sábado, 27 de julho de 2013

As crianças e o inverno

Cuidados redobrados com a queda das temperaturas
 
 As crianças necessitam de cuidados redobrados com a chegada da estação mais fria do ano e com a quedabrusca das temperaturas
 
As temperaturas estão caindo e, à medida que os termômetros vão registrando essas mudanças no clima, começam a aumentar a preocupação dos pais com a grande incidência de casos de doenças relacionadas ao sistema respiratório. Os pequenos são mais vulneráveis, principalmente as crianças até os cinco anos de vida. O motivo? Até essa idade, os mecanismos de defesa contra vírus e bactérias ainda estão se desenvolvendo no organismo infantil. Por isso, as complicações podem ser mais graves do que em adultos.

Para garantir a saúde dos seus filhos neste e nos próximos invernos, Filumena Gomes, pediatra e médica-assistente do Departamento de Pediatria do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas, e Milena de Paulis, pediatra do Hospital Israelita Albert Einstein e médica especializada em emergência, dão dicas importantes e explicam as particularidades de cada período da infância.

Em qualquer idade

Primeiro, é preciso ter atenção para os cuidados que valem para todos os pequenos:

Manter uma boa hidratação, pois a época é mais seca e o tempo com baixa umidade irrita as mucosas do corpo, favorecendo as infecções.

Ter uma boa alimentação, garantindo a ingestão dos nutrientes necessários para que o sistema imunológico seja fortalecido.

Lavar as mãos com água e sabão para diminuir o risco de transmissão das infecções respiratórias.
Evitar ambientes mal ventilados ou com aglomerações.

Usar somente analgésicos e antitérmicos em caso de necessidade e não medicar os pequenos com antibióticos, pois a maioria dos quadros respiratórios é viral. O ideal é consultar um médico.

Manter a carteira de vacinação em dia.

Cuidados com recém-nascidos até três meses de idade

É a faixa etária de maior risco, pois o sistema imunológico da criança está em desenvolvimento e ela ainda não recebeu todas as vacinas. Por isso, principalmente no frio, tente não sair de casa com a criança.

Se receber visitas, peça às pessoas que não beijem e peguem muito a criança. Vírus que nós podemos ter (mesmo que não nos façam mal) podem ser passados para ela e causar doenças por causa de sua imunidade ainda baixa.

Nessa fase, também podem ser comuns os quadros virais de vias aéreas inferiores, principalmente a bronquiolite, que, em algumas crianças, pode ter uma evolução mais grave.

Casas com bebês não devem ficar fechadas. Pelo contrário! Abra as janelas, mas lembre-se de deixar o pequeno fora da corrente de ar.

Crianças até três meses de vida sentem mais as mudanças de temperatura. Por isso, fique atenta em momentos como a hora do banho. Por outro lado, não exagere nos agasalhos porque o suor pode desencadear alergias na pele. A dica é usar o bom senso.

Três meses a dois anos

O berçário e a escola podem ser focos de infecções. Por isso, o cuidado deve ser redobrado. O ideal é deixar a criança em casa quando estiver doente.

A partir dos seis meses, não deixe de dar a vacina de gripe, disponível na rede pública de saúde.

Assim como em bebês menores, não exagere nos agasalhos. Uma muda de roupa a mais é suficiente para manter o corpo aquecido.

Dois a cinco anos

Atenção às peças de frio que ficaram guardadas no armário: lave-as e deixe-as secar em local arejado.

Se o seu filho tem apego a um cobertor ou “paninho”, lave-os regularmente, pois podem acumular vírus e bactérias.

Por falar em cobertor... prefira os de algodão, pois oferecem menos riscos de alergias.

Limpe bem o nariz da criança e faça inalações quando necessário.

Ensine o seu filho a colocar a mão na frente da boca ao tossir e espirrar (isso evita a transmissão de doenças) e a lavá-las em seguida.

Cinco anos em diante

A partir dessa idade, a criança já foi bastante exposta a vírus e bactérias. Por isso, tende a ficar menos doente por conta de sua imunidade.

Os cuidados são mais parecidos aos de um adulto.

A limpeza nasal é importante para evitar complicações como sinusite.

Fonte: Jornal Semanário

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