Casa Branca já havia confirmado o encontro entre os dois presidentes
Encerrada a cerimônia de boas-vindas do G20, líderes das
19 maiores economias mundiais participaram da primeira reunião de
trabalho. Depois, se dirigiram ao Palácio Grand Peterhof, em São
Petersburgo, onde o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ofereceu um
jantar aos chefes de Estado. Dilma e Obama chegaram atrasados ao local.
O governo americano confirmou o encontro, mas não deu
qualquer detalhe. Antes, Ben Rhodes, vice-assessor de segurança para
comunicações estratégicas da Presidência americana, disse que Obama
buscaria fazer com "que os brasileiros tenham um melhor entendimento
sobre o que fazemos e o que não fazemos".
No último fim de semana, reportagem do Fantástico revelou
documentos mostrando que a Agência Nacional de Segurança dos Estados
Unidos monitorou conversas entre Dilma e seus principais assessores.
As revelações de espionagem causaram mal-estar na
relação bilateral e colocaram em dúvida a visita que Dilma deve fazer
aos Estados Unidos em outubro. Nesta quinta-feira, o Planalto confirmou o
cancelamento da ida a Washington, no sábado, de uma equipe que faria os
preparativos da viagem.
Espionagem americana no Brasil
Matéria do jornal O Globo de 6 de julho denunciou que
brasileiros, pessoas em trânsito pelo Brasil e também empresas podem
ter sido espionados pela Agência de Segurança Nacional dos Estados
Unidos (National Security Agency - NSA, na sigla em inglês), que virou
alvo de polêmicas após denúncias do ex-técnico da inteligência americana
Edward Snowden. A NSA teria utilizado um programa chamado Fairview, em
parceria com uma empresa de telefonia americana, que fornece dados de
redes de comunicação ao governo do país. Com relações comerciais com
empresas de diversos países, a empresa oferece também informações sobre
usuários de redes de comunicação de outras nações, ampliando o alcance
da espionagem da inteligência do governo dos EUA.
Ainda
segundo o jornal, uma das estações de espionagem utilizadas por agentes
da NSA, em parceria com a Agência Central de Inteligência (CIA) funcionou em Brasília,
pelo menos até 2002. Outros documentos apontam que escritórios da
Embaixada do Brasil em Washington e da missão brasileira nas Nações
Unidas, em Nova York, teriam sido alvos da agência.
Logo após a denúncia, a diplomacia brasileira cobrou explicações do
governo americano. O ministro das Relações Exteriores, Antonio
Patriota, afirmou que o País reagiu com “preocupação” ao caso.
O embaixador dos Estados Unidos, Thomas Shannon negou que
o governo americano colete dados em território brasileiro e afirmou
também que não houve a cooperação de empresas brasileiras com o serviço
secreto americano.
Por conta do caso, o governo brasileiro determinou que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) verifique se empresas de telecomunicações sediadas no País violaram o sigilo de dados e de comunicação telefônica. A Polícia Federal também instaurou inquérito para apurar as informações sobre o caso.
Após
as revelações, a ministra responsável pela articulação política do
governo, Ideli Salvatti (Relações Institucionais), afirmou que vai
pedir urgência na aprovação do marco civil da internet. O projeto tramita no Congresso Nacional desde 2011 e hoje está em apreciação pela Câmara dos Deputados.
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