terça-feira, 1 de abril de 2014

Segundo Tony Abbott, as buscas foram intensificadas no Índico. Até o momento, nenhum destroço do Boeing 777 foi avistado

O primeiro-ministro da Austrália, Tony Abbott, disse nesta segunda-feira (31) que as buscas pelo avião da Malaysia Airlines desaparecido desde o último dia 8 não têm prazo para terminar, apesar da falta de resultados concretos.
Navio da Marinha australiana visto da janela de um avião da força aérea da Austrália, enquanto buscam pelo avião desaparecido malaio, no Índico (22/03)
Até o momento, 21 aeronaves e embarcações estão vasculhando uma gigantesca área do oceano Índico onde acredita-se que o Boeing com 239 ocupantes possa ter caído, cerca de 2 mil km a oeste de Perth.

"Certamente não estou estabelecendo um prazo", disse Abbott a jornalistas após se reunir com participantes das buscas na base aérea de Pearce, em Perth. "A intensidade da nossa busca e a magnitude das nossas operações estão aumentando, não diminuindo", acrescentou.

Alguns familiares de passageiros e tripulantes do voo MH370, que ia de Kuala Lumpur a Pequim, vêm criticando duramente a forma como a Malásia lida com as operações de busca e com a investigação, incluindo a conclusão anunciada na semana passada, com base em imagens de satélite, de que o avião havia caído no sul do Índico.

Mas nenhuma peça que seja confirmadamente do avião foi encontrada até agora, e a localização anunciada pela Malásia não bate com a última posição do avião em radares militares, quando ele havia se desviado da sua rota e se dirigia para noroeste, na direção da Índia.

Abbott, no entanto, negou que seu colega malaio, Najib Razak, tenha sido precipitado ao divulgar as informações. "Não, o acúmulo de indícios aponta que a aeronave se perdeu, e se perdeu em algum lugar no sul do oceano Índico."

Najib viajará na quarta, 2 de abril, a Perth para acompanhar as operações, segundo o governo da Malásia. A China, país de origem de muitos passageiros desaparecidos, também criticou inicialmente a Malásia por seu comportamento no incidente, mas, atenuando o tom, o jornal estatal Diário da China disse ser compreensível que nem todas as informações estratégicas venham a público.

"Embora o governo da Malásia venha lidando com a crise de forma bastante atrapalhada, precisamos entender que este seja talvez o mais bizarro incidente na história da aviação civil na Ásia", disse um editorial na segunda-feira. "A opinião pública não deveria culpar as autoridades malaias por deliberadamente acobertarem informações na ausência de evidências concretas."


No último final de semana passada, autoridades australianas - com base em dados de satélites e radares - transferiram as buscas para uma área 1.100 km ao norte da região anterior das buscas. Dezenas de peças foram avistadas nessa nova zona, mas nenhuma estava associada ao voo MH370.

Investigações

Vários itens laranjas recuperados no domingo eram na verdade equipamentos de pesca, segundo um funcionário da Autoridade Australiana de Segurança Marítima.
Além disso, os investigadores dizem que o sinal do gravador de dados de vôo dura até 30 dias. As equipes de buscas estão implantando uma ferramenta especial  para encontrar o gravador. "Podemos continuar procurando por algum tempo a mais", disse Abbott.

Nesta segunda, o ministro dos Transportes da Malásia, Hishammuddin Hussein, disse que a área de buscas é de 254 mil km quadrados. As buscas envolvem nove aviões militares e um civil, bem como oito navios chineses e três australianos.

*Com BBC e Reuters

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