Com
desempenho negativo em seis de seus 10 principais destinos no mercado
externo, o polo moveleiro de Bento Gonçalves contabilizou queda de 7,5%
nas exportações em 2013, num total de US$ 58,3 milhões. Além da perda de
competitividade da indústria brasileira em geral, são apontados como
causas dessa perda os custos logísticos e trabalhistas, com reajustes
salariais sempre acima da inflação, sendo que o crescimento do setor não
vem acompanhando tais elevações.
Nos países da América do Sul e África,
que representam 80% do total das exportações, foi contabilizado
decréscimo na maioria dos países. Na América do Sul, as exportações
caíram de forma mais expressiva em três dos quatro países do Mercosul
(Argentina, Uruguai e Venezuela), além de Colômbia e Chile. Na África,
as principais perdas foram na África do Sul, Angola e Moçambique,
contrastando com o crescimento na Namíbia. Outros países que registraram
desempenho positivo foram Peru, Cuba, Reino Unido, Porto Rico e Catar.
O presidente do Sindmóveis, Henrique
Tecchio, aponta que o câmbio favorável para as exportações não foi
suficiente para compensar a competitividade com outros polos, o salto
das importações de móveis e o aumento dos custos com impostos, logística
e mão de obra. “Os números são desfavoráveis e o resultado não ocorreu,
mesmo com o forte investimento por parte dos empresários. Isto torna
necessária uma maior redução dos custos industriais de fabricação e,
lamentavelmente, demissões podem ser necessárias”, analisa.
Reagindo às dificuldades verificadas
ainda no primeiro semestre, o Sindmóveis ampliou as ações do seu Comitê
Internacional em busca de novos destinos para os móveis do polo. Além de
estudos de mercado, o grupo promoveu, em novembro passado, um Projeto
Comprador voltado especificamente para as indústrias associadas com
importadores do norte da África.
Em movimento oposto ao verificado no
polo, as exportações de móveis do estado cresceram 2,6% no ano. Parte
dessa diferença deve-se ao aumento das exportações do Rio Grande do Sul
para países como Chile e Uruguai e Paraguai, mercados onde Bento
Gonçalves registrou queda. Já as exportações de móveis do Brasil
encerraram o ano de 2013 com queda de 2,8% em relação a 2012. Apesar da
retração, o país ainda teve desempenho melhor que o polo, graças ao
aumento das vendas no mercado dos Estados Unidos, país onde as
indústrias locais não atuam.
Somente em 2013, as importações de móveis
pelo Brasil cresceram 13,3% ante 2012. Passando de US$ 430 milhões em
2008 para US$ 837,2 milhões em 2013, o crescimento em cinco anos chega a
94,7%. A China representa aproximadamente 33% do total importado pelo
Brasil.
Foto: Gustavo Bottega
Fonte: Fatto Comunicação