quarta-feira, 26 de março de 2014

Contrato para obra da ERS-431 será definido hoje

O secretário estadual de Infraestrutura e Logística, João Vitor Domingues, recebeu a garantia da Procuradoria-Geral do Estado (PGE) que hoje, 26, será aprovado o relatório para a contratação da Concresul. A empresa será responsável pela recuperação do trecho da ERS-431, quilômetro 13,5, na Linha Alcântara que desmoronou há quatro meses. A rodovia liga os municípios de Bento Gonçalves a Dois Lajeados.

O contrato está há 12 dias para análise do PGE. Segundo o secretário, o trâmite burocrático atrasou o início das obras. Porém, esse processo foi necessário para que fosse dispensada a licitação e determinar o caráter emergencial. Com a aprovação, a Seinfra irá contatar a empresa selecionada, que terá o prazo de quatro dias para a assinatura do contrato. Com o atraso na liberação, o secretário Domingos teve a garantia por parte do PGE que será realizada uma manutenção no trecho que está sendo utilizado como desvio. "Será realizada uma restauração em virtude da degradação no trecho em que está sendo utilizado como desvio", aponta.

Novidade da Cooperativa Santa Clara

Os consumidores da Cooperativa Santa Clara já encontram o novo Doce Cremoso de Morango nos supermercados. Em potes de 400g, soma-se à linha que já conta com doces de Abóbora com Coco, Figo, Goiaba e Uva, ideais para um café da manhã saboroso, lanches e a elaboração de outras delícias.

A Santa Clara tem novidades também na linha de Food Service. São os doces cremosos de frutas sabores Abóbora com Coco, Figo, Goiaba, Morango e Uva e o Doce de Leite com Chocolate em baldes de 4,8kg, especiais para atender restaurantes, padarias e demais estabelecimentos e profissionais do ramo culinário.

Os produtos estão à venda para toda a região Sul do país.

Câmara de Bento terá programação no canal 16 da NET

A instalação da TV Câmara em Bento Gonçalves será oficializada na próxima segunda-feira, dia 31, em solenidade que ocorre a partir das 17h. A partir desta data, o Legislativo bento-gonçalvense terá horário disponível diariamente, de segunda a sexta-feira, no cana 16 da NET, transmissora de TV a cabo, junto à TV Assembleia Legislativa, das 18h às 22h. O convênio com o parlamento gaúcho foi formalizado ainda em 2013 e não terá custos para a Câmara de Bento Gonçalves. 
 
De acordo com o presidente da Câmara, vereador Valdecir Rubbo (PDT), além da transmissão das sessões ordinárias do Legislativo, todas as segundas-feiras, às 18h, os telespectadores poderão acompanhar as audiências públicas realizadas pela Câmara e também pronunciamentos dos parlamentares e demais programas que poderão ser realizados.
 
A TV Câmara deverá atingir os cerca de 20 mil assinantes da NET em Bento Gonçalves. Entretanto, está sendo trabalhado também a liberação de um canal de TV aberto, para abranger todo o município. Segundo Rubbo, este projeto depende de trâmites a nível federal e deverá demorar para ser implantado.

Câmara dos Deputados aprova Marco Civil da Internet

Após cinco meses de polêmica e intensos debates, a Câmara aprovou ontem  (25) o projeto do Marco Civil da Internet (PL 2.126/11). Os deputados aprovaram o texto em votação simbólica. Desde 28 de outubro de 2013, o projeto passou a trancar a pauta da Câmara.

O projeto define os direitos e deveres de usuários e provedores de serviços de conexão e aplicativos na internet. A aprovação abre caminho para que os internautas brasileiros possam ter garantido o direito à privacidade e à não discriminação do tráfego de conteúdos. O texto agora segue para o Senado e, caso seja aprovado lá também, irá para sanção presidencial.

“Hoje em dia precisamos de lei para proteger a essência da internet que está ameaçada por praticadas de mercado e, até mesmo, de governo. Assim, precisamos garantir regras para que a liberdade na rede seja garantida", disse o relator do projeto deputado Alessandro Molon (PT-RJ).

Antes da votação, um grupo de manifestantes entregou ao presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), uma petição com mais de 340 mil assinaturas a favor do Marco Civil da Internet. Na ocasião, Alves disse que o projeto já estava "amadurecido" para ir à votação.

Entre os principais pontos da proposta estão: a garantia do direito à privacidade dos usuários, especialmente à inviolabilidade e ao sigilo de suas comunicações pela internet. Atualmente, as informações são usadas livremente por empresas que vendem esses dados para o setores de marketing ou vendas.

Os provedores não poderão fornecer a terceiros as informações dos usuários, a não ser que haja consentimento do internauta; os registros constantes de sites de buscas, os e-mails, entre outros dados, só poderão ser armazenados por seis meses. O projeto também define os casos em que a Justiça pode requisitar registros de acesso à rede e a comunicações de usuários.
De acordo com o texto, as empresas não vão poder limitar o acesso a certos conteúdos ou cobrar preços diferenciados para cada tipo de serviço prestado.
Antes da votação, o governo recuou e aceitou alterar alguns pontos considerados polêmicos por parlamentares da oposição e da base aliada. O principal deles é o princípio da neutralidade de rede que assegura a não discriminação do tráfego de conteúdos. Após negociação os deputados acordaram que a regulamentação deste trecho da lei caberá a um decreto da Presidência da República, depois de consulta à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e ao Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI)

Também caiu a obrigatoriedade das empresas provedoras de conexão e aplicações de internet manterem em território nacional estrutura de armazenamento de dados, os chamados data centers.

A obrigatoriedade havia sido incluída após as denúncias de espionagem do governo brasileiro, por parte dos Estados Unidos, revelados pelo ex-consultor que prestava serviços à Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) norte-americana, Edward Snowden. Como forma de punição para a violação das comunicações, ficou assegurado no texto que deverá ser “obrigatoriamente respeitada a legislação brasileira”.

“Felizmente, o governo recuou e o relator acatou a sugestão da oposição e retirou do texto a obrigatoriedade de data centers no território brasileiro”, disse o líder do DEM, Mendonça Filho (PE).

Outro ponto do projeto é o que isenta os provedores de conexão à internet de serem responsabilizados civilmente por danos decorrentes de conteúdos gerados por terceiros. Isso só ocorrerá se, após ordem judicial específica, o provedor não tomar as providências para retirar o conteúdo da rede.

Nesses casos, o projeto determina que a retirada de material com cenas de sexo ou nudez deve ocorrer a partir de apresentação pela pessoa vítima da violação de intimidade e não pelo ofendido, o que poderia dar interpretação de que qualquer pessoa ofendida poderia pedir a retirada do material. Agora, a retirada deverá ser feita a partir de ordem judicial.

Além disso, o relator também incluiu um artigo para prever que os pais possam escolher e usar programas de controle na internet para evitar o acesso de crianças e adolescentes a conteúdo inadequado para a idade. “O usuário terá a opção de livre escolha da utilização de controle parental em seu terminal e caberá ao Poder Público em conjunto com os provedores de conexão a definição de aplicativos para realizar este controle e a definição de boas práticas de inclusão digital de crianças e adolescentes”, discursou Molon.

Após diversas negociações, o governo conseguiu com que os partidos contrários ao marco civil mudassem de ideia. O PPS foi o único partido que votou contra o projeto. O PMDB, que era contra a proposta, mudou de opinião e defendeu a aprovação. "Continuo com uma parte do receio de que a internet chegou onde chegou por falta de regulação", disse o líder do partido na Casa, Eduardo Cunha (RJ), que justificou a mudança de postura como fruto de negociações do governo e da alteração de pontos considerados polêmicos no texto.  "O PMDB vai se posicionar favoravelmente ao projeto", completou.

A aprovação do Marco Civil da Internet foi vista como uma vitória pelo líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP). "Eu acho que é uma vitória porque nós vivemos momentos variados, o mínimo que eu posso dizer sobre esta matéria é que houve tensões. A paciência e determinação em buscar através de um diálogo, independentemente de quem quer que seja, isso é uma grande vitória", disse Chinaglia.

Fonte: Agência Brasil

Em coletiva à imprensa, secretário fala sobre medidas adotadas para gestão do quadro de professores

O secretário estadual da Educação, Jose Clovis de Azevedo, reafirmou, em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (25), que a falta de professores nas escolas estaduais é um mito. Azevedo ressaltou que, em um universo de 2.570 escolas com 78 mil professores ativos, dos quais aproximadamente um terço trabalha por meio de contratos temporários, é natural que ocorram movimentos permanentes, responsáveis por ausências pontuais de professores, especialmente no início do ano letivo.

Segundo o titular da Secretaria da Educação (Seduc), não se pode permitir que recursos humanos sejam mal distribuídos nas escolas, onerando indevidamente o Estado. O gestor enfatizou que é responsabilidade do diretor da escola - que é um servidor público com obrigações legais e estatutárias - manter o sistema de recursos humanos atualizado.

As informações possibilitarão que a Seduc encaminhe imediatamente o suprimento de uma eventual vaga, pois há um banco de professores inscritos para contratos e outro de concursados para responder às possíveis necessidades.

Azevedo reforçou que é possível suprir todas as necessidades da rede, desde que as escolas comprovem a demanda, e reiterou que na maioria dos casos pontuais de ausência de professores em sala de aula o problema é decorrente de pedidos de exoneração e aposentadorias durante o ano letivo sem aviso prévio.

O secretário ainda apresentou dados que demonstram a redução de aproximadamente 400 mil alunos na Rede Pública Estadual entre os anos de 2005 e 2013 sem uma diminuição proporcional do número de professores. “Existe uma equação mal resolvida nisso”, afirmou.

Nova portaria

Na entrevista, também foi destacado que será publicada, até a próxima sexta-feira (28), no Diário Oficial do Estado, uma ordem de serviço que determina a atualização rigorosa dos sistemas de recursos humanos e veda a liberação de alunos por ausência de professores.

O documento também vai estabelecer um prazo de 24 horas para que as escolas comuniquem a falta no quadro, mesmo prazo que a CRE terá para dar encaminhamento à demanda. “É obrigação das escolas gerenciarem os recursos humanos para garantir que os alunos permaneçam em atividade”, disse.

Questionado sobre os motivos para a não atualização do sistema escolar e por qual motivo a Seduc está tomando essa atitude neste momento, o secretário informou que há um distanciamento entre as direções e a mantenedora em razão da eleição direta dos diretores. “Existe uma cultura de que a autonomia representa uma independência das escolas. Mas isso não pode funcionar assim. Existe um Sistema de Ensino e o estamos resgatando. Os processos devem ser feitos conforme as regras”, disse.

Concursos e nomeações

Azevedo também falou sobre os dois concursos realizados pelo Governo do Estado, em 2012 e 2013, para recompor o quadro de professores efetivos e diminuir a instabilidade cíclica da rede. Em 2012 foram 5,6 mil aprovados, com a nomeação de todos e a posse de 4.900 professores.

No concurso de 2013, foram 13.007 candidatos aprovados e, até março, 885 já foram nomeados. A Secretaria da Educação já tem um cronograma com a previsão de mais 900 nomeações para o mês de abril.

“Estamos recompondo o quadro de efetivos, regularizando a nossa rede com a nomeação dos aprovados para substituir os contratos temporários e minimizar a instabilidade da rede. Porém, o passivo acumulado é tão grande que vai além da capacidade operacional do Estado”, finalizou.

Fonte: Palácio Piratin

Salão Design premia seus vencedores nesta quarta

Nesta quarta-feira, dia 26, a Movelsul Brasil reúne expositores, patrocinadores e designers para a cerimônia de premiação dos 25 trabalhos agraciados na 18ª edição do Salão Design. Destinado a promover espaço para a criatividade, o empreendedorismo, a sustentabilidade e a inovação tecnológica, o prêmio é o maior da América Latina, com R$ 175 mil distribuídos aos vencedores a cada edição. 
 
Em 2014, ligado à Movelsul Brasil, o Salão Design propôs a criação de produtos com design democrático – ou seja, com uma linguagem acessível a todos os públicos. O resultado foi uma mostra de ideias variadas, explorando ao máximo o aproveitamento de materiais e alinhado às demandas do mercado. 
 
Receberão seus troféus na noite de quarta-feira 14 premiados, oito menções, dois professores orientadores e um vencedor do prêmio Madeiras Alternativas. Todos estes produtos, além dos demais finalistas do prêmio, estão expostos na Movelsul Brasil até sexta-feira, dia 28. O Salão Design é promovido pelo Sindmóveis Bento Gonçalves desde 1988 e já julgou 11.228 trabalhos nas modalidades Estudante, Profissional e Indústria.
 
Fonte: Fatto Comunicação
Foto: Emanuel Denaui

sábado, 22 de março de 2014

Que rufem os tambores! É preciso falar sobre arte

Nesta sexta-feira, dia 21, é comemorado o Dia Universal do Teatro. Em todo o mundo, celebrações homenageiam a arte originada a partir da necessidade do homem de se comunicar e estimular questionamentos sobre o ser e o existir. Em Bento Gonçalves, o gênero ganhou expressividade há cerca de 40 anos, tendo à frente nomes como Moacir Correa, Mônica Blume, Azir Beltram (já falecido) e Ivone Balsan. Quatro décadas se passaram, e, ao que tudo indica, a luta pelo reconhecimento da classe está longe de terminar. 

Que rufem os tambores! É preciso falar sobre arteO primeiro contato de Correa, o Moa, aconteceu quando criança, na década de 1970. No antigo teatro Marcopolo, que funcionava no atual prédio da Paróquia Santo Antônio, seria apresentada a peça “O rapto das cebolinhas”. Como não tinha dinheiro para comprar o ingresso, Moa negociou uma forma de conseguir o valor. “Minha mãe tinha uma quantia guardada para comprar lenha. Eu propus um acordo: se ela me desse o dinheiro do ingresso, eu mesmo buscaria lenha no mato. No momento em que estava na plateia, tive certeza que era aquilo o que eu desejava para a minha vida”, recorda. 

Depois de apresentado ao mundo artístico, o menino nunca mais parou. Como viver de arte era inviável na Bento Gonçalves das décadas de 1970 e 1980, para pagar as contas ele mantinha o teatro e a dança paralelos ao trabalho de militar e, posteriormente, de colaborador dos Correios. “Tive sorte de ter conhecido pessoas muito boas na minha vida. O coronel do Exército era um homem muito culto e permitia que eu me ausentasse para poder fazer as minhas apresentações”, recorda. Outro ponto de encontro de atores era o Cine Ipiranga – desativado –, anexo à sede do clube de mesmo nome, no bairro Cidade Alta. 

Festivais

Na década de 1980, existiam mais de dez grupos de teatro na cidade. Naquela época, foi realizado o 1º Festival de Teatro de Bento Gonçalves, em 1981. Foi então que Moa conheceu a trupe “Causas e Efeitos”, na qual atuou por cerca de cinco anos, colecionando prêmios. Depois vieram outros grupos, outras peças e muitos troféus. O Festival foi sucesso até 1987. Em 2007 e 2008, o evento chegou a ser reativado, mas no ano seguinte foi extinto. “O festival chegou a ser regional, vinham grupos de cidades vizinhas. Foi um tempo ótimo”, relembra Moa. “Era muito prazeroso, mas também foram tempos difíceis. Para mim, era impossível viver apenas com o dinheiro do teatro. Como era funcionária pública, a arte ficava em segundo plano”, avalia Mônica, que hoje integra o quadro de artistas da Maria Fumaça. 

Caça-níquel

Na década de 1990, os entusiastas do teatro Moa, Mônica Blume e Ivone Balsan, cansados de mendigar por um espaço em que pudessem se apresentar, pressionaram o Poder Público. Queriam um local para ensaiar e promover apresentações. Na mesma época, o artista Azir Beltram liderava o grupo de teatro italiano “Fabriqueta de Rider” (em tradução livre, Fábrica de gargalhadas). “Vivíamos de teatro caça-níquel. Montávamos aqui em casa o roteiro, o figurino e o cenário. Colocávamos tudo em sacolas de viagem e peregrinávamos de escola em escola vendendo nossa arte em espetáculos com ingressos de R$ 1 por aluno. Eram várias apresentações por dia. Ficávamos acabados”, observa Correa. 

Casa das Artes

“Que fique bem claro. A casa das Artes só foi concluída por pressão de três pessoas: eu, a Mônica Blume e a Ivone Balsan. Um dia dissemos: chega! Precisamos de um espaço para a arte. Não dá mais para ensaiar na rua ou em locais improvisados”, conta o artista. “Apresentamos um projeto à secretaria de Educação para realizar um festival de dança e teatro com o intuito de arrecadar valores que seriam revertidos para a conclusão do prédio – na época só existia a estrutura, sem cobertura. Não cobramos nada, estávamos nos doando, tudo pela causa. Depois de um tempo, a prefeitura ficou com vergonha e contratou uma produtora para captar recursos federais e, finalmente, concluir a Casa das Artes”, recorda Moa. 

A espera continua

Na opinião de Moa e Mônica, ainda há muito o que fazer em Bento em prol da cultura. “A verdade é que a Casa das Artes tem muitas deficiências. Não é apropriada nem para ensaiar e, muito menos, para se apresentar. Como queremos cobrar apreço do povo pela cultura se não há um espaço adequado para os artistas?”, reforça Mônica. “A Casa das Artes é muito linda, mas não é funcional. Falta o principal: um palco bem estruturado para receber grandes espetáculos. O público fica bem acomodado, mas e o artista? Eu vi a pedra fundamental da estrutura ser fixada, mas até agora não vi um palco decente. Não peço a Ópera da Bastilha, só quero contribuir com a criação de um cenário cultural promissor para as próximas gerações”, desabafa o artista, referindo-se à sede oficial da Ópera Nacional de Paris, que tem capacidade para mais de 2.700 pessoas e é palco de famosas apresentações de balé.

Reportagem: Jornal SerraNossa - Priscila Boeira