A possibilidade de ganhar um espaço para comercialização de produtos
orgânicos também aos sábados não foi muito bem recebida por agricultores
que participam da Feira Ecológica. Um dos motivos seria a dificuldade
de preparar o material para a venda, pelo fato de já trabalharem também
às sextas-feiras à tarde, no bairro Cidade Alta.
A proposta, discutida há algumas semanas, seria uma tentativa de
diminuir as perdas alegadas pelos produtores após a troca de endereço da
edição de terça-feira à tarde, transferida da rua Marechal Floriano
para a Félix da Cunha, ao lado da praça Centenário. No mesmo dia, pela
manhã, ela também é realizada na praça do bairro São Roque.
Apesar dos três horários, ainda era no Centro que a comercialização
era maior. Desde o final de abril, entretanto, quando houve a alteração,
o clima passou a ser de incertezas. Para Jair Ribeiro, que recentemente
investiu R$ 32 mil para aprimorar a produção em sua propriedade, a
Marechal Floriano garantia até 60% das vendas do mês. “Eu chegava a
vender 30 caixas de alface, porque tinha um movimento muito bom. Agora,
trago somente seis ou sete e ainda sobra”, lamenta.
Apoios
De acordo com o vereador Ênio de Paris (PP), que na última semana
participou de uma reunião com feirantes, a volta para o antigo local
está descartada. Em contrapartida, além do novo espaço aos sábados, o
Poder Público poderia auxiliar os agricultores a formar uma cooperativa
e, a partir disso, buscar melhorias como a inserção da produção na
merenda escolar da rede pública estadual, a exemplo do que já acontece
com escolas do município. “Estamos tentando dar apoio de outras formas”,
argumenta o vereador.
Na tarde da última quarta-feira, 7, membros da Associação dos
Produtores Ecológicos de Bento Gonçalves (Apeb) se reuniram para
discutir o assunto. Contatado por telefone, o presidente da entidade,
João Luiz Sonza, disse que não se manifestaria sobre o encontro.
Mudança polêmica
A alteração de local da Feira Ecológica foi anunciada pela
administração municipal no início de abril, e efetivada no final do
mesmo mês. A mudança gerou um protesto dos agricultores, que se
mostraram contrários à modificação em uma manifestação realizada em
frente à prefeitura. Na época, eles já se declaravam insatisfeitos com a
oferta de trabalhar junto à Feira Livre, nos sábados, por possuírem
produtos destinados a um público diferenciado.
Fonte: Jornal SerraNossa - Reportagem: Jorge Bronzato Jr.
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