terça-feira, 26 de novembro de 2013

Mais de 90% dos homens que agridem mulheres no RS mantêm ou mantiveram relação pessoal com a vítima

Com lançamento previsto para a noite desta segunda-feira, 25, o Relatório Lilás, elaborado com base em estatísticas da Secretaria da Segurança Pública do Rio Grande do Sul durante os primeiros cinco anos da lei Maria da Penha, mostra que 90,9% dos agressores de mulheres mantêm ou mantiveram relações pessoais com a vítima. Os assassinos são maridos, companheiros, namorados e até familiares.
 
Maridos e companheiros foram 50,4% dos assassinos de mulheres; ex-maridos e ex-companheiros, 25%, enquanto familiares, 15%. Em 83,48% dos casos, o assassinato ocorre na residência da própria vítima que, em quase metade dos casos, já havia registrado contra o agressor outros delitos que antecederam o crime.
 
Também aparecem no Relatório Lilás informações sobre femicídio (homicídio cuja vítima é uma mulher e cuja motivação é relacionada ao gênero). Em 85% dos casos registrados as mulheres foram executadas com o auxílio de armas, sendo a arma de fogo a mais utilizada. O motivo mais frequente do femicídio é o divórcio ou separação, responsável por 51% das ocorrências. As vítimas, em geral, são jovens. Três em cada dez mulheres assassinadas tinham entre 18 e 27 anos. Já um terço dos autores está na faixa entre 28 e 37 anos.
 
As estatísticas foram construídas a partir de dados do Sistema de Consultas Integradas da Secretaria da Segurança Pública, e foram reunidas em um capítulo do Relatório Lilás, primeira publicação da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul tratando de questões relativas aos direitos das mulheres.
 
De acordo com o deputado Edegar Pretto (PT), coordenador da Frente Parlamentar dos Homens pelo Fim da Violência contra a Mulher, que organizou o Relatório, o material marca o 25 de novembro, Dia Internacional de Luta pelo Fim da Violência contra a Mulher.

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