Pessoas com até 49 anos de idade podem ser imunizadas
gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde
O Ministério da Saúde anunciou na última semana a ampliação da
vacinação contra a hepatite B em todo o país. Agora, pessoas com até 49
anos podem ser imunizadas – antes a idade limite era 29. Em Bento
Gonçalves, as doses já estão disponíveis em todas as Unidades Básicas de
Saúde (UBS) e Unidades da Estratégia Saúde da Família (ESF) dos
bairros. A coordenação orienta que seja apresentada a carteira de
vacinação para que haja a conferência e a atualização dos dados. A
vacina é considerada a forma mais segura e eficaz de prevenção. Quando
não tratada, a doença pode evoluir para cirrose ou câncer de fígado.
Os primeiros casos de hepatite em Bento Gonçalves, registrados no
Sistema de Informações sobre Agravos de Notificação (Sinan), datam do
ano de 1998. Nove ocorrências do tipo B e duas do C foram registradas na
época. Desde então, houve 606 notificações, conforme dados calculados
pela secretaria municipal de Saúde até o final do último mês de junho.
Por ano, são registrados, em média, 42 novos casos na cidade, índice
superior ao da média nacional – 4,5 – e da estadual, 9,1.
A doença do tipo B é transmitida principalmente por meio do sangue e
do sêmen humano, sendo o sexo sem proteção e o compartilhamento de
seringas e agulhas as situações que oferecem mais risco de contaminação.
“É importante ressaltar que as pessoas com hepatite B e C não
apresentam sintomas na maioria das vezes. Elas podem estar infectadas
pelos vírus, transmitindo-os por toda a sua vida, sem nunca saberem
disso. A inexistência de indícios faz com que a infecção seja descoberta
somente quando são feitos exames específicos de sangue, como o teste de
gravidez, ou quando os parceiros sexuais ou alguém da família é
diagnosticado com a infecção”, descreve o enfermeiro José Antônio
Rodrigues da Rosa, coordenador do Serviço de Vigilância Epidemiológica
da secretaria de Saúde de Bento Gonçalves.
O coordenador explica que a hepatite é conhecida popularmente como
“amarelão”, pois em algumas situações a pele e a conjuntiva dos olhos da
pessoa infectada ficam amareladas. “Os doentes também costumam
queixar-se de fraqueza e falta de apetite, além da cor da urina ficar
bem escura. Considerando que as do tipo B e C podem causar graves
problemas no fígado – entre os quais cirrose e câncer –, é importante
que se saiba de que forma preveni-las. Algumas medidas, como evitar o
uso compartilhado de agulhas, seringas, lâminas, aparelhos de barbear e
de depilação, alicates e tesouras de unha e sempre usar preservativo nas
relações sexuais, podem diminuir os riscos de infecção”, orienta o
coordenador.
Em Bento Gonçalves, os casos diagnosticados são encaminhados para o
Serviço de Atendimento Especializado – Centro de Testagem e
Aconselhamento (SAE-CTA), no bairro Botafogo, ou para as unidades
básicas ou de Estratégia de Saúde da Família dos bairros. Todo o
processo é gratuito, custeado através do Sistema Único de Saúde (SUS).
Vacinação
Para que a pessoa esteja imune é necessário que seja submetida às
três etapas da vacinação. A segunda dose é aplicada 30 dias após a
primeira e a terceira, seis meses depois. Não há contraindicação ou
efeitos colaterais significativos. “A intenção é completar o esquema
vacinal. Por exemplo: se a pessoa tomou somente a primeira dose, serão
ministradas a segunda e a terceira, independentemente do período que
tenha transcorrido a partir da primeira aplicação”, explica o enfermeiro
Maichel Manfredini, coordenador de Imunizações da secretaria municipal
de Saúde.
Novos casos
2008: 53
2009: 31
2010: 32
2011: 28
2012: 35
2013: 13*
2009: 31
2010: 32
2011: 28
2012: 35
2013: 13*
*Dados referentes a Bento Gonçalves, calculados até o dia 30 de junho
de 2012. Fonte: Serviço de Vigilância Epidemiológica da secretaria
municipal de Saúde
Fonte: Jornal SerraNossa
Reportagem: Katiane Cardoso
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