A África do Sul espera receber os chefes de Estado do mundo inteiro
para o funeral de Nelson Mandela, que recebeu homenagens unânimes, tanto
da China quanto do Dalai Lama, de Teerã e Washington.
Os preparativos para o funeral de Estado do herói da África do Sul
começaram nesta sexta-feira. A cerimônia nacional em memória do
ex-presidente sul-africano, falecido quinta-feira aos 95 anos, será
realizada em 10 de dezembro no estádio de Soweto e seu sepultamento
acontecerá no dia 15, na aldeia de Qunu (sul), anunciou nesta
sexta-feira o presidente Jacob Zuma.
"Vamos dar um funeral de Estado ao ex-presidente Nelson Mandela, e ele
será enterrado em 15 de dezembro em Qunu, em Cabo Oriental", disse Zuma,
acrescentando que uma cerimônia oficial será realizada em 10 de
dezembro no estádio Soccer City, em Soweto, perto de Joanesburgo.
"Nós iremos trabalhar em conjunto para organizar o funeral mais digno
possível para este filho excepcional de nosso país e pai de nossa jovem
nação", acrescentou o presidente sul-africano, agradecendo às mensagens
de condolências vindas de toda a África do Sul e do mundo inteiro.
Toda a próxima semana foi declarada "semana nacional de luto, e
começará domingo, 8 de dezembro, com "um dia nacional de orações e
reflexões".
O corpo de Mandela ficará exposto no Union Buildings, a sede da
presidência, em Pretória, do dia 11 ao 13 de dezembro. E em 16 de
dezembro deve ser erguida uma estátua do ex-líder em frente ao Union
Buildings.
Até o sepultamento, serão realizadas cerimônias oficiais e
tradicionais, e as bandeiras permanecerão a meio mastro em todo o país. A
cerimônia popular organizada em Soccer City, o estádio de Soweto onde
aconteceu a final da Copa do Mundo de futebol de 2010 - última aparição
pública de Mandela, já muito enfraquecido -, contará com a presença de
homens políticos, artistas e líderes espirituais vindos do mundo
inteiro.
São esperados chefes de Estado, mas também personalidades como a
apresentadora americana Oprah Winfrey, a ex-primeira-dama e secretária
de Estado americano Hillary Clinton e o ex-capitão da seleção
sul-africana de rúgbi - campeão da Copa do Mundo de 1995 - François
Pienaar.
Desde o anúncio da morte de Nelson Mandela, chegam mensagens de líderes
do mundo inteiro e de organizações, passando do Fundo Mundial para a
Natureza (WWF) e de sindicatos até a partidários do regime do apartheid
que combateram Mandela.
Libertado em 1990 após ter passado 27 anos atrás das grades do
apartheid, Nelson Mandela se tornou o primeiro presidente negro da
África do Sul quatro anos depois. Foi um grande reconciliador,
conquistando a admiração de ex-inimigos que ele soube escutar.
Mandela entra para a história por ter negociado com o governo do
apartheid uma transição pacífica para uma democracia multirracial e por
ter evitado uma guerra civil que, no início dos anos 1990, parecia
praticamente inevitável.
Nelson Mandela, que completou 95 anos em 18 de julho, havia sido
hospitalizado em quatro ocasiões desde dezembro de 2012, sempre por
infecções pulmonares.
Os problemas estavam relacionados com as sequelas de uma tuberculose
contraída durante o longo período em que passou na ilha-prisão de Robben
Island, na costa de Cabo, onde passou 18 anos dos 27 de detenção nas
prisões do regime racista do apartheid.
* AFP
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