Estão previstas ações de conscientização em cinco pontos da região,
nas rodovias RSC-470 e ERS-122
Dia 17 de janeiro é a data em que os insistentes pedidos da
Associação das Entidades Representativas da Classe Empresarial da Serra
Gaúcha (CICs Serra) ganharão novas vozes. Às 17h deste dia, centenas de
pessoas devem participar de protestos simultâneos em cinco pontos de
duas das mais importantes rodovias da Serra Gaúcha: a RSC-470 e a
ERS-122. A ação faz parte da campanha “Chega de Promessas. Sem estradas a
Serra para”.
Segundo o presidente da entidade, Ademar Petry, a intenção não é
bloquear o trânsito, mas ampliar a mobilização em torno de melhorias nas
condições das estradas. “Nosso protesto será pacífico, vamos apelar
para a conscientização através de faixas e distribuição de panfletos.
Trancar a rodovia seria trazer ainda mais prejuízo aos motoristas”,
argumenta.
Na pauta de reivindicações estão promessas antigas não cumpridas pelo
governo do Estado e pedidos específicos, entre os quais a duplicação da
RSC-470, entre Bento Gonçalves e Carlos Barbosa; a duplicação da
RSC-453, entre Bento e Farroupilha; maior eficiência e amplitude do
Contrato de Restauração e Manutenção de Rodovias da Serra (Crema Serra);
intervenções na ERS-448 (Nova Roma do Sul), ERS-446 (Carlos Barbosa –
São Vendelino) e ERS-324 (Nova Araçá a Casca); a retomada urgente de
obras para resolução dos problemas na ERS-431, cuja pista cedeu por
completo no trajeto entre Bento Gonçalves e Santa Bárbara; e a
manutenção dos demais trechos. “Buscamos soluções efetivas para a
questão das rodovias. O Crema Serra, programa que tem como objetivo
restaurar estradas da região, abrange menos de 10% da malha rodoviária.
Nós precisamos de melhorias mais efetivas, de duplicações urgentes em
alguns trechos e até da reconstrução de estradas”, destaca o presidente.
A campanha iniciou em dezembro de 2013. Três outdoors já foram
instalados na região: em Carlos Barbosa, em Antônio Prado e em
Garibaldi. Segundo Petry, outras cinco placas deste tipo também devem
ser colocadas até o dia do protesto. Além disso, todas as entidades
associadas estão recebendo panfletos e adesivos alusivos à campanha para
distribuírem entre seus associados e para a comunidade.
Comunidade pode participar
A CICs Serra está convocando toda a comunidade a participar. Para
isso, basta ir até um dos pontos de protesto às 17h do dia 17 de
janeiro. O presidente da entidade convida os participantes a levarem
faixas e cartazes.
Reivindicações
Duplicação da RSC-470, entre Bento Gonçalves e Carlos Barbosa
Duplicação da RSC-453, entre Bento Gonçalves e Farroupilha
Maior eficiência e amplitude do Contrato de Restauração e Manutenção de Rodovias da Serra (Crema Serra)
Intervenções na ERS-448 (Nova Roma do Sul), ERS-446 (Carlos Barbosa – São Vendelino) e ERS-324 (Nova Araçá a Casca)
Retomada urgente de obras para resolução dos problemas na ERS-431,
cuja pista cedeu por completo no trecho entre Bento Gonçalves e Santa
Bárbara
Manutenção dos demais trechos
Programe-se
O quê: manifesto da CICs Serra por melhores condições nas rodovias
Quando: dia 17 de janeiro (sexta-feira)
Horário: 17h
Duração: estimada entre 1h30 e 2h
Pontos de protesto:
RSC-470, km 217 (em frente ao Grupo Rodoviário de Bento Gonçalves)
RSC-470, km 222 (entroncamento com a RSC-453 – Trevo da Telasul)
RSC-470, km 171 (em frente ao Grupo Rodoviário de Veranópolis)
ERS-122, km 59 (em frente ao Grupo Rodoviário de Farroupilha)
ERS-122 (trevo de acesso a Antônio Prado)
Recuperação da ERS-431 enfrenta atraso
A situação da ERS-431, rodovia que liga Bento Gonçalves a Santa
Bárbara, tem sido um dos maiores motivos de preocupação por parte da
CICs Serra. Parte da estrada cedeu na altura do quilômetro 14 no dia 22
de novembro do ano passado. Em 10 de dezembro, a equipe do Departamento
Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) apresentou a avaliação técnica
feita no trecho, com sugestão de cronograma para as obras de
recuperação, mas, segundo a autarquia, houve um atraso em função da
época atípica, de final de ano, na qual as empresas entraram em férias
coletivas e demoraram para responder às cartas-convite.
Em nota encaminhada ao SERRANOSSA no dia 2 de janeiro, a assessoria
de imprensa do Daer informou que atualmente a fase é de projeto. “Para
elaborá-lo, o Daer necessita de elementos básicos, como topografia, que
já está pronta, e sondagem, que precisará ser feita por meio de uma
contratação emergencial – foi contratada a empresa RW Geologia e
Sondagem. Depois disso, iniciam os estudos de sondagem, que devem durar
em torno de 10 dias. O projeto já está praticamente pronto e aguarda
esse item”, diz o texto. Cumprida essa etapa, o Daer parte para a
contratação da empresa que fará a recuperação em si. “Não temos data
definida, mas a intenção é que a recuperação esteja pronta na primeira
quinzena de fevereiro. Assim que isso ocorrer, o trânsito será liberado
no local”, cita a nota.
Conforme o estudo técnico, houve rompimento do aterro ocasionado por
insuficiência na drenagem e, além da cedência completa da pista, foram
constatados também afundamentos em outros dois pontos (no quilômetro
6,5, em Faria Lemos, e na altura do quilômetro 21,5).
O cronograma
Segundo o Daer, o projeto, o quantitativo e o orçamento deveriam ser
concluídos até o dia 20 de dezembro, bem como o processo de contratação
da empresa, previsto para ocorrer entre os dias 23 de dezembro e 3 de
janeiro. Na semana seguinte o contrato seria efetivado e a obra
iniciaria. O término deveria ocorrer em um prazo estimado de 20 a 25
dias. “A CICs Serra entende que não há tempo hábil para que a obra seja
concluída em fevereiro e esta opinião também é compartilhada por
técnicos consultados pela entidade. Até porque até agora não foi feito
nada que demonstrasse o início dos trabalhos no local. Seguimos tentando
obter informações junto ao governo do Estado, sem retorno”, diz o
presidente da entidade, Ademar Petry.
Multa e improviso
Oficialmente, o trecho da ERS-431 segue com trânsito proibido.
Entretanto, uma grande mobilização de moradores, comerciantes e usuários
da rodovia abriu caminho para o fluxo de veículos. Munidos de pás e
enxadas – e com a ajuda posterior de uma retroescavadeira – eles
retiraram parte de um barranco e alargaram a faixa destinada ao
acostamento. Desde então, o trânsito segue intenso, tanto de veículos de
passeio quanto de carga. Segundo um dos moradores que ajudou na “obra” –
que pediu para não ser identificado –, o Daer tem conhecimento do
improviso, mas quando houve a tentativa de bloquear novamente a via os
técnicos foram impedidos pelos moradores. Há informações extraoficiais
de que três registros policiais foram feitos pelas equipes da autarquia
em função das ameaças sofridas e das violações da barreira. “Parece bem
seguro, conseguimos ampliar bem a área e os carros passam relativamente
longe da parte que desmoronou. Embora não seja a alternativa ideal,
considerando os possíveis riscos, foi a medida que encontramos. Não
podemos ficar de braços cruzados esperando que a obra emergencial saia
do papel. O atraso começou ainda no anúncio de que providências seriam
tomadas, não podemos nos acomodar e ficar dois, três meses sem poder
transitar”, argumenta o morador. Questionado sobre a segurança do local,
o Daer informou que uma nova visita seria feita nesta semana para
averiguar os riscos e que só se manifestaria após esta vistoria. A
inspeção foi adiada, posteriormente, para o próximo dia 14.
Apesar do acostamento improvisado, a Polícia Rodoviária Estadual
informa que o local é considerado como sendo de bloqueio rodoviário.
Motoristas que cruzarem a via, além de se arriscarem a sofrer um grave
acidente, estão sujeitos à multa caso sejam flagrados. A infração é
considerada grave e resulta em cinco pontos na Carteira Nacional de
Habilitação (CNH).
Jornal SerraNossa - Reportagem: Greice Scotton