Gaúcho é uma denominação dada às
pessoas ligadas à atividade pecuária em regiões de ocorrência de campos
naturais do Vale do Rio da Prata e do Sul do Brasil, notavelmente no bioma
denominado pampa. As peculiares características do seu modo de vida pastoril
teriam forjado uma cultura própria, derivada do amálgama da cultura ibérica e
indígena, adaptada ao trabalho executado nas propriedades denominadas
estâncias. É assim conhecido no Brasil, enquanto que em países de língua
espanhola, como Argentina e Uruguai é chamado de gaucho (acento tônico no
"a", diverso do português, cujo acento tônico é no "u").
O termo também é correntemente
usado como gentílico para denominar os habitantes do estado brasileiro do Rio
Grande do Sul estado que atribuiu o nome gentílico após a revolução farroupilha
mas também há gaúchos espalhados por outros estados da região Sul do Brasil
como Santa Catarina e Paraná e também outros países como Argentina e Uruguai.
Além disso, serve para denominar um tipo folclórico e um conjunto de tradições
codificado e difundido por um movimento cultural agrupado em agremiações,
criadas com esse fim e conhecidas como CTGs.
Origem
Um estudo genético realizado
pela FAPESP revelou que os gaúchos, assim como a maioria dos latino-americanos,
são descendentes de uma mistura de europeus, índios e africanos, mas com
algumas peculiaridades. O estudo apontou que os ancestrais europeus dos gaúchos
seriam principalmente espanhóis e os índios e não portugueses e africanos como
o restante dos brasileiros. Isto porque a região foi por muito tempo disputada
entre Portugal e Espanha e só foi transferida da Espanha para Portugal em 1750.
O estudo também revelou um alto grau de ancestralidade indígena nos gaúchos
pelo lado materno (52% de linhagens ameríndias), maior do que o dos brasileiros
em geral. O estudo também detectou 11% de linhagens africanas pelo lado
materno. Desta forma, os gaúchos são fruto sobretudo da miscigenação entre
homens ibéricos com mulheres indígenas e, em menor medida, com africanas.
Etimologia
O termo originou-se na região
conhecida como Banda Oriental, um território correspondente ao que são o
Uruguai e o Rio Grande do Sul atuais, encontrada pela primeira vez escrita num
documento oficial da administração espanhola em 1771, numa comunicação do
Comandante de Maldonado, Dom Pablo Carbonell ao Virrey Juan José Vértiz:
"Muy señor mío; haviendo noticia quie algunos gahuchos se havian dejado
ver a la Sierra mande a los tenientes de Milicias Dn Jph Picolomini y Dn
Clemente Puebla, pasasen a dicha Sierra con una Partida de 34 hombres..."
Em 1780 em um documento de Montevidéu "que el expresado Díaz no consentirá
en dicha estancia que se abriguen ningunos contrabandistas, bagamundos u
ociosos que aqui se conocen por Gauchos." (8 de agosto de 1780). Guanches
ou Guanchos gentílico dos habitantes das Ilhas Canárias na fundacao de
Montevidéu. Gaúcho foi o Guancho fugido de Montevidéu. Quando o Rei da Espanha
mandou casais de agricultores das ilhas Canárias povoarem a recém-fundada
Montevidéu, eles transplantaram a palavra pela qual identificavam os habitantes
autóctones das ilhas: guanches, ou guanchos. Foi esta a origem da palavra gaúcho,
com pequena distorção de pronúncia: guanches ou guanchos.
Existem várias teorias
conflitantes sobre a origem do termo "gaúcho". O vocábulo pode ter
derivado do quíchua (idioma ameríndio andino) ou de árabe "chaucho"
(um tipo de chicote para controlar manadas de animais). Além disso, abundam
hipóteses sobre o assunto. Um registro de seu uso se deu por volta de 1816,
durante a independência da Argentina, com o qual se denominavam os índios
nômades de pele escura, os gaúchos ou "charruas" (dai o chá - chimarrão,
infusão de erva-mate verde seca e moída, tomada com água quente em cuia de
cabaça ou porongo, sorvida por uma bomba de bambu ou metal), cavaleiros que
domavam e cavalgavam "em pelo" os animais selvagens desgarrados das
estâncias espanholas, que procriavam nos pampas argentinos.
Segundo Barbosa Lessa, em seu
livro Rodeio dos Ventos, publicado pela Editora Mercado Aberto, 2a edição, o
primeiro registro da palavra se deu em 1787, quando o matemático português Dr.
José de Saldanha participava da comissão demarcadora de limites Brasil-Uruguai.
Em uma nota de rodapé do seu relatório de trabalho, o luso teria anotado a
expressão usada pelos da terra para referir-se àqueles índios cavaleiros.
História
Guanches ou Guanchos gentílico
dos habitantes das Ilhas Canárias na fundação de Montevidéu. Gaúcho foi o
Guancho fugido de Montevidéu. Quando o Rei da Espanha mandou casais de
agricultores das ilhas Canárias povoarem a recém-fundada Montevidéu (1724),
eles transplantaram a palavra pela qual identificavam os habitantes autóctones
das ilhas: guanches, ou guanchos. Foi esta a origem da palavra gaúcho, com
pequena distorção de pronúncia: guanches ou guanchos. Próximo ao Rio Cebollatí
no Uruguai, foi formada uma espécie de republiqueta fortificada gaúcha de
contrabandistas canários como uma forma de defesa das tropas de Portugal e
Espanha.
"Los gauchos" de José
María Pérez Núñez.
Em Rocha e toda a área da Lagoa
Mirim e Bagé (agora no Brasil), onde os gaúchos são nascidos. Os Gaúchos
(fugidos) da fronteira Portugal - Espanha não eram Guanchos, eles eram Gaúchos
descrição de pessoas de hábitos nômades, ciganos, moradores em barracas ou
tendas, brancos pobres, de miscigenação moura, vinda da Espanha - fugidos que
viraram índios ou índios aculturados pelas Missões que não possuíam terras e
vendiam sua força de trabalho a criadores de gado nas regiões de ocorrência de
campos naturais do vale da Lagoa Mirim, entre os quais o pampa, planície do
vale do Rio da Prata e com pequena ocorrência no oeste do estado do Rio Grande
do Sul, limitada, a oeste, pela cordilheira dos Andes.
O gentílico "gaúcho"
foi aplicado aos habitantes da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul na
época do Império Brasileiro, por motivos políticos, para identificá-los como
beligerantes até o final da Guerra dos Farrapos, sendo adotado posteriormente
pelos próprios habitantes por ocasião da pacificação de Caxias, quando
incorporou muitos soldados gaúchos ao Exército ao final do Confronto, sendo
Osório um gaúcho que participou da Guerra do Paraguai e é patrono da arma de
Cavalaria do Exército Brasileiro, quando valores culturais tomaram outro
significado patriótico, os cavaleiros mouros se notabilizaram na Guerra ou
Confronto com o Paraguai. Também importante para adoção dessa cultura viva para
representação do Estado do Rio Grande do Sul é a influência do nativismo
argentino, que no final do século XIX expressa a construção de uma das maiores
culturas se não a maior do Brasil.
Na Argentina, o poema épico
Martín Fierro, de José Hernández escrita em Santana do Livramento no RS. A
patria gaúcha onde ele aprende a palavra Gaúcha do uruguaio Lussich (livro deo
Treis Gaúchos Orientales - 1872) e dos próprios riograndeses, exemplifica a
utilização do elemento gaúcho como o símbolo da tradição nacional da argentina,
uruguaia e brasileira em contradição com a opressão simbolizada pela
europeização. Martín Fierro, o herói do poema, é um "gaúcho"
recrutado a força pelo exército argentino, abandona seu posto e se torna um
fugitivo caçado.
Os gaúchos apreciam mostrar-se
como grandes cavaleiros e o cavalo do gaúcho, especialmente o cavalo crioulo,
"era tudo o que ele possuía neste mundo". Durante as guerras do
século XIX, que ocorreram na região, atualmente conhecida como Cone Sul, as
cavalarias de todos os países eram compostas quase que inteiramente por bravos
cavaleiros gaúchos.
Música
Gaúchos dançando uma dança
típica do folclore gaúcho
Existem vários ritmos que fazem
parte da folclore riograndense, mas a maioria deles são variações de danças de
salão centro-européias populares no século XIX. Esses ritmos, derivados da
valsa, do xote, da polca e da mazurca, foram adaptados para vaneira, vaneirão,
chamamé, milonga, rancheira, xote, polonaise e chimarrita, entre outras.
O único ritmo riograndense é o
bugio, criado pelo gaiteiro Wenceslau da Silva Gomes, o Neneca Gomes, em 1928,
na região de São Francisco de Assis. Inspirado no ronco dos bugios, macacos que
habitam as matas do Sul da América, o ritmo foi banido por algum tempo por ser
considerado obsceno, mas em tempos atuais é mantido em todo o estado, onde hoje
se realiza um festival "nativista" conhecido como "O Ronco do
Bugio".
A partir de 1970, com a criação
da Califórnia da Canção Nativa em Uruguaiana, começaram a surgir os festivais,
que serviram de incentivo para músicos e compositores lançarem novos estilos,
popularmente chamados de "música nativista". Essa música é formada
por ritmos pré-existentes, especialmente a milonga e o chamamé, porém com
canções mais elaboradas e com letras quase sempre dedicadas ao Rio Grande do
Sul.
Também é comum neste estado,
entre os descendentes de alemães, a Música folclórica alemã, em festivais como
a Oktoberfest de Santa Cruz do Sul e a Oktoberfest de Igrejinha, porem com uma
contribuição gaúcha.
Vestimenta ou Indumentária
Trajes típicos de prenda e peão,
em desfile na Semana Farroupilha, Porto Alegre.
Os gaúchos usam roupas de origem
indígena (poncho, lenço, vincha e faixa), europeia (camisa, chapéu, guaiaca e
bota, além das vestimentas femininas para as mulheres) e turca (bombacha),
todas adaptadas ao pampa com o passar do tempo. Menos de 50 % da população
gaúcha usa as vestimentas tradicionais, pois é uma cultura essencialmente
campeira. A bombacha é muito utilizada nas regiões da campanha, pampa e dos
campos de cima da serra. Nas cidades se vê alguns gaúchos pilchados, em sua
maioria integrantes de grupos tradicionalistas ou separatistas, ou simples
amantes da cultura original de seu estado. Nas aulas das universidades sul-rio-grandenses
não falta o chimarrão. Os gaúchos que saem a morar em outros estados do Brasil
ou no exterior tendem a realçar seu "gauchismo".
Palavras e expressões
regionalistas : o falar gaúcho
O modo de falar do Rio Grande do
Sul e algumas partes de Santa Catarina e Paraná a exemplo do de outras partes
do Brasil, possui expressões próprias diferenciadas da linguagem padrão
brasileira. Muitas dessas expressões são compartilhadas pelas populações dos
países vizinhos da bacia do rio da Prata, a Argentina e o Uruguai. É grande a
influência do castelhano no sotaque e no léxico gaúchos.
No Brasil, Gaúcho é o vivente
nascido no Rio Grande do Sul estado que atribuiu o nome gentílico após a
revolução farroupilha, existem os Gauchos nascidos no Uruguai, Argentina, Santa
Catarina e Paraná, brasileiros nascidos em outros estados que cultuam as
tradições gauchescas as desenvolveram através dos CTG's levados pelos gaúchos
afim de divulgar e de manter as tradições e estes que as cultuam são chamados
tradicionalistas .
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