Dois meses se passaram desde o anúncio da retomada da captação de
recursos para o restauro do Museu do Imigrante e o resultado da
mobilização se torna cada vez mais expressivo. Em apenas 60 dias, a
empresa que apresentou a proposta para liderar, junto a pessoas físicas e
jurídicas, a arrecadação de verbas por intermédio da Lei Rouanet já
superou em praticamente seis vezes o montante obtido desde abril de
2009, quando o Ministério da Cultura (Minc) autorizou a busca por
patrocínio. Atualizados nesta semana, os dados registrados no sistema de
acompanhamento de projetos do Minc na internet apontam a destinação de
mais de R$ 172 mil do Imposto de Renda (IR) ao projeto.
Para poder movimentar a conta e reiniciar as obras de recuperação do
prédio histórico, é necessário atingir 20% de exatos R$ 1.091.153,24
aprovados. Faltam, portanto, R$ 46 mil para alcançar o mínimo de R$ 218
mil determinado pelo governo federal. De acordo com Fabiano Mazzotti, um
dos responsáveis pela captação, o objetivo é focar, até o final do ano,
na busca por verbas, para depois – provavelmente, já a partir de
janeiro – começar a colocar os trabalhos em prática. “Temos condições de
passar e muito desse valor, porque há outras empresas que estão por
confirmar o apoio nos próximos dias. Dezembro deve ser forte nesse
sentido, vamos ter uma grande movimentação com esses depósitos. Depois,
poderemos trabalhar com planejamento”, afirma.
Na visão de Mazzotti, foi a união de esforços que permitiu dar
agilidade ao projeto, que se arrastava há mais de quatro anos. “É um
grande trabalho em equipe e, principalmente, com conhecimento. Por isso
tivemos essa grande evolução. Agora, nós queremos envolver quem ainda
não está participando”, completa o profissional. Na lista de apoiadores,
além de empresas (veja abaixo), estão vários representantes do
Executivo, participação que o próprio prefeito Guilherme Pasin cobrou de
seus secretários. No Legislativo, apenas o vereador Clemente
Mieznikowski (PDT) destinou parte de seu IR à iniciativa.
História e acessibilidade
O projeto de restauro do Museu do Imigrante, espaço cultural
inaugurado em 1975, prevê, além do resgate de aspectos originais da
edificação, medidas para garantir acessibilidade a futuros visitantes
portadores de necessidades especiais, com a implantação de rampa e
elevador panorâmico, transferindo o acesso principal para a parte de
trás da estrutura.
O Museu está fechado para visitação desde agosto de 2010. Um ano
antes, seu piso superior já havia sido interditado pelo risco de
desabamento, pois o assoalho estava comprometido por infiltrações de
água. Seu acervo permanece armazenado na reserva técnica, no subsolo da
Fundação Casa das Artes. Até agora, utilizando recursos próprios, apenas
o telhado foi recomposto, com investimento de R$ 55 mil.
Quem pode apoiar
Podem investir em projetos culturais aprovados pelo Minc na Lei
Rouanet empresas tributadas em lucro real, deduzindo até 4% do IR
devido. No caso de pessoas físicas, o limite é de até 6% do tributo
devido pelos contribuintes. O ressarcimento do patrocínio virá no ano
seguinte, na forma de restituição ou abatimento do valor do IR a pagar.
Mais informações podem ser obtidas na Fundação Casa das Artes, pelo
telefone (54) 3454 5253.
Empresas apoiadoras
Italínea Indústria de Móveis Ltda. – R$ 78 mil
Móveis Carraro S.A. – R$ 30 mil
Concresul Britagem Ltda. – R$ 20 mil
Avantti Móveis para escritório Ltda – R$ 15 mil
Única Indústria de Móveis Ltda. – R$ 10 mil
Todeschini S.A. Indústria e Comércio – R$ 7 mil
Móveis Carraro S.A. – R$ 30 mil
Concresul Britagem Ltda. – R$ 20 mil
Avantti Móveis para escritório Ltda – R$ 15 mil
Única Indústria de Móveis Ltda. – R$ 10 mil
Todeschini S.A. Indústria e Comércio – R$ 7 mil
Procedimento para pessoa física
Depositar o valor desejado na conta específica do projeto, aberta
pelo Minc (Banco do Brasil, agência: 0181-3, conta corrente: 56.310-2).
Identificar o depósito com o número do CPF do depositante.
Há mais um identificador a ser preenchido: no caso de pessoa física, deve-se escolher a opção “2”.
Entregar uma cópia do comprovante de depósito ao proponente do
projeto (contatar um dos membros da captação na Fundação Casa das
Artes).
Ao entregar o comprovante de depósito, o apoiador informará os seus
dados pessoais (nome, CPF, endereço, telefone) para receber do
proponente o recibo de mecenato.
O recibo de mecenato deve ser guardado pelo apoiador para utilizar na declaração do Imposto de Renda no ano seguinte.
A isenção fiscal é de 100% do valor apoiado, até o limite de 6% do
Imposto de Renda devido pela pessoa física, seja retido na fonte ou não.
O formulário da declaração do IR de pessoa física deve ser o completo e não o simplificado.
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