Um dos mais significativos monumentos históricos de Porto Alegre
começa a ser restaurado. Em cerimônia agendada para as 15h30min, desta
segunda-feira, 25, a prefeitura autorizará o início das obras de reforma
do Mercado Público, atingido por um grande incêndio na noite de 6 de
julho. Serão investidos cerca de R$ 19,5 milhões, oriundos do PAC
Cidades Históricas. A reserva dos recursos foi prometida pela presidente
Dilma Rousseff logo após o incidente, quando ela lamentou o ocorrido e
expressou ter grande “carinho” pelo símbolo da capital gaúcha.
A liberação da verba também foi fruto de articulação entre
administração municipal e União. O anúncio será feito pelo prefeito José
Fortunati e pelo diretor de Patrimônio Material do Instituto do
Patrimônio Histórico Nacional, arquiteto Andrey Rosenthal Schlee.
A primeira etapa da restauração, que terá início nos próximos dias,
contará com recursos da ordem de R$ 6,5 milhões. Outros R$ 13 milhões
estão assegurados pelo governo federal, mas ainda não foram liberados.
Para o presidente da Associação dos Permissionários do Mercado Público,
Ivan Konig, o início das obras constitui um sentimento de alívio diante
da angústia de empresários e trabalhadores impedidos de trabalhar desde
a interdição parcial, após o incêndio.
Segundo Konig, dez estabelecimentos ainda não reabriram. “É uma ótima
notícia, esperada por todos. Queremos um Mercado Público mais limpo e
seguro. A soma dos investimentos, da restauração e das reformas que
serão feitas pelos permissionários em suas lojas trará um incremento na
circulação e no consumo.”
O
prefeito de Porto Alegre (RS), José Fortunati, desembarca nesta
segunda-feira (8), em Brasília, para pedir a ajuda da presidenta Dilma
Rousseff na reconstrução do Mercado Público de cidade, atingido por um
incêndio de grandes proporções na noite deste sábado (6). As informações
foram divulgadas no site da prefeitura.
Segundo a Prefeitura de Porto Alegre,
Fortunati acredita que, como a presidenta Dilma conhece muito bem o
Mercado Público, patrimônio histórico e cultural da cidade, dará o apoio
necessário. A proposta é que o projeto de recuperação seja incluído no
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Cidades Históricas, que já
tem a participação de Porto Alegre.
Neste domingo (7), equipes da prefeitura,
dos bombeiros e da Associação dos Permissionários do Mercado Público,
junto com autoridades de segurança, realizam uma vistoria no local do
incêndio. O objetivo é avaliar os prejuízos e as proporções do incêndio,
já projetando na reconstrução do local. A prefeitura informou que,
desde cedo, José Fortunati acompanhou o trabalho dos bombeiros no
controle do incêndio.
O fogo começou por volta das 20h30. Os
bombeiros conseguiram controlar o incêndio às 22h30 e, depois,
trabalharam no rescaldo. As pessoas que estavam no local conseguiram
sair rapidamente. O Mercado Público foi inaugurado em 1869 para abrigar o
comércio de abastecimento da cidade. Tombado pelo Patrimônio Histórico e
Cultural de Porto Alegre em 1979, o prédio sofreu três incêndios (1912,
1976 e 1979) e resistiu à grande enchente de 1941.
Segundo o prefeito da
capital, José Fortunati, o incêndio destruiu metade do prédio histórico.
As chamas foram controladas após as 22h
Um incêndio de grandes proporções atingiu um dos
principais prédios de Porto Alegre (RS), o Mercado Público, localizado
na região central, ao lado da prefeitura municipal. As chamas começaram
às 20h34, segundo o Corpo de Bombeiros. Logo depois, o prefeito José
Fortunati (PDT) chegou ao local e confirmou que "dois dos quatro
quadrantes foram consumidos". Ninguém ficou ferido.
"Não temos vítimas, isso tranquiliza do ponto de vista
humano. Mas é um patrimônio histórico, cultural e turístico da cidade,
dá uma dor no coração. Não imaginei assitir a um espetáculo tão triste",
lamentou Fortunati. Ele também disse que não há informações sobre as
causas do incêndio.
"Vamos apurar depois, o mais importante é apagar as
chamas", completou o prefeito. Próximo a ele, um grupo de mais de 100
pessoas protestava e gritava palavras de ordem contra o Poder Público.
O fogo teria começado no andar superior do prédio e se
alastrado rapidamente para o segundo andar.
Em poucos minutos, o
histórico edifício parecia totalmente condenado, tamanha era a força das
labaredas. Em frente ao Mercado Público, as pessoas estavam perplexas e
revoltadas com a ação do Corpo de Bombeiros.
Carlos Munhoz, 62 anos, presenciou o começo do incêndio e
criticou a ação dos oficiais. "Houve muita demora para o desligamento
da energia elétrica. No hidrante em frente ao terminal Parobé, os
bombeiros tiveram que usar marreta para liberar a água", disse ele.
Outro morador da capital que presenciou o início das
chamas, Rudimar Brites, 51 anos, disse que estava em uma lanchonete em
frente ao mercado.
"Vi quando os Bombeiros chegaram, mas eles tiveram
muita dificuldade, o hidrante não funcionava. Soltou jatos e parou.
Faltou preparo e pessoal", criticou.
Questionados pelo Terra, servidores do
Corpo de Bombeiros confirmaram que só contavam com uma escada mecânica
para controlar o incêndio. A escada magirus chegou ao local somente por
volta das 22h.
Estou muito triste e revoltado porque o Mercado faz
parte da vida da gente. Ao mesmo tempo estou revoltado com a
ineficiência dos Bombeiros, disse:Sérgio Sauer,
vendedor.
A proprietária de uma das lojas do Mercado Público,
conhecida como Banca da Ione, passou mal e precisou ser socorrida por
uma equipe de resgate. Um dos fornecedores da banca, que distribui
mercadorias no prédio desde 1980, estava no local e manifestou
indignação com a ação dos Bombeiros.
"Estou muito triste e revoltado
porque o Mercado faz parte da vida da gente. Ao mesmo tempo estou
revoltado com a ineficiência dos Bombeiros. Quando chegamos aqui havia
apenas um carro, se fosse num prédio longe até entenderíamos, mas no
centro da cidade deveria resolver imediatamente", disse Sérgio Sauer.
Após as críticas dos comerciantes e de pessoas que
presenciaram o começo do incêndio, o prefeito reconheceu que o efetivo
dos Bombeiros não era suficiente para um incêndio dessa proporção, mas
negou que os hidrantes apresentaram problemas. "Acho que infelizmente
ainda se tem uma estrutura pequena para combater grandes incêndios, mas
os hidrantes estão funcionando", justificou.
Comando dos Bombeiros nega falta de efetivo
O comandante-geral da Brigada Militar, Fábio Fernandes, negou a
afirmação do prefeito de que havia falta de efetivo para controlar as
chamas, embora não soubesse afirmar quantas viaturas foram deslocadas
para o local. Fernandes também disse que não houve problema de
estrutura. "Não faltou água e não faltou equipamentos. Todos os
hidrantes estão funcionando", garantiu.
Segundo ele, as chamas foram controladas. "Atacamos
inicialmente a parte lateral, onde se estabeleceu inicio do incêndio, e
depois fomos com a escada mecânica em direção ao fundo. Essa foi
estratégia que adotamos. Nós tivemos todas as guarnições (de Porto
Alegre) acionadas, inclusive da região metropolitana".
O secretário estadual da Segurança, Airton Michels,
também defendeu a atuação das equipes de resgate. "Não houve falta de
efetivo. Empregamos 20 caminhões para evitar que o fogo se alastrasse
ainda mais", disse ao afirmar que a dificuldade se deve à estrutura do
prédio, composta principalmente por madeira.
Hélio Oliveira, da coordenação da Defesa Civil
municipal, disse que pediu para todas as pessoas que estavam no local
que se afastassem porque havia riscos de intoxicação devido à fumaça.
Ele ainda afirmou que o rescaldo do incêndio será feito a partir de
amanhã, quando prefeitura deve divulgar um balanço sobre os estragos.
"Não entrei dentro do prédio, mas a parte de cima ficou totalmente
abalada".
Mercado Público
Um dos principais
cartões postais de Porto Alegre, o Mercado Público já registrou outros
três incêndios em seus 140 anos de história: em 1912, 1972 e 1979, este
último no ano em que foi tombado como Patrimônio Histórico e Cultural do
Município. Na década de 1990 o prédio passou por uma restauração em
toda a estrutura, que durou sete anos.
Um incêndio de grandes proporções atingiu o Mercado Público de Porto
Alegre, no Rio Grande do Sul, na noite deste sábado. O Corpo de
Bombeiros está no local e já controlou as chamas. Não existem
informações sobre vítimas.
Incêndio no Mercado Público de Porto Alegre
(Félix Zucco/Agência RBS)
Segundo o jornal Zero Hora, o fogo destruiu grande parte do
segundo piso do mercado. A região do centro de Porto Alegre chegou a ser
isolada. O prefeito José Fortunati acompanhou de perto o trabalho dos
bombeiros. Esta foi a quarta vez que o prédio foi atingido por um
incêndio. Não há indícios de crime. Uma perícia será realizada no local
neste domingo, a partir das nove horas.
O Mercado Público é um dos patrimônios históricos de Porto Alegre. Ele
foi fundado há 140 anos e está entre os pontos turísticos mais
importantes da capital gaúcha.