Em
entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (30), na 2ª Delegacia
de Polícia de Bento Gonçalves (2ª DP), o delegado titular Álvaro Becker,
confirmou que está remetendo a justiça a finalização do inquérito
policial, pedindo o indiciamento de Tiago Sarmento de Paula, 18 anos,
motorista da Fiorino, e dos soldados Edegar Júnior Oliveira Rodrigues,
29, e Neilor dos Santos Lopes, 23.
“As vitimas foram atingidas por projeteis
calibre 40 e balins de espingarda, não tem como não haver o
direcionamento para ação dos PMs. Se fizeram ou não a parte legal.
Entendo que até o momento que houve o pseudoconfronto, estava tudo
dentro dos conformes. No momento em que houve o confronto, houve um
exagero, que reforçou a tese de dolo eventual”, justificou Becker, sobre
o pedido de indiciamento dos Policiais.
Álvaro explicou ainda que está indiciando
o condutor da Fiorino, “por assumir o risco no momento que não parou”.
Conforme ainda mencionou Becker, a cena do crime também foi alterada.
“Houve o momento que alguém mexeu nos
corpos. Não sei se foi o motorista ou se mais gente. Além da
possibilidade de mexer os corpos, que foi confirmado pelo enfermeiro do
Samu, que houve mexida nos corpos para verificar o óbito e tiraram um
capacete da Fiorino”, disse.
A perícia encontrou dois capacetes e uma
caixa fora da Fiorino. “Alguém mais alterou a cena do crime, isso
resulta num prejuízo final das investigações. Se todo mundo tivesse
mantido a distância do local, seria outro desenrolar da situação”,
afirmou Becker.
Além da perícia ter encontrado os corpos
de Ânderson Styburski, 16 anos e Danúbio Cruz da Costa, 20 anos, que
estavam na traseira da Fiorino, foram localizados objetos e um revólver.
“O revólver nos deu e está nos dando dor de cabeça”, resumiu Álvaro.
De acordo com informações divulgadas
ainda na entrevista do delegado, em um primeiro momento foi verificado
registro da arma em Santa Cruz do Sul. Foi contatado o responsável, que
comunicou a venda em 2003. Se chegou a outra pessoa na cidade de Portão,
além da identificação de outros compradores. “Encaminhados para a
Polícia Federal se havia o registro da arma em outro Estado e para a
nossa surpresa, estava registrada em Santa Catarina, mas o proprietário
já havia falecido”, comentou.
“A arma que vocês viram naquele dia,
também está apreendida na perícia. Como se tivesse um irmão gêmeo e no
momento da partilha foi descoberto, impossível, mas aconteceu”, ou seja,
o delegado confirmou que há duas armas com o mesmo registro. O curioso é
que a arma encontrada no local do crime não há qualquer registro de
furto, roubo e extravio. Até a fábrica foi contatada pela Polícia em
busca de novas informações. Um exame papiloscópio da arma apresentou
resultado negativo, mas o residuográfico se confirmar a presença de
resíduos de pólvora, poderá ainda confirmar um possível confronto.
“Estamos ainda verificando algumas
perícias que estão sendo realizadas pelo IGP, mas que não vão alterar
este inquérito, estas informações vão só reforçar a tese que a gente fez
para indiciar os participantes deste inquérito”, relatou o delegado.
Becker finalizou dizendo que “espero que a justiça seja feito e que o caso seja levado a júri”.
Relembre o caso aqui
Fonte: Felipe Machado - Central de Jornalismo da Difusora,
com informações e fotos dos repórteres Antônio Sérgio de Oliveira e
Tomaz Graciliano
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