domingo, 27 de outubro de 2013

2014 pode iniciar com remoção de estacionamento

Retirada de vagas em trechos como a rua Saldanha Marinho pode ser executada
 nos próximos meses

Discutida fortemente nos últimos anos, a necessidade de retirada de estacionamento em algumas ruas do Centro deve voltar ao debate nos próximos meses. A secretaria de Gestão Integrada e Mobilidade Urbana está estudando uma forma de reduzir as vagas ocupadas pela Zona Azul, especialmente em áreas de grande movimentação de veículos, como a rua Saldanha Marinho, por onde a ação deve iniciar. 

2014 pode iniciar com remoção de estacionamentoO objetivo é melhorar o fluxo de carros e motos e preparar alguns trechos para a possibilidade de receber futuras vias exclusivas para ônibus. Outros exemplos de locais que podem sofrer intervenções semelhantes são a rua Barão do Rio Branco, também no Centro, e a avenida Osvaldo Aranha, na Cidade Alta.

Hoje, a legislação municipal que regula o sistema rotativo, controlado por parquímetos, prevê a instalação máxima de 1,2 mil vagas em locais definidos pela prefeitura. Entretanto, a ocupação, conforme a administração municipal, fica em aproximadamente 850 espaços deste tipo, em média. Mesmo assim, o cenário já é considerado crítico para o tráfego diário, principalmente em horários de pico. 

Em janeiro

A redução poderia ser executada já em janeiro de 2014, período em que, normalmente, há uma diminuição da quantidade de veículos nas ruas em função do período de férias. “Se não fizermos algo logo, vamos entrar em colapso total. Claro que no começo sempre há resistências, mas temos que educar a população para essa mudança de cultura. Nesse caso, haveria um tempo maior para a adaptação e aceitação”, argumenta o secretário, Mauro Moro.

Além de uma provável contrariedade de comerciantes, um dos entraves a ser vencido é o contrato com a Rek Parking, que detém a concessão para explorar o serviço na cidade até 2018. De acordo com o secretário, o material está sendo analisado para evitar possíveis problemas jurídicos. Ele cita ainda a presença de um grande número de estacionamentos particulares na região central como alternativa para que os motoristas tenham onde deixar seus carros. “Muitas pessoas sempre reclamam que não há onde estacionar no Centro, e sabemos que isso não é verdade. O que há, em muitos casos, é gente que não quer pagar. Outra questão que temos que pensar é que as pessoas, inevitavelmente, precisarão caminhar um pouco mais”, completa.

De acordo com o secretário, a limitação de alguns horários para impedir estacionamento não seria suficiente e tampouco viável, pois exigiria um controle mais intensivo dos agentes de trânsito. “Certamente não teríamos condições de fiscalizar, e acabaríamos criando um novo problema”, conclui Moro. As permissões para carga e descarga, contudo, podem sofrer alterações – porém, a intenção de fixar a atividade entre 20h e 6h depende de nova lei.

Polêmica antiga

Levantar a possibilidade de retirada de estacionamentos em Bento é também abrir espaço para antigas polêmicas retornarem. O assunto já foi abordado pelo SERRANOSSA em fevereiro de 2012, quando a prefeitura cogitou remover vagas entre a avenida São Roque e a rua Nelson Carraro, no Santo Antão, para criar um corredor exclusivo para o transporte coletivo ligando as duas áreas da cidade. Na época, o cálculo informal feito pela reportagem apontou a remoção de até 750 lugares para carros. O trecho em questão – que abrange vias como a Guilherme Fasolo, Osvaldo Aranha, 10 de Novembro e Fortaleza – também está nos planos da atual administração para receber uma pista somente para ônibus, mas ainda sem previsão de implantação. “Se formos pensar em verdadeiras melhorias para o transporte coletivo, temos que pensar em algo assim”, afirma o secretário Mauro Moro.

“Haverá reação”

O diretor-executivo do Sindicato do Comércio Varejista de Bento Gonçalves (Sindilojas), Valério Pompermayer, reconhece como “boa e necessária” a melhoria do fluxo na Saldanha Marinho, mas afirma que o assunto – discutido há bastante tempo pelo projeto Viva Bento, grupo do qual a entidade faz parte – é polêmico. “Nossa posição é de defender quem nós representamos, que são os lojistas, mas aqui há duas questões muito importantes que estão em sentidos opostos. É uma causa que caberá à prefeitura administrar, porque certamente haverá reação dos lojistas, assim como houve com relação ao projeto da Rua Coberta”, destaca.
Fonte Jornal SerraNossa - Reportagem: Jorge Bronzato Jr.

Nenhum comentário:

Postar um comentário