Segundo o secretário municipal de Finanças, Marcos Fracalossi, o principal motivo da incerteza é a crise financeira desencadeada pelo desvio de dinheiro público no segundo semestre do ano passado – a atual administração assumiu a gestão com R$ 51 milhões em dívidas. O esvaziamento dos cofres municipais fez com que, até agora, não fosse possível adquirir os prêmios destinados à campanha. Na edição do ano passado, o custo foi de R$ 150 mil. “Nossa prioridade neste momento é pagar os credores e evitar que falte verba para setores fundamentais, como educação e saúde”, diz.
Fracalossi explica que está sendo feito um estudo criterioso sobre uma nova proposta, nos mesmos moldes da Campanha Cidadão Nota 10, porém com menos custos para o município. “Sabemos que o valor destinado às entidades faz grande diferença para elas, mas não podemos descumprir com nossas obrigações perante os nossos credores. Neste momento não possuímos verba para realizar a campanha neste ano, mas até o final do primeiro semestre teremos uma resposta sobre a questão”, garante.
Apesar dos boatos que surgiram na cidade e da incerteza que ronda o projeto, Fracalossi garante que nunca descartou a realização da campanha. “É um projeto com grande envolvimento comunitário e muito importante. As entidades, assim como os cidadãos, prestam um serviço de conscientização e de responsabilidade social ao solicitar a nota fiscal nos estabelecimentos”, avalia. Ele ainda ressalta que tem uma simpatia particular pelo programa. “A sociedade se engaja em uma forma de fazer justiça tributária. Embora seja uma obrigação da empresa fornecer a nota fiscal, algumas não cumprem. Com a arrecadação, quem ganha é a sociedade, já que os impostos são revertidos em melhorias nos diversos setores”, enfatiza.
A visão das entidades
Duas entidades bento-gonçalvenses que há anos participam da campanha avaliam o incentivo como de extrema importância. “Com a verba foi possível realizarmos a manutenção da associação, efetuarmos o pagamento de contas e adquirirmos novos equipamentos para atendimento dos pacientes. Se a edição deste ano não acontecer, sentiremos muita falta e teremos que buscar uma alternativa para suprir a verba”, destaca Ieda Dagostini, coordenadora da Associação de Deficientes Físicos (Adef). Apesar da incerteza em relação à realização, ela diz que a mobilização em busca de notas fiscais continua sendo feita.
No Instituto Pequeno Grande Campeão, foi graças à campanha Cidadão Nota 10 que a entidade não encerrou as atividades no ano passado. “Conseguimos nos manter por mais de seis meses com o valor arrecadado. Pagamos aluguel, conta de água, luz e pudemos investir na associação, além de comprar material para realizar as oficinas e ainda para desenvolver os projetos para as crianças”, conta. Na esperança de que a campanha seja realizada neste ano, Vidal organizou um abaixo-assinado. Em pouco mais de dois meses, mais de 660 assinaturas já foram coletadas. Ele conta que os voluntários continuam arrecadando as notas e que está tentando agendar uma reunião com o prefeito para propor uma reavaliação da premiação de modo a garantir a edição de 2013.
Fonte: JORNAL SERRANOSSA
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