Hoje, ele está na lista de
espera do Sistema Único de Saúde (SUS) para colocação de próteses nos
joelhos e cotovelos, mas a demora em obter resposta ao pedido e a
possibilidade de não ser atendido o levou a iniciar uma mobilização para
pagar a cirurgia por meio de doações.
Bruno foi diagnosticado com leucemia linfoblástica aguda tipo T em
2007. O tratamento à base de fortes medicamentos durante os piores
momentos da doença teve como efeito colateral
a osteoporose crônica, que evoluiu para osteonecrose. A síndrome é
caracterizada pela má circulação sanguínea no interior dos ossos, que
provoca a morte de células e o consequente apodrecimento deles. A dor
intensa causada pela doença impossibilita os movimentos. “O médico
indicou que eu faça cirurgia para colocação de próteses, a mais urgente é
no joelho esquerdo, no qual sinto muitas dores”, detalha Bruno. Outro
agravante é a escoliose, desenvolvida antes da leucemia, que faz com que
Bruno não consiga mais deixar os joelhos e cotovelos retos.
O pedido para a implantação da prótese foi feito no final do ano passado,
mas até agora a família não obteve retorno do SUS. Segundo o pai de
Bruno, Dalcir, a cirurgia para colocação da prótese no joelho custa
cerca de R$ 50 mil. “A recomendação médica é que eu ande de muletas até a
cirurgia, mas não consigo me adaptar”, conta. Para agravar ainda mais a
situação, ele não conseguiu continuar trabalhando em função das dores
intensas e, desde o diagnóstico, há seis anos, nunca recebeu o
auxílio-doença do INSS.
Como ajudar
A família está mobilizada para arrecadar doações em dinheiro
que possam custear o procedimento. Mesmo que o pedido para colocação da
prótese no joelho pelo SUS seja atendido, serão necessárias outras três
cirurgias, na outra perna e nos dois braços. O contato pode ser
realizado através dos telefones (54) 2621 5437 ou 9634 1589.
Contando a própria história
Apesar das dificuldades, Bruno não desiste e não deixa de sorrir. No
final do ano passado, ele realizou um dos seus maiores desejos: concluir
o Ensino Médio, mesmo com as dores que sente nos joelhos e cotovelos.
Após convite de uma professora para ministrar palestras em escolas, o
jovem encontrou uma forma de ajudar outras pessoas a também ter
superação e força. Bruno visita escolas e relata sua luta pela vida,
contando a crianças e adolescentes como vem superando a doença ao longo
dos anos e descrevendo todas as etapas de seu tratamento e seus medos.
“Foi uma forma de ganhar novos amigos. Já ministrei quatro palestras e
dei entrevista para a TV Câmara, de Porto Alegre. No começo sempre fico
nervoso, pois tenho muita vergonha, mas depois de iniciar a apresentação
e os alunos fazerem perguntas, vou ganhando confiança”, relata. Durante
seus debates, ele apresenta o vídeo que gravou de seu transplante,
reportagens e publicações, explica cada etapa e tira dúvidas sobre a
doença e os tratamentos aos quais foi submetido.
À espera de medula compatível
Outro caso que mobilizou a comunidade bento-gonçalvense foi o do
jovem Bruno Dendena, de 22 anos.
Desde julho do ano passado, ele passa
por tratamento para curar-se de leucemia mieloide aguda. Em boa parte
deste período esteve internado no Hospital Tacchini, mas desde o dia 30
de dezembro está em casa, após a doença ter estabilizado. Dendena ainda
necessita de transplante de medula e aguarda que um doador compatível
seja localizado. O jovem continua realizando exames de sangue
mensalmente para verificar possíveis avanços da doença. A cada três
meses, também vai a Porto Alegre para consulta com os médicos que farão o
transplante.
Para ser um doador de medula, basta ter entre 18 e 55 anos de idade e
ter boa saúde. Na região as doações podem ser feitas no Hemocentro de
Caxias do Sul (Hemocs), localizado na rua Ernesto Alves, 2260. O Hemocs
atende de segunda a sexta-feira, das 8hs às 18hs30 e aos sábados das 8hs às
12hs. A secretaria municipal da Saúde oferece transporte gratuito
semanalmente. Mais informações podem ser obtidas na Unidade de Saúde Central, através do telefone 3452 1868.
Jornal SerraNossa - Reportagem: Katiane Cardoso