A
falta de energia que afetou consumidores no Sul, Sudeste e Centro-Oeste
na tarde desta terça-feira (4) não foi provocada pelo excesso de
demanda, apesar de o calor intenso nas últimas semanas, informou o
diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes
Chipp.
“A demanda elevada não tem relação com a
ocorrência, porque se estava com os carregamentos das linhas de
transmissão todos dentro dos limites. Se esse pico de consumo tivesse,
por acaso, ocasionado de se operar com sobrecarga, aí podia afetar. Mas
não é o caso”, explicou Chipp.
De acordo com o ONS, um primeiro
curto-circuito ocorreu às 14h03 na linha de transmissão de 500
quilovolts (kV) Miracema-Colinas C3, de propriedade da empresa Intesa,
no Tocantins. Em seguida, outro curto-circuito atingiu a linha
Miracema-Colinas C2, também de 500 kV, da empresa Taesa, controlada pela
Cemig. Isso acarretou o desligamento do circuito restante, de
propriedade da Eletronorte. Com isso, houve o desligamento da linha de
transmissão Serra da Mesa-Rio das Éguas, separando fisicamente os
Sistemas Norte e Nordeste do restante do Sistema Interligado Nacional.
Segundo Chipp, a linha de transmissão
Miracema-Colinas tem capacidade para até 5,1 mil megawatts e estaria, no
momento da interrupção, com carga abaixo disso, “dentro de todos os
limites e padrões”.
Chipp também descartou que a falha tenha
ocorrido por falta de manutenção no sistema. “Todos os equipamentos
estão operando dentro dos padrões para os quais eles foram fabricados”. O
diretor-geral do ONS calculou que 6 milhões de pessoas foram afetadas e
disse que os cortes de energia foram seletivos, a fim de preservar
hospitais e outras unidades e serviços de utilidade pública, incluindo o
transporte por trens e metrô.
Ele não soube precisar as causas da
interrupção e disse que somente na próxima quinta-feira (6) elas poderão
ser divulgadas, após uma reunião técnica sobre o assunto.
Fonte: Agência Brasil