sexta-feira, 12 de julho de 2013

R$ 1 milhão para agilizar liberação da obra da UPA

Verba será utilizada para a conclusão do prédio de quatro andares erguido atrás da unidade

R$ 1 milhão para agilizar liberação da obra da UPAAté o final do ano, a nova Unidade de Pronto Atendimento (UPA) que está sendo construída no bairro Botafogo, e que marca a primeira fase da instalação de um hospital público em Bento Gonçalves, pode entrar em funcionamento graças à garantia de um novo repasse de recursos do Estado. Em uma reunião realizada na última semana, o secretário estadual de Saúde, Ciro Simoni, assegurou a lideranças da cidade que o governo gaúcho destinará R$ 1 milhão para a conclusão da parte externa da edificação de quatro andares erguida atrás da UPA, mediante a apresentação de um plano de trabalho e da planilha de custos. Com as obras, devem cessar as infiltrações de água na unidade, situada na parte térrea, o que permitirá a utilização do espaço.

O encontro com Simoni foi agendado pelo vereador Clemente Mieznikowski (PDT) e, inicialmente, tinha um outro objetivo: a intenção dos representantes locais era mudar a destinação da verba de R$ 1 milhão que já está garantida para Bento e que deverá ser investida na compra de aparelhagem para a UPA. Como a alteração não foi possível, o próprio secretário sugeriu o encaminhamento de um novo pedido de auxílio financeiro, o qual poderá ser aplicado nas obras.

De acordo com o coordenador médico da secretaria municipal da Saúde (SMS), Marco Antônio Ebert, que participou da reunião em Porto Alegre, a maioria dos materiais necessários já foi adquirida com recursos próprios. Mesmo assim, a prefeitura pretende verificar o quanto ainda pode utilizar do dinheiro, para evitar, dentro da legalidade, a devolução aos cofres estaduais. “Estamos avaliando o que já temos de equipamentos e o que pode ser destinado a outras unidades”, explica.

“Muito diálogo”

Para Mieznikowski, o anúncio do secretário aumenta as expectativas de que o atendimento no setor da saúde em Bento receba um importante reforço em breve. “O que queremos é que essa obra seja concluída. Não é um desejo meu, é de toda uma comunidade, independentemente de quem faça. É claro que, depois disso, ainda teremos muita coisa a ser feita, mas vamos enfrentar isso com muito diálogo”, conclui o vereador.

R$ 750 mil mensais

Com a UPA em funcionamento, o município deve receber, segundo Ebert, o aporte de R$ 750 mil mensais para a manutenção da estrutura. Do montante, R$ 500 mil viriam do governo federal e os outros R$ 250 mil do Estado. Por ano, seriam R$ 9 milhões. “Isso nos daria um fôlego muito bom, porque representa praticamente 10% do nosso orçamento anual”, destaca o coordenador. 

Os trabalhos a serem retomados nos quatro andares permitirão a abertura da unidade. O prédio será destinado a internações e espera por um novo pavimento, algumas paredes, telhado e reboco. A inauguração dessa obra também deve acelerar a segunda fase do novo complexo de saúde. Além da parte interna da edificação, as etapas posteriores, conforme a projeção apresentada ainda no governo anterior, preveem a implantação de laboratórios, bloco cirúrgico, prédio administrativo e paisagismo, ações que ainda não têm previsão de início.

Algumas outras medidas, contudo, podem ser encaminhadas nos próximos meses. Entre elas, estão sendo discutidas a realocação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e a provável mudança de local do Departamento Médico Legal (DML).

Adaptações na UPA

A UPA, em si, dependeria, de acordo com o coordenador médico da SMS, Marco Antônio Ebert, de apenas alguns ajustes para adaptações às normas técnicas previstas para empreendimentos da área da saúde. Um dos pontos a serem revistos, por exemplo, é a substituição dos rodapés de MDF, não permitidos pela Vigilância Sanitária, e melhorias nos acabamentos de gesso e pintura. Os trabalhos, segundo ele, estão em andamento.

Para entender

O município já tinha R$ 1 milhão garantido para a compra de equipamentos para a UPA, mas a maioria dos aparelhos foi adquirida com recursos próprios;

Como a verba não pode ser destinada a outro fim, a prefeitura pretende solicitar um novo repasse de valor semelhante ao Estado, este para aplicar nas obras do prédio de quatro andares atrás da UPA;

Após a conclusão desta edificação, a utilização da UPA deve ser autorizada, pois terminariam as infiltrações de água que hoje comprometem a estrutura térrea, onde está a unidade;

Mesmo assim, a administração avaliará a possibilidade de utilizar o primeiro R$ 1 milhão, repassando equipamentos para outras Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da cidade. A intenção, dentro dos mecanismos legais, é evitar ao máximo a devolução do dinheiro aos cofres estaduais.

Saiba mais

O carro-chefe da campanha de Roberto Lunelli para a prefeitura de Bento Gonçalves nas eleições de 2008 começou a tomar forma três anos depois. Em setembro de 2011, o ex-prefeito colocou, simbolicamente, o primeiro tijolo da construção do então chamado Complexo de Saúde do Trabalhador (CST). Desde 2009, a prefeitura iniciou tratativas em torno da área onde está sendo erguido o CST – hoje batizado pela administração de Guilherme Pasin como “Hospital do Povo” –, na rua Goiânia, bairro Botafogo. Em dezembro de 2010, a Assembleia Legislativa aprovou a cessão do terreno para o município. Em relação à questão financeira, o pedido de recursos para construção da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), a primeira parte das obras, iniciou ainda em 2009. O lançamento oficial do CST aconteceu em cerimônia em dezembro de 2010, quando Lunelli empolgou-se e prometeu obras ainda no primeiro trimestre de 2011. Entretanto, a primeira parcela para a construção da UPA (R$ 260 mil) foi liberada apenas quatro meses depois. O contrato entre a prefeitura e a empresa vencedora da licitação para a execução da primeira fase do projeto, a Engeporto Projetos e Construções Ltda, foi assinado no mês de julho daquele ano. As obras seguiram até outubro de 2012, quando foram suspensas em razão da grave crise financeira que atingiu o município. A retomada aconteceu em abril deste ano, já com nova administração à frente da prefeitura. Em razão do tempo em que estiveram paradas, alguns reparos foram necessários, como controle da infiltração, tratamento para o mofo, pinturas, acabamentos e substituição do mobiliário danificado.

                                Fonte: www.serranossa.com.br - Reportagem: Jorge Bronzato Jr.

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