União de setores da sociedade pode permitir aproximação entre a comunidade e as escolas
A formação de um comitê local com a participação de diversos
setores da sociedade deve agilizar a integração de Bento Gonçalves ao
Plano de Mobilização Social pela Educação. O encaminhamento foi um dos
resultados concretos de uma oficina de capacitação
realizada no municíio nesta semana, que contou com a presença de cerca
de 130 pessoas e com a participação de um pedagogo do Ministério da
Educação (MEC), que apresentou práticas de sucesso desenvolvidas em
outros Estados.
O grupo será formado, inicialmente, por 12 integrantes de órgãos
públicos e entidades, que devem se reunir mensalmente. Caberá a eles
identificar carências e propor ações que possam aproximar as escolas
ainda mais das comunidades onde elas estão inseridas. “Temos que chamar
as famílias para ocupar a escola também como um espaço comunitário”,
explica Paulo Ronaldo do Santos, representante do MEC.
O juiz Rudolf Carlos Reitz, da 2ª Vara Criminal e do Juizado da
Infância e Juventude de Bento Gonçalves, um dos idealizadores do projeto
na cidade, vê como principal desafio a ser superado a necessidade de
fazer com que os pais percebam como o ensino é importante para a vida
dos filhos. “Com um melhor nível
de educação, os filhos terão mais oportunidades ao longo da vida e
terão mais condições de enfrentar eventuais situações difíceis que se
colocam ao longo da vida, além de ser importante também para o meio
social, pois um melhor nível de educação implica menos crimes, menos
problemas no trânsito e no meio-ambiente, entre outros aspectos”,
afirma.
Para a secretária municipal de Educação, Iraci Luchese Vasques, uma
das ações mais importantes será melhorar a integração entre a família e a
escola. “Muitos pais não se envolvem nas atividades que as escolas
oferecem, não participam diretamente do aprendizado dos filhos. Isso
acaba desestimulando os jovens. O que vamos tentar mostrar é que a
escola pertence à comunidade, o Poder Público apenas administra”, destaca.
Novo olhar
Na visão do titular da 16ª Coordenadoria Regional de Educação (16ª
CRE), Ênio Ceccagno, a mobilização em Bento não teria, por necessidade,
um foco tão voltado às questões estruturais ou de gestão das instituições de ensino.
Segundo ele, estes dois aspectos têm sido conduzidos de forma
relativamente satisfatória, apesar de algumas deficiências,
principalmente no que se refere ao espaço físico dos educandários.
“Temos problemas, isso é evidente, mas eles podem e devem ser
contornados. Entendo que o que mais faz falta agora é esse novo olhar,
de colocar a escola integralmente nas comunidades, de fazer com que uma
participe da vida da outra”, conclui o coordenador.
O Plano Social
Lançado em 2008, o Plano de Mobilização Social pela Educação é uma chamamento do Ministério da Educação
(MEC) ao envolvimento voluntário dos cidadãos no cotidiano da
comunidade escolar, ampliando a atuação das instituições públicas de
ensino. A implantação do Plano nos municípios tem como um dos primeiros
passos a realização da oficina que Bento Gonçalves recebeu no dia 27, na
qual os futuros agentes mobilizadores são orientados. A etapa seguinte
é, justamente, os trabalhos do comitê local, composto por lideranças que
representam diversos setores da sociedade.
Fonte: Jornal SerraNossa
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