Dois dias após anunciar a entrega dos cargos que tem no governo federal, o presidente nacional do PSB, governador Eduardo Campos (PSB-PE), jogou para o PT a responsabilidade de decidir se continua ou não nas administrações pessebistas nos Estados e nos municípios.
Na administração Campos, o PT ocupa as secretarias de Transportes e
Cultura. O partido deve se reunir nesta sexta-feira para definir se
desembarca ou não do governo.
"Deixei claro que a posição nacional que nós tomamos não é uma posição verticalizada para todos os Estados", disse o governador.
O governador de Pernambuco Eduardo Campos; ele disse que cabe ao PT decidir se desembarca de administrações do PSB |
Provável adversário de Dilma Rousseff nas eleições do ano que vem,
Eduardo Campos não quis dar detalhes da conversa que teve com ela na
quarta-feira (18) e disse que aceitará ir a nova reunião com ela quando a
presidente retornar de Nova York, na semana que vem.
"Tantas vezes a presidenta da República do meu país quiser falar comigo,
eu vou lá falar com ela. Tenho por ela muita atenção. Ela sabe disso",
disse.
Questionado sobre se o pedido de Dilma para que Fernando Bezerra
(PSB-PE) continue à frente do Ministério da Integração por mais uma
semana tem caráter político --para mostrar ao PSB que não há hostilidade
por parte da presidente--, Campos minimizou a questão.
"Ela não esperava, como ela declarou, que houvesse essa posição que
houve do PSB. Houve a posição do PSB, e ela precisa de um tempo para
fazer as escolhas que ela vai ter que fazer. É tranquilo isso. Não tem
nenhum problema", afirmou.
O governador deixou incerto qual será o futuro de Fernando Bezerra. Um
dos integrantes preferidos do staff de Dilma, Bezerra já disse inúmeras
vezes que quer disputar o governo de Pernambuco.
No entanto, o ministro natural de Petrolina (PE) acumula uma série de
frustrações políticas no PSB. Foi preterido em 2010, quando pretendia
disputar o Senado e, em 2012, ano de eleições municipais, quando mudou
seu domicílio eleitoral para o Recife.
Ao lado de um dos possíveis nomes pessebistas para a disputa em
Pernambuco, o secretário da Casa Civil, Tadeu Alencar (PSB), Campos
disse que o partido ainda não está discutindo 2014 porque depende de uma
série de "variáveis" --que ele não detalhou.
"O quadro aqui em Pernambuco tem uma relação direta com o que vai
acontecer no quadro nacional por razões óbvias", afirmou. "Enquanto a
gente não tiver muito claro como vai ser o jogo nacional, fica muito
difícil para nós do PSB definirmos como que vai se dar o quadro aqui no
Estado", disse o governador.
"Eu não posso me colocar uma meta de tomar uma decisão sobre um assunto
quando eu não tenho as variáveis todas para tomar a decisão. E essas
decisões não estão sob o nosso comando, meu comando. [...] A gente
depende de uma série de decisões que vão ser tomadas por outros e que
vão repercutir na nossa vida", disse o presidenciável.
Fonte: www.uol.com.br
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