gilnei
Rigotto, presidente da Associação Ativista Ecológica (AAECO) e tem por
proposta a criação de um pavilhão único agregando todas as associações
recicladoras em funcionamento. O local terá capacidade para 150
trabalhadores e reduzirá os gastos públicos com transporte de carga,
possibilitando também mais fiscalização no emprego e distribuição dos
repasses municipais.
O projeto também propõe a compra de equipamentos, como prensas e esteiras para auxiliar no processo de reciclagem. "Foi feita uma primeira licitação para a compra destes equipamentos na gestão do ex-prefeito Roberto Lunelli, mas como o pavilhão ainda não foi construído decidimos realocá-los temporariamente nas cooperativas", esclarece Rigotto. Para ele, o verdadeiro desafio começa depois da construção do pavilhão. "A obra é de importância máxima. Enquanto as associações forem regidas por presidentes associados, acredito que não conseguiremos fazer um bom trabalho. Precisamos sentar e discutir como e por quem será administrado o pavilhão", comenta.
No projeto inicial apresentado por Rigotto, o pavilhão seria divido por cooperativa, ou seja, cada empresa teria seu espaço separado das demais para desenvolver suas atividades. A proposta foi posteriormente vetada pela prefeitura que deu preferência ao modelo sem divisória já existente em outras cidades, causando assim entraves na aceitação dos trabalhadores.
Segundo Claudir Bortolotto, presidente a Associação de Recicladores Ouro Verde há quatro anos, a construção do pavilhão é dinheiro público mal investido. "Não acredito que esta ideia dará certo nunca. Existe muita divergência entre as cooperativas, o que causará discussões o tempo todo", explica.
Para Luis da Silva, presidente da Cooperativa Universitário, a dificuldade em unir todas as cooperativas se dará na forma da gestão aplicada. "Nenhuma das cooperativas quer uma mandante ditando regras. Nós já temos um sistema democrático de administração, onde os lucros e as despesas são expostos ao associado no momento do acerto. O modelo de coordenação proposto pelo projeto não trará benefício algum ao trabalhador", explica.
O projeto também propõe a compra de equipamentos, como prensas e esteiras para auxiliar no processo de reciclagem. "Foi feita uma primeira licitação para a compra destes equipamentos na gestão do ex-prefeito Roberto Lunelli, mas como o pavilhão ainda não foi construído decidimos realocá-los temporariamente nas cooperativas", esclarece Rigotto. Para ele, o verdadeiro desafio começa depois da construção do pavilhão. "A obra é de importância máxima. Enquanto as associações forem regidas por presidentes associados, acredito que não conseguiremos fazer um bom trabalho. Precisamos sentar e discutir como e por quem será administrado o pavilhão", comenta.
No projeto inicial apresentado por Rigotto, o pavilhão seria divido por cooperativa, ou seja, cada empresa teria seu espaço separado das demais para desenvolver suas atividades. A proposta foi posteriormente vetada pela prefeitura que deu preferência ao modelo sem divisória já existente em outras cidades, causando assim entraves na aceitação dos trabalhadores.
Segundo Claudir Bortolotto, presidente a Associação de Recicladores Ouro Verde há quatro anos, a construção do pavilhão é dinheiro público mal investido. "Não acredito que esta ideia dará certo nunca. Existe muita divergência entre as cooperativas, o que causará discussões o tempo todo", explica.
Para Luis da Silva, presidente da Cooperativa Universitário, a dificuldade em unir todas as cooperativas se dará na forma da gestão aplicada. "Nenhuma das cooperativas quer uma mandante ditando regras. Nós já temos um sistema democrático de administração, onde os lucros e as despesas são expostos ao associado no momento do acerto. O modelo de coordenação proposto pelo projeto não trará benefício algum ao trabalhador", explica.
Sem licença, sem auxílio
Devido à falta de apresentação da licença operacional por parte das
recicladoras, a prefeitura suspendeu o repasse da verba de R$ 4 mil
destinada às cooperativas desde janeiro. Esse recurso auxiliaria no
pagamento de despesas como aluguel, transporte e alimentação dos
associados.
De acordo com Sandro Carlos Gonçalves da Silva, comandante do Corpo de Bombeiros, apenas três das oito cooperativas têm licença plena para funcionamento. "São pequenas alterações que precisam ser efetuadas como demarcações de segurança e criação de rotas de fuga nos pavilhões. Até apresentação do laudo técnico comprovando as melhorias, não temos como dar o aval". A situação cria entraves com o Instituto de Planejamento e Pesquisa Urbano (Ipurb), inviabilizando emissão da licença.
De acordo com Sandro Carlos Gonçalves da Silva, comandante do Corpo de Bombeiros, apenas três das oito cooperativas têm licença plena para funcionamento. "São pequenas alterações que precisam ser efetuadas como demarcações de segurança e criação de rotas de fuga nos pavilhões. Até apresentação do laudo técnico comprovando as melhorias, não temos como dar o aval". A situação cria entraves com o Instituto de Planejamento e Pesquisa Urbano (Ipurb), inviabilizando emissão da licença.
Trabalhadores denunciam desvios na divisão do dinheiro
Nos bastidores do projeto, associados denunciam a má distribuição dos
lucros, trabalho infantil e irregularidades nas cooperativas
recicladoras. A denúncia feita na terça-feira, 3, trouxe à tona a
preocupante situação enfrentada pelos trabalhadores nestas associações.
"É como um cartel, eles têm acordos para pagamentos semanais sem fazer a
divisão justa com o funcionário. Por se tratar de cooperativas, deveria
haver igualdade na distribuição do que é arrecadado", denuncia uma
colaboradora. Segundo ela, nenhuma das recicladoras concorda com o
projeto já que inviabilizaria as irregularidades cometidas nas empresas.
Ana Lucia Brito, presidente da Associação de Recicladores Jardim Glória desmente todas as acusações. "Acredito que os antigos problemas de repasse de lucros aos associados já estão sanados. Os trabalhadores tem total acesso às contas para que não haja injustiça na divisão. Hoje trabalhamos de forma clara e com igualdade. Sobre o projeto, nós da cooperativa não concordamos inteiramente com a proposta, mas acreditamos que ele trará mais atenção da prefeitura às necessidades dos recicladores".
Segundo o secretário do Meio Ambiente Luiz Augusto Signor, o projeto está em fase final, aguardando apenas o desfecho de trâmites burocráticos para as obras serem iniciadas. "Embora ainda não haja um prazo estabelecido para o início das obras, é só uma questão de tempo para que o projeto inicie", explica.
Assim que a ação sair do papel, o pavilhão será construído nas proximidades do bairro Pomarosa II. A construção conta com o apoio do Governo Federal e tem aprovação unânime no Conselho Municipal de Meio Ambiente.
O projeto segue a Lei Federal de resíduos sólidos, Nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que prioriza o acesso aos recursos da União para municípios que investem na coleta seletiva.
Ana Lucia Brito, presidente da Associação de Recicladores Jardim Glória desmente todas as acusações. "Acredito que os antigos problemas de repasse de lucros aos associados já estão sanados. Os trabalhadores tem total acesso às contas para que não haja injustiça na divisão. Hoje trabalhamos de forma clara e com igualdade. Sobre o projeto, nós da cooperativa não concordamos inteiramente com a proposta, mas acreditamos que ele trará mais atenção da prefeitura às necessidades dos recicladores".
Segundo o secretário do Meio Ambiente Luiz Augusto Signor, o projeto está em fase final, aguardando apenas o desfecho de trâmites burocráticos para as obras serem iniciadas. "Embora ainda não haja um prazo estabelecido para o início das obras, é só uma questão de tempo para que o projeto inicie", explica.
Assim que a ação sair do papel, o pavilhão será construído nas proximidades do bairro Pomarosa II. A construção conta com o apoio do Governo Federal e tem aprovação unânime no Conselho Municipal de Meio Ambiente.
O projeto segue a Lei Federal de resíduos sólidos, Nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que prioriza o acesso aos recursos da União para municípios que investem na coleta seletiva.
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