sexta-feira, 31 de maio de 2013

Cigarro é responsável por 6 milhões de mortes por ano no mundo

Aos 52 anos, o ciclista e fumante Carlos Raul dos Santos Calvete recebeu um diagnóstico que mudaria sua vida: câncer de pulmão. Ao ouvir as palavras do médico, o atleta tomou uma decisão imediata.
— Larguei o cigarro só com o susto. Não precisei de adesivo nem de mais nada. Eu apenas pensava: "Preciso encarar a doença, preciso me curar" — relata o ex-fumante.
Durante seis meses, Carlos Raul foi submetido a sessões de quimio e radioterapia e teve aproximadamente 30% do pulmão direito retirado. Curado, voltou a se dedicar ao esporte e se surpreendeu com o novo rendimento nas costumeiras provas de resistência.

— Minha condição física hoje (aos 56 anos) é muito melhor que a de antes — afirma.
O atleta teve um destino que grande parte dos fumantes não têm. Segundo dados do Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP), a cada ano 6 milhões de pessoas morrem em todo o mundo por doenças atribuídas ao cigarro. No Brasil, cerca de 130 mil pessoas morrem todos os anos vítimas de doenças relacionadas ao fumo, o que representa 13% do total de óbitos do país.
O Dia Mundial Sem Tabaco, comemorado nesta sexta-feira, 31 de maio, foi criado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para alertar as pessoas sobre os males provocados pelo consumo da substância, presente em cigarros, cachimbos e charutos, e pretende incentivar mais pessoas a tomarem a decisão de Carlos Raul — evitando as mais de 50 doenças relacionadas ao fumo.
— Sabemos que o tabagismo é a principal causa dos problemas respiratórios, chegando a causar danos irreversíveis no tecido pulmonar em 45% dos casos. O cigarro é sempre o vilão, seja causando doenças pelas suas próprias substâncias, como a DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) ou baixando a imunidade do fumante, permitindo, assim, que ele contraia tuberculose, infecções pulmonares, fibrose pulmonar, entre outras — explica José Jardim, pneumologista e Professor da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
Cabe lembrar que os riscos não se restringem ao sistema respiratório. Além de aumentar a incidência de doenças pulmonares, o tabagismo também é uma ameaça para o coração. O cardiologista do Hospital Samaritano de São Paulo, Maurício Jordão, explica que a incidência de infarto do miocárdio é seis vezes maior nas mulheres e três vezes maior nos homens que fumam pelo menos 20 cigarros por dia quando comparados com não fumantes.
— O cigarro também ativa o sistema nervoso simpático com aumento da frequência cardíaca, hipertensão arterial e aumento da capacidade de vasoconstrição. Todos os efeitos acontecem durante o ato de fumar — destaca o cardiologista.
Largar o cigarro não apenas evita problemas de saúde, mas melhora a circulação, a capacidade pulmonar e, consequentemente, a disposição. 5 anos após ter recebido o diagnóstico e largado o vício, Carlos Raul conta ter pedalado 9 mil km ao longo do ano passado — e que, com 3 mil km até maio, espera superar esse número em 2013.

Confira os benefícios de parar de fumar:

— após 20 minutos, a pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normal
— após 2 horas, não tem mais nicotina no sangue
— após 8 horas, o nível de oxigênio no sangue se normaliza
— após 2 dias, o olfato já percebe melhor os cheiros e o paladar já degusta a comida melhor
— após 3 semanas, a respiração fica mais fácil e a circulação melhora
— após 5 a 10 anos, o risco de sofrer infarto será igual ao de quem nunca fumou

                                                                                                 Fonte: Jornal Zero Hora

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