Parecer técnico do MP confirma que local não deve ser utilizado para acolhimento
Assinado pela assistente social Silvana Dóris Perin o documento é composto por 16 laudas em que é caracterizada de forma geral a medida de acolhimento institucional, aspectos que versam sobre, métodos de trabalho, estrutura, recursos humanos e atendimento geral. Mas o objeto principal da vistoria era atestar – o que acabou acontecendo – que o prédio não tem condições de atender meninas na forma de acolhimento institucional.
Diz textualmente o documento: “A avaliação realizada permite apontar que o prédio não possui o perfil de infraestrutura física exigida, legal e tecnicamente, para atender ao serviço de acolhimento institucional de crianças e adolescentes, sendo contraindicada a sua utilização para este fim”.
Da mesma forma a assistente social indica que o prédio tem potencial para o desenvolvimento de outros serviços da Política Pública e Assistencial. O prédio é elogiado por sua grandeza e boas condições de uso. Mas pelos preceitos do ECA e do atendimento atualmente feito com acolhimento, a indicação é de que não se possa atender a mais do que 20 jovens, enquanto que o Lar de Bento Gonçalves foi concebido para atender 60 crianças e adolescentes.
Entre os pontos negativos destacados estão a distância do Centro e de uma escola assim como dos serviços de saúde além de faltar de transporte público regular passando pelo local.
A assistente social elenca ainda o fato de que o município já dispõe de espaço de acolhimento institucional que é a Casa Azaleia.
O promotor Élcio Menezes já deu conhecimento desta conclusão à Secretária de Habitação e Ação Social Rosali Fornazier para que a municipalidade tome as providências cabíveis.
Reuniões preparam a utilização do prédio atendendo a mais de 200 jovens
A exemplo do que tem ocorrido com uma boa frequência nas últimas
semanas, também neste final de semana uma equipe interdisciplinar da
Secretaria de Habitação e Assistência Social, coordenada pela secretária
Rosali Fornazier estará reunida para aprofundar detalhes para o
funcionamento do prédio do Lar das Meninas.
A construção está cedida em comodato á prefeitura que já definiu o modelo de ocupação. Serão realizadas oficinas em contra turno escolar. Idiomas, danças e culinária então entre as atividades previstas. O público alvo já está definido. Serão 270 crianças e jovens que moram nos bairros próximos e estariam em situação de vulnerabilidade social. “Na questão da culinária o foco será a gastronomia típica da colonização italiana”, revela a secretária Rosali.
O novo modelo de funcionamento do prédio que foi construído para ser um Lar das Meninas deve entrar em funcionamento no segundo semestre deste ano. A Secretária Rosali só não consegue garantir que isto acontecerá em agosto.
“Superamos etapas importantes que eram a definição do modelo de funcionamento e do público-alvo bem como as alterações físicas necessárias ao local para esta sua nova função (serão necessárias algumas divisórias, por exemplo). Agora vamos promover as licitações para estas mudanças, depois formar as equipes de atendimento”, esclarece Rosali.
Entre outras finalidades, além das oficinas, o prédio vai abrigar no primeiro de seus três pavimentos toda a questão da Justiça Restaurativa.
Texto: Gerson Lenhard