sexta-feira, 30 de maio de 2014

Prefeitura gasta R$ 140 mil mensais em aluguéis

Prefeito garante que obra do Centro Administrativo, no Campo Municipal, inicia até 2016

Prefeitura gasta R$ 140 mil mensais em aluguéisPor ano, os gastos da prefeitura com imóveis alugados para funcionamento de secretarias e outros departamentos municipais chega a R$ 1.670.000. São 49 espaços locados pelo Poder Público, com valores que vão de R$ 412 a R$ 12 mil. A Biblioteca Pública Castro Alves, que recentemente foi realocada para a rua Barão do Rio Branco, é o mais caro de todos.

Em meio ao pagamento de exatos R$ 139.229,31 mensais em aluguéis, segundo dados da secretaria de Finanças – que também é uma das repartições que ocupam prédios de terceiros para oferecer os serviços públicos à comunidade bento-gonçalvense –, a administração começa a retomar o projeto para construção do novo Centro Administrativo. A proposta, debatida há pelo menos uma década, prevê a utilização do espaço onde hoje está o Campo Municipal, no bairro Planalto.

De acordo com o prefeito Guilherme Pasin, a ação ganhou força nos últimos meses, com o trabalho de duas frentes: uma para revisar e atualizar o projeto e a utilização dos futuros espaços e a outra para buscar possibilidades de financiamento junto ao governo federal. “O que já está definido é que vamos erguer o Centro Administrativo na área do atual Campo Municipal e que a obra começará ainda no meu governo. Estamos trabalhando com uma estimativa de R$ 20 milhões, mas para pagar a longo prazo e com juros muito baixos. A questão do financiamento está muito bem encaminhada. Agora precisamos trabalhar no projeto arquitetônico a fim de termos um elemento para levar a discussão à comunidade, em uma audiência pública”, adianta Pasin. 

A concepção arquitetônica está sendo elaborada pela própria equipe da administração municipal, mas o projeto executivo – assim como a construção – dependerá de licitação e contratação de empresas. Também já está praticamente acertada a instalação da Câmara de Vereadores no mesmo local, mas em um prédio separado.

Segundo Pasin, o financiamento ao qual a prefeitura de Bento deve recorrer prevê uma carência de quatro anos para iniciar os pagamentos, mas a construção seria executada em tempo menor, possivelmente em dois anos e meio. Assim, o governo escaparia de ter que pagar um custo duplo de aluguel e obra. “Além de só começarmos a pagar depois de ter ela finalizada, ainda poderemos ter uma reserva com esse dinheiro que iria para os aluguéis. Isso nos daria uma ‘gordura’ para manter em funcionamento outros departamentos que precisarão permanecer em áreas regionalizadas da cidade, como os Centros de Referência de Assistência Social (Cras), por exemplo”, pondera o chefe do Executivo.

Mudança

Antes disso, o prefeito garante que, para otimizar o trabalho de pelo menos cinco secretarias, deverá transferi-las para um mesmo prédio no Centro, provavelmente o do Banco do Brasil, que antes era ocupado pela Justiça Federal. A medida, programada para ser efetivada nas próximas semanas, servirá como um teste em menor escala do funcionamento do novo Centro Administrativo. “Precisamos dar um resultado melhor para o cidadão, cada vez mais de acordo com o que ele contribui e precisa”, avalia o prefeito.

Serviços unificados

Para o vereador Leopoldo Benatti (PTB), o Raquete, o custo fixo dos imóveis onde funcionam órgãos públicos é um indicativo de que a prefeitura precisa, de fato, viabilizar a implantação do novo Centro Administrativo. Em pelo menos duas sessões, Raquete já abordou o assunto na tribuna do Legislativo e promete voltar a falar do tema na próxima segunda-feira, dia 2.

Além dos aluguéis, Raquete aponta, assim como Pasin, que outros gastos com a manutenção dos departamentos também poderiam ser reduzidos: nessa lista, entrariam os custos com centrais de telefonistas, deslocamentos entre secretarias para entrega de documentos oficiais e até a otimização do quadro de vigilantes contratados. “Com certeza, esse é um valor que hoje é muito alto. Mas o mais importante é o cidadão poder ter tudo que precisa da prefeitura em um só lugar. Ali poderíamos ter dois bancos, restaurante, lanchonete e muitas vagas de estacionamento”, ilustra Benatti.

Outro benefício defendido pelo vereador é a remoção de parte do tráfego diário de veículos, hoje normalmente congestionado em horários de pico, especialmente na área central. “O Centro e a avenida Osvaldo Aranha ficariam mais tranquilos. Não adianta mais esperar. Eu vou continuar cobrando, porque entendo que é um projeto que vai beneficiar muito a comunidade”, conclui.

O projeto

Orçado há quase dez anos em R$ 12,5 milhões, o projeto apontava a construção de cinco pavimentos mais subsolo, com 17.880m² de área total. A estrutura teria pelo menos quatro elevadores, sendo um de uso exclusivo do prefeito. O térreo, além de duas secretarias, teria um espaço para a realização de eventos e exposições. Do segundo ao quarto piso, haveria auditórios para, no mínimo, 120 pessoas. O subsolo teria 130 vagas de estacionamento e outras 128 ficariam no pátio. A fachada teria elementos da cultura local e o acesso ao prédio se daria por meio de uma esplanada.

Os campeões de aluguel*

Biblioteca Pública Castro Alves: R$ 12.000
Secretaria de Saúde (setor administrativo): R$ 10.097,59
Secretaria de Finanças: R$ 8.300
Secretaria de Educação: R$ 7.928,34
Núcleo tecnológico da Smed: R$ 6.355,26
Centro de Referência Especializada de Assistência Social/Centro Revivi: R$ 6.072,14
Centro de Referência de Assistência Social: R$ 5.273,61
Secretaria de Mobilidade Urbana: R$ 5.242,48
Departamento de Habitação: R$ 5.116,40
Ipurb: R$ 4.825,50

Os demais imóveis

Arquivo Histórico: R$ 3149,83
Secretaria de Desenvolvimento Econômico: R$ 590,04
Escola Maria Borges Frota: R$ 1.062,20
Escola de Educação Especial Caminhos do Aprender: R$ 4.058,19
Procuradoria Geral do Município: R$ 3.689,63
Procon: R$ 822,36
Almoxarifado da Procuradoria e Procon: R$ 2.123,71
Áreas de tecnologia da Smed: R$ 2.723,67
Unidade de Controle Interno: R$ 775,32
Centro Revivi/União das Associações de Bairros/Conselhos Municipais: R$ 2.321,48
Conselho Tutelar (rua Treze de Maio): R$ 2.613,23
Conselho Tutelar (rua General Vitorino): R$ 3.800
Departamento de Habitação: R$ 2.930,82
Centro de Referência da Assistência Social (Cras III): R$ 1.306,61
Centro de Referência da Assistência Social (Cras III) – Subsolo: R$ 630,78
Coordenadoria de Inclusão da Pessoa com Deficiência: R$ 1.698,58
Estacionamento da Secretaria de Habitação e Assistência Social: R$ 2.081,25
Albergue Municipal: R$ 3.707,66
Centro de Referência da Assistência Social (Cras I) – Oficinas: R$ 600
Centro de Referência da Assistência Social (Cras II): R$ 3.000
Residência particular (determinação judicial): R$ 665
Secretaria do Meio Ambiente: R$ 1.489,63
Depósito e garagem da Secretaria do Meio Ambiente: R$ 2.370,91
Setor de Municipalização da Secretaria do Meio Ambiente: R$ 1.079,90
Transbordo de lixo: R$ 1.120,64
Estacionamento da Secretaria de Gestão Integrada e Mobilidade Urbana: R$ 2.081,25
SAE/CTA – Secretaria da Saúde: R$ 2.961,38
Centro de Atendimento em Saúde Mental Infantil: R$ 3.472,57
Centro de Atendimento Psicossocial (Caps II): 2.721,28
Cento de Atendimento Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD): R$ 3.926,84
Manutenção de materiais de construção das Unidades de Saúde: R$ 4.000
Exploração de pedreira (São Pedro): R$ 1.982,96
Exploração de pedreira (Tuiuty): R$ 1.436,56
Subprefeitura de Tuiuty: R$ 647,28
Britador, refeitório e garagem (Tuiuty): R$ 1.394,83
Pedreira e britador (Faria Lemos): R$ 2.068,17
Posto de Correios de São Valentim: R$ 659,20
Posto de Correios do Barracão: R$ 412,93
Atividade de extração de saibro (Linha Alcântara): R$ 1.829,30

*Fonte: Secretaria de Finanças. 
Reportagem: Jornal SerraNossa - Jorge Bronzato Jr.

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