O dia 20 de setemnbro foi o último dia útil antes do início previsto
dos trabalhos para formados no exterior no programa Mais Médicos, apenas
80 (11,7%) dos 682 registros provisórios necessários foram concedidos
pelos Conselhos Regionais de Medicina, o que significa que o programa
vai atrasar de novo.
Terão habilitação para iniciar as atividades na segunda-feira, 23, 19
médicos no Rio Grande do Sul, 29 na Bahia e 32 no Ceará. Ao menos outros
338 profissionais - cujos pedidos foram feitos em 15 Estados - ainda
não tiveram o registro liberado, conforme levantamento do Estado.
Segundo o Ministério da Saúde, até nesta sexta-feira foram protocolados
633 pedidos referentes aos 682 profissionais. Sem o documento, os
médicos podem ser acusados futuramente de exercício ilegal da medicina.
O fornecimento da documentação levou a uma batalha entre o governo
federal e os conselhos, que apontam inconsistências e irregularidades
nos documentos apresentados. Uma das exigências era que o governo
indicasse os tutores desses médicos e em quais locais eles iriam
trabalhar.
Ainda na sexta-feira, 20, o Conselho Federal de Medicina (CFM) emitiu
uma nota orientando os regionais a fornecer o registro, desde que não
existissem pendências em documentos previstos na Medida Provisória dos
Mais Médicos, mas fez uma ressalva: informações consideradas
indispensáveis, como o endereço do trabalho do médico, nome de
supervisores e tutores, teriam de ser concedidas em até 15 dias.
Na nota, o CFM fazia referência a um compromisso que teria sido
assumido pela Advocacia-Geral da União (AGU). Um acordo que o governo
diz nunca ter existido. O ministério afirmou que tornará públicas as
informações, mas no prazo que considerar conveniente.
Mesmo com a orientação do CFM, alguns conselhos ainda resistem em
fornecer o registro, caso de Paraná, Espírito Santo e Santa Catarina.
Tocantins e Pernambuco vão fornecer o registro só para parte dos
médicos, mas no dia 23.
O Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) não emitiu
nenhum dos 55 pedidos de registro protocolados. Segundo Renato Azevedo
Junior, presidente do conselho, todos os documentos apresentados têm ao
menos uma pendência, como nacionalidade e nome do requerente com
divergência, ausência de documento que comprove habilitação para exercer
a medicina e documento escrito de próprio punho. Ao menos três já
tentaram o Revalida e foram reprovados.
"Só vamos emitir o registro se o governo se responsabilizar por essa
documentação", afirmou Azevedo, que nesta sexta-feira, 20, se reuniu com
representantes do ministério e da AGU para discutir justamente essa
liberação. A entidade paulista entregou ao ministério um dossiê
apontando individualmente todas as pendências existentes.
Adail de Almeida Rolo, diretor de Programas do Ministério da Saúde,
disse que a AGU vai se "debruçar" sobre o dossiê para resolver os
problemas apontados. Ele afirmou que os documentos foram analisados
pelas embaixadas brasileiras nos países dos inscritos e também pela
Polícia Federal. "Nossa expectativa é resolver isso o mais rápido
possível para garantir o início das atividades. O que é de nossa
responsabilidade nós assumiremos, não queremos transferir
responsabilidades."
Ainda segundo Rolo, a orientação é para que as cidades recebam todos os
profissionais e já iniciem atividades sobre o sistema local de saúde,
sem envolver o atendimento médico.
Com informações do Estadão
Nenhum comentário:
Postar um comentário