O papa Francisco declarou neste domingo a canonização de seus
antecessores João Paulo II e João XXIII diante de centenas de milhares
de pessoas na Praça de São Pedro, no Vaticano, numa cerimônia sem
precedentes que ganhou peso histórico ainda maior com a presença do papa
emérito Bento XVI.
Foi a primeira vez na história que um papa em exercício e um papa
emérito celebraram uma missa juntos em público, ainda mais em um evento
realizado para homenagear dois de seus mais famosos antecessores.
A presença de Bento XVI foi uma reflexão do ato de equilíbrio que
Francisco imaginou ao decidir canonizar João Paulo II e João XXIII numa
mesma ocasião, mostrando a união da Igreja Católica ao honrar dois papas
igualmente amados por conservadores e progressistas.
Recitando em latim, Francisco disse que, após deliberações, consultas e
orações pela divina providência, "declaramos e definimos que os
abençoados João XXIII e João Paulo II sejam santos e os incluímos entre
os santos, decretando que eles devem ser venerados como tais por toda a
Igreja". A declaração foi recebida com aplausos da multidão que lotou a
Praça de São Pedro.
O Ministério do Interior da Itália havia previsto que em torno de 1
milhão de pessoas assistiriam à missa de canonização na Praça de São
Pedro, nas ruas dos arredores e em outras "piazzas" nas cercanias, onde
foram instaladas telas gigantes de TV para a transmissão da cerimônia.
Reis, rainha, presidentes e primeiros-ministros de mais de 90 países
assistiram à missa. Também participaram da cerimônia cerca de 20 líderes
judaicos dos EUA, Israel, Itália, Argentina e Polônia, em sinal de
reconhecimento dos avanços feitos nas relações entre católicos e judeus
durante as administrações de João XXIII e João Paulo II e na dos
sucessores que celebraram a canonização de ambos.
* Correio do Povo
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